Review do C0701, um tablet de US$ 108 com tela capacitiva

Review do C0701, um tablet de US$ 108 com tela capacitiva

Se você leu minhas análises anteriores sobre tablets da china, deve lembrar que uma das minhas principais queixas nos outros modelos era sobre o uso de telas resistivas, que tornavam o uso do Android bastante desconfortável, especialmente nos primeiros modelos, onde além de tudo as telas eram bem pouco sensíveis. Chegamos então a um modelo com tela capacitiva, que custa apenas US$ 108, identificado apenas como “C0701”. Algumas fontes dizem tratar-se de um Eken T02 (ele é identificado com “T02” nas configurações do sistema), mas este modelo não aparece na página da Eken, por isso o fabricante permanece um mistério.

Ele foi comprado na DX (SKU 117535). Normalmente as compras na DX são demoradas, chegando em média apenas 7 ou 8 semanas depois, mas este extrapolou todos os recordes, demorando 13 semanas para chegar. A principal barreira foi a alfândega, que ficou quase 6 semanas com o tablet, acabando no final por taxá-lo em um total de R$ 225, diferente de todos os anteriores que foram liberados sem serem taxados. Como sempre, comprar tablets da china é um jogo de apostas, onde você pode pagar apenas o preço original, ou acabar sendo taxado e ter que pagar o dobro do valor, dependendo da sua sorte.

 

Ele tem uma construção moderadamente sólida, com as laterais de plástico e a tampa traseira de metal. Ele é relativamente pesado, mas tem a vantagem de ser bastante fino.

 

Ele é um tablet de 7″, baseado no AllWinner A10, um SoC que se tornou bastante popular em tablets, micro-PCs e outros dispositivos de baixo custo devido ao seu baixo custo (ele custa apenas US$ 7 se comprado em volume, contra os US$ 20 ou mais dos SoCs high-end) e ao bom poder de fogo. Ele é o mesmo SoC usado no MK802, por exemplo.

Ele combina um processador Cortex A8 single-core, com uma GPU Mali-400. Ele oferece um desempenho bruto similar ao de um Galaxy S II Lite, ou seja, nada mal para um SoC de 7 dólares. Não é de se estranhar que o A10 tenha se tornado tão popular.

Neste modelo a CPU opera a 1.2 GHz e a GPU a 350 MHz. Ele vem com 512 MB de memória DDR3 e 4 GB de memória flash (com pouco mais de 2 GB livres para arquivos) que podem ser expandidas através de um cartão micro-SD. Ele usa uma tela capacitiva de 7″, com resolução de 800×480 (mais considerações sobre a tela a seguir) com multitouch (5 pontos), suporte a decodificação de vídeos 1080p via hardware em vários formatos, Wi-Fi 802.11b/g/n, saída mini-HDMI e câmera frontal VGA. Um destaque deste modelo é que ele já vem com o Android 4.0.3, servindo também como uma opção para quem quer testar o Ice Cream Sandwich.

Além do melhor desempenho, uma grande melhoria em relação a tablets chineses anteriores é que ele oferece um sistema funcional de gerenciamento de energia, fazendo com que a bateria não descarregue rapidamente enquanto ele está sem uso. Se você chegou a ler minha análise do Eken M001 https://www.hardware.com.br/analises/ekin-m001/, deve lembrar que nele a autonomia era praticamente a mesma com o aparelho ligado ou com ele dormindo, já que o SoC continuava operando o tempo todo a todo vapor, sem descanso, fazendo com que você fosse obrigado a sempre desligar o tablet depois de terminar de usar para conservar a carga. Neste novo modelo isso não acontece, o tablet pode ficar até 4 dias dormindo sem esgotar a carga, pronto para quando for usá-lo. Ou seja, finalmente temos um tablet chinês que se comporta como deveria.

Por outro lado, a capacidade da bateria é relativamente limitada, com apenas uma célula de 3600 mAh (pouco mais de 10 watts-hora). Esta é uma bateria que surpreenderia em um smartphone, mas que é insuficiente para um tablet, resultando em uma autonomia abaixo do esperado, com pouco mais de 4 horas de uso moderado ou de 2 a 3 horas de uso intenso (assistir vídeos ou jogos, por exemplo).

 

Outro inconveniente é que ele não carrega pela porta USB, obrigando-o a sempre usar o carregador. Como ele usa uma bateria de uma única célula (3.7V) não haveria nenhuma dificuldade técnica em adicionar também a opção de carregá-lo pela USB (de fato, a fonte fornece 5V), mas os projetistas não tiveram este cuidado. 

Jabá: Este tablet do review está à venda por R$ 340, um meio termo entre o preço na china e o valor total que pagamos com os impostos. Em caso de interesse, é so escrever no morimoto@gdhpress.com.br
Ganha um livro de smartphones de brinde 🙂 

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