Meu primeiro e único tablet foi o Samsung Galaxy TAB 7.0 Plus, que como o próprio nome sugere era uma versão mais turbinada em relação ao TAB original. Na época (meados de 2012) tive a intenção de compra-lo porque achei que seria uma boa opção no gerenciamento das minhas aulas, já que na época era instrutor em um curso de informática.
Com o passar do tempo acabei me aproximando mais do gadget, utilizando-o para reprodução de vídeos, além da grande (na época bem menos do que agora) variedade de aplicativos para oAndroid. Já que em tarefas desse tipo o nível de experiência proporcionado pelos tablets era bem mais interessante que boa parte dos smartphones (ainda mais que o meu telefone na época era um LG GW550).
Porém como dizia o poeta Augusto dos Anjos,“ a mesma mão que afaga é a mesma que apedreja”, e isso pode ser facilmente identificado nas inúmeras mudanças de mercado e lançamentos de novos tipos de aparelhos que acabaram por simplesmente dar um chacoalhão nos tablets e deixar bem claro que eles não são mais bem-vindos.
O principal aparelho que vem chutando os tablets são os phablets, os cada vez mais presentes smartphones com telas superiores a 5,5 polegadas. Já que com uma tela maior a imersão que os tablets ofereciam na navegação e reprodução de conteúdo em vídeo atualmente também são proporcionadas pelos smartphones, eliminando a necessidade que você tenha que carregar ou comprar um dispositivo extra.
Recentemente inclusive noticiamos aqui no Hardware.com.br que a Adobe em seu último Relatório de Referência sobre Vídeos Digitais (equivalente ao período de julho de 2014 a setembro de 2015) apontava que os smartphones superaram os tablets como o principal dispositivo escolhido para a reprodução de vídeos. Um aumento de 33% para os smartphones contra 7% de queda para os tablets.
Outro ponto crucial diz respeito a própria situação econômica ao redor do globo. Quando o calo aperta é preciso cortar algumas despesas, e evitar novas aquisições que não tenham tanta importância. Como mencionei acima o tablet era um dos principais dispositivos móveis quando falavámos de reprodução de conteúdo multimídia , e caso você já tenha um tablet para desempenhar essas tarefas você não precisa cogitar comprar um novo modelo em 2016 apenas por certos upgrades na tela ou armazenamento interno, ainda mais se você tiver um bom smartphone. No mercado brasileiro as coisas ficam ainda mais complicadas, já que com o stand-by da Lei do Bem, dispositivos como tablets, computadores e smartphones estão ficando ainda mais caros.
O Gartner no ano passado divulgou informações de uma pesquisa realizada em 6 países, incluindo o Brasil (os outros eram EUA, Reino Unido, França, China, Índia), mostrando que apenas 17% das pessoas tinham algum tipo de interesse em adquirir um novo tablet no próximo ano. O motivo para essa falta de interesse são os smartphones, que conseguem suprir a necessidade dos consumidores
E em relação ao número de vendas? Porque no final isso que acaba valendo para começar a preparar ou não a cova para algum gadget. Como já era de se esperar o panorama atual não é nada bom:
Segundo a IDC no último trimestre de 2015 foram vendidos apenas 65,9 milhões de tablets em todo o mundo, isso representa 13,7% de queda em relação a 2014. Durante todo o ano de 2015 foram vendidos 206,8 milhões de tablets (queda de 10,1% nas vendas em relação a 2014).
A grande metamorfose do tablet realmente são os dispositivos híbridos, que combinam o tablet na concepção da palavra com alguma espécie de case com teclado oferecendo um nível de produtividade maior. De acordo com Jean Philippe Bouchard, analista da IDC, o consumidor final encara os híbridos como substitutos para os seus notebooks.
Porém o tablet em si, sendo vendido de forma individual já está respirando por aparelhos, claro que os fabricantes tentam aplicar certas ideias mirabolantes como disponibilizar modelos com telas incrivelmente grandes, como o Galaxy View da Samsung com o seu painel de 18,4 polegadas ou até opções com requisitos mais robustos voltados para os gamers, como o Predator 8 da Acer ou o Shield da Nvidia. Mas qualquer uma dessas opções são de nicho, não mudando muita coisa no mercado.
O iPad que sempre foi o tablet fora da curva em relação aos demais, até pela própria otimização hardware + software, vem sofrendo com as alterações de mercado. O último relatório financeiro divulgado pela Apple mostra que no quarto trimestre de 2015 foram vendidos 16,1 milhões de iPads, queda de 21% em relação ao mesmo período de 2014.
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