Os tablets que não são fabricados pela Apple

Os tablets que não são fabricados pela Apple

Você sabe o que é uma xerox? E uma gilete? Ou ainda, conhece o word? Pois bem: muito dos produtos existentes no mercado fazem um sucesso tão grande, que acabam se tornando sinônimos das funções que exercem. Para variar, outros produtos chegam ao mercado, trazendo inovações tão importantes que, num futuro não muito distante, também serão associados às suas categorias. Um exemplo é iPad da Apple. Parece que só agora os consumidores estão conhecendo os tablets. Ou seria iPad?

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Ipad, a grande novidade da Apple.

Assim como existem copiadoras, lâminas de barbear e editores de textos, também existem os tablets, uma categoria de dispositivos portáteis que se assemelham a uma mistura de smartphones e netbooks. Embora traga diferenciais importantes, o iPad não é o primeiro e nem o único produto de sua categoria: há anos já existiam os tablets, embora estes viessem a assumir diferentes formas e concepções e não tenham feito tanto sucesso. Atualmente, o diferencial dos tablets está na ausência do teclado e do uso das telas touchscreen, que passam a ser a principal forma de interação com esta classe de dispositivos.

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Aigo N700: até uma porta USB, ele tem!

Acima, vemos o Aigo N700, que embora aparente ter poucas pretensões, traz um vantagem muito importante: é baseado na plataforma nVidia Tegra2, dotada de uma CPU ARM Cortex-A9 dual-core e um IGP GeForce 9400M. Ou seja: bem mais poderoso que a solução da Apple! O LCD de 7″ (800×480), a pouca memória RAM (512 MB DDR2-667) e a capacidade de armazenamento moderada (até 32 GB SSD) podem até não empolgar tanto, mas o suporte completo para as conexões sem-fio (Wi-fi, Bluetooth e 3G) e a capacidade de reprodução de vídeos em full-HD (1080p) certamente nos deixarão boquiabertos com os avançados recursos multimídia, bem como o aberto sistema operacional Android 2.1. Até uma porta USB, ele tem! (Nem vou comentar do suporte ao Adobe Flash.) 🙂

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Archos 9, um “legítimo” representante dos tablets.

Mas para os que querem um tablet clássico, podem optar pelo tablet Archos 9. Dotado de uma CPU Intel Atom Z515 (1.2 GHz) e um chipset Poulsbo, este tablet diferencia-se dos demais x86 pela boa autonomia (5 horas) graças ao clock reduzido da CPU, além do bem otimizado chipset Poulsbo. Já este último, oferece o interessante IGP GMA 500, que à grosso modo não passa de um acelerador 3D PowerVR SGX, que é o mesmo utilizado na arquitetura ARM. Embora não seja tão “potente” o quanto o GMA 950, lembrem-se de que ele consegue decodificar vídeos HD de 720p (o que o GMA 950 não faz), o que o torna essencial para esta categoria de dispositivos.

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WePad e a sua ostentosa tela LCD de 11.6″ (1.360×768).

Mas, de todos os dispositivos desta classe, o fabricante Neofonie’s impressiona o mundo ao disponibilizar um produto literalmente grande para os padrões atuais: se a maioria dos tablets não ultrapassam a dimensão de 10″ em seus LCDs, o WePad possui um generoso LCD de 11.6″ e uma resolução de 1.360×768! Embora também disponha do sistema operacional Android, o tablet em questão é equipado com o atual processador Intel Atom N450, que combinado com as dimensões exageradas do LCD, certamente não irá prover uma boa autonomia…

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SmartQ 7: se o custo é tão próximo ao de um e-Reader, que tal usá-lo para esta finalidde?

Outro aspecto importante a ser considerado na aquisição de um tablet é o custo, que geralmente ultrapassam a casa dos 400 dólares. Então, se o preço for o fator preponderante, que tal dar uma oportunidade ao SmartQ 7 (7″, 800×480)? Embora apresente recursos bem modestos, como a CPU ARMv11 de apenas 667 MHz, míseros 128 MB de memória RAM e 1 GB de armazenamento (há slots para cartões SD de até 32 GB), o preço na casa dos US$ 200 (Deal Extreme) o tornará bastante atrativo. Na pior das hipóteses, pense nele como uma espécie de “e-Reader turbinado”! 😉

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Asus Eee PC T91: é um tablet ou um netbook com tela giratória?

No entanto, também existem tablets interessantes que possuem teclados, como o Asus Eee PC T91. Basicamente, ele é um netbook com a opção de dispor da tela giratória, bastando rotacioná-la e virá-la para tornar o dispositivo um autêntico tablet, onde o teclado ficará escondido debaixo da tela. Além deste, a Gigabyte e a MSI, além de outros fabricantes não tão conhecidos, também possuem uma interessantes linha de produtos que seguem basicamente a mesma filosofia, os quais também podem diferenciar-se tanto em suas dimensões, formatos, autonomia e recursos, mas geralmente apoiam-se na plataforma x86 ao optarem por CPUs Intel Atom, assim como os inúmeros netbooks do mercado.

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Além da CPU ARM, este netbook/tablet inova pelo uso do teclado destacável.

Já o netbook/tablet TouchBook apresenta uma curiosidade interessante: dotado de uma modesta CPU ARMv11, o seu teclado é destacável, podendo ser desconectado para transformar o aparelhinho em um autêntico tablet! Pessoalmente, considero este arranjo mais interessante, pois poderemos ter um “legítimo” tablet se desejarmos, sem contar com os inconvenientes da “conversão” de muitos netbooks e smartbooks com suas telas giratórias.

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Toughbook CF-U1: embora robusto, sua autonomia é de 9 horas em média e pesa apenas 1 kg, sendo ideal para uma jornada inteira de trabalho em campo.

Mas, se todos os tablets que tiverem a oportunidade de ver, aparentarem ser frágeis e delicados para o uso manual, então convido-os a darem uma olhadinha no Toughbook CF-U1, fabricado pela Panasonic. Em termos de especificações, até que ele não empolga tanto (LCD de 5.6″ a 1024×600, CPU Atom Z520 de 1.33 GHz, 1 GB de RAM e até 128 GB de SSD); mas, além de ter um teclado embutido no corpo, ele foi feito exclusivamente para um único propósito: atuar em locais com precárias condições ambientais (poeira, umidade, impacto). Em poucas palavras: literalmente, ele aguenta pancadas!

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Google Android (SDK): será que o iPhone OS e os demais ficarão a ver navios?

Outro aspecto a observar em dispositivos dotados de processadores ARM, está na ausência de uma versão adaptada do mais popular sistema operacional para desktops: o Windows. Simplesmente, não há versões do Windows XP, Vista ou 7, aptas a serem utilizadas nessa arquitetura. Portanto, somos “obrigados” a nos contentar com distribuições GNU/Linux compiladas para esta arquiteturas, além de outros sistemas operacionais não tão conhecidos e desenvolvidos por terceiros. Em destaque, temos o Android e o Chrome OS, que são sistemas do Google voltados para smartphones, netbooks/smartboooks e tablets, como o também o próprio Windows Mobile. Até mesmo os produtos da Apple utilizam o iPhone OS, o sistema operacional padrão para o seus dispositivos, como o iPhone, o iPad e o iPod.

Por fim, não deixem de ficar atentos aos novos lançamentos. Por exemplo, no fechamento deste artigo, soube que fabricantes como a Asus, a Gigabyte e a MSI estão prestes à lançarem novos modelos de tablets para complementarem suas linhas de produtos. Estes por sua vez, poderão ser tanto equipados com CPUs Atom quanto as CPUs ARM, que provavelmente oferecerão maiores flexibilidades na escolha do produto ideal, o que é bem diferente que temos atualmente com os netbooks. Além do mais, é bom ir se acostumando com a ideia de utilizar outros sistemas operacionais fora do mundo Windows, como o Android e o Chrome OS.

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O novo Asus Eee Pad EP101TC.

Se os tablets vão se impor aos netbooks ou apenas ocupar um nicho de mercado específico entre eles e os smartphones, sem contar ainda a colocação dos MIDs, ainda não está bem certo; mas uma coisa está: os dispositivos móveis, com ênfase a total conectividade e computação em nuvens, vieram para ficar. Seja através de um netbook, tablet, smartphone ou MID, inevitavelmente nós – profissionais de tecnologia – teremos que nos adaptar à novas maneiras de trabalhar neste novo mundo digital.

E maior performance teremos, se conhecermos as melhores alternativas… &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at]gmail.com>

http://by-darkstar.blogspot.com/

Veja também:

iPad, Slate e a era dos tablets

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