Conectando via modem

Se você acessa via modem, existem duas possibilidades. Se você usa um softmodem, que são de longe o tipo de modem mais comum hoje em dia, o primeiro passo é ativar o suporte ao seu modelo. Nem todos os modelos são suportados no Linux, simplesmente porque nem todos os fabricantes desenvolvem drivers, mas os drivers incluídos no Kurumin dão suporte à maior parte dos modelos.

Você pode ver várias informações sobre os dispositivos da sua máquina, incluindo o modelo do modem no Centro de Informações do KDE, que pode ser encontrado em “Iniciar > Sistema > Centro de Informações”.

Caso você não faça a mínima idéia de qual é o modelo do seu modem e esteja com preguiça de descobrir, pode apelar para técnica da tentativa e erro. Simplesmente vá testando todos os drivers. Clique em um, tente discar com o Kppp, tente outro e assim por diante, até achar o que funcione no seu modem.

Os scripts foram feitos para serem “resistentes a cliques múltiplos”. Ao ativar um dos drivers, ele primeiro desativa o anterior, de modo a evitar qualquer problema. Depois de ativar o driver correto, o modem já estará pronto para o uso. Você pode discar e efetuar a conexão usando o kppp, incluído no Kurumin. Ele oferece várias opções de configuração, incluindo um recurso para calcular o gasto com telefone baseado no tempo e horários de uso:

Os drivers disponíveis nas versões recentes são:

– Intel 537 AC’97: Este é um modem Intel encontrado em muitos notebooks, como o HP nx6110. Ele funciona graças a uma combinação de um driver open-source, que faz parte do Alsa e o executável do driver da Smartlink. Ao usar o comando “lspci” o modem é identificado como “Modem: Intel Corp. 82801FB/FBM/FR/FW/FRW (ICH6 Family) AC’97 Modem Controller”.

Note que existe um modelo anterior de modem Intel AC’97, encontrado em alguns notebooks Toshiba e também em versão PCI que ainda não possui driver no Kernel 2.6.

– Intel 537 e 537ep: Estes são os modems Intel Ambient (geralmente encontrados em versão PCI) vendidos atualmente. Você pode diferenciar os dois usando o comando “lspci” que retorna os códigos de identificação dos componentes do micro. O 537 aparece como “Intel Tigerjet” enquanto o 537ep aparece como “Intel Ambient”.

– Lucent e Agere: Este driver parou de ser desenvolvido em 2002 e não funciona com os modelos novos, vendidos atualmente, que usam o chipset SV92 (o código vem decalcado no chip do modem). Estes novos modems não são suportados, por isso evite comprá-los.

PC-Tel AMR ou onboard: Este driver é uma espécie de “curinga”, um driver desenvolvido pela Smartlink que funciona com os modems PC-Tel onboard (ele consegue ativar simultaneamente o modem e o som onboard, ao contrário do driver antigo), Modems PCI LG Netodragon e até mesmo com alguns modelos de modems Intel.

PC-Tel PCI antigo (HSP Micromodem): Este driver dá suporte aos modems PC-Tel antigos, encontrado em versão PCI, que não são suportados pelo driver da Smartlink. É o driver do Jan’s PCTel Resources compilado com a opção “pct789”.

PC-Tel USB: Esta é uma versão diferente do driver da Smartlink, que dá suporte a alguns modems PC-Tel USB, vendidos no Brasil pela LG.

Existe ainda um driver para os modems Conexant HCF e HSF. O Conexant HCF é um modem PCI que foi um dos mais comuns à venda por volta do final de 2001, mas depois deixou de ser produzido pois era mais caro que os PC-Tel e Lucent. O Conexant HSF é um modem encontrado onboard em alguns modelos de notebooks e desknotes, mas não é tão comum quanto os PC-Tel, por exemplo. Estes drivers não são incluídos no Kurumin, pois são drivers comerciais (e pagos), desenvolvidos pela Linuxant, que desenvolve os drivers e dá suporte a eles, sem apoio do fabricante. Honestamente, não acho que vale à pena pagar US$ 19 pelo driver, nem estimular o desenvolvimento de drivers pagos, mas você pode baixar um trial de 30 dias ou comprar o driver completo no http://www.linuxant.com.

Os Winmodems da US Robotics não possuem suporte no Linux, são uma espécie de peso de papel de luxo. Mas, alguns modelos de Winmodem não usam chipset da US Robotics, mas sim um chipset da Conexant, que funciona com o driver para modems Conexant HSF.

Os modems Motorola não possuem um bom suporte no Linux. O fabricante patrocina o desenvolvimento de um driver proprietário, que é mais um exemplo de incompetência que de boa vontade. Ele dá suporte a apenas umas poucas versões do Kernel e não pode ser adaptado para outras. Existe uma receita disponível na web para fazê-lo funcionar no Kernel 2.4, que envolve modificar o código fonte de dois módulos e recompilar tudo para que o driver funcione. Existe ainda uma versão disponível no site da Motorola que em teoria dá suporte ao Mandrake 10, mas na prática simplesmente não funciona.

Se você dá valor ao seu tempo, recomendo que troque seu Motorola por um modem melhor suportado, ao invés de ficar perdendo seu tempo fazendo gambiarras para tentar fazê-lo funcionar no Linux.

Por outro lado, se você possui um hardmodem o trabalho é bem mais simples, você precisa apenas indicar a porta do modem na aba “dispositivo” do kppp e discar. Embora raros, é ainda possível encontrar alguns modems externos, que são ligados a uma das portas seriais do micro. Estes modens custam normalmente por volta de R$ 200, mas possuem uma qualidade muito boa. Se você tiver um micro antigo, é possível ainda usar um hardmodem ISA, que (usados) são muito baratos hoje em dia.

Os hardmodems são caros, pois são modems completos, que fazem todo o trabalho de modulação e correção de erros. Eles são controlados pelo sistema operacional através de comandos AT simples, entregando de volta os dados “limpos”, recebidos através da linha. Os softmodems por outro lado são apenas uma interface entre o processador e a linha telefônica. Um software de controle que faz parte do driver fica encarregado de fazer todas as demais tarefas, usando o processador como burro de carga.

Os softmodems começaram a se popularizar por volta de 1999, a partir do ponto em que os micros passaram a vir com processadores poderosos o suficiente para manter o modem funcionando sem que houvesse uma degradação muito grande no desempenho. A única vantagem dos softmodems é mesmo o fato de serem mais baratos.

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