iPad, Slate e a era dos tablets

iPad, Slate e a era dos tablets

Se 2009 foi o ano dos netbooks, 2010 será seguramente o ano dos tablets e e-books. Praticamente todos os fabricantes têm apresentado projetos na área, no que se tornou uma nova corrida do ouro.

A ideia dos tablets não é nova. Em 1998 a Apple lançou o Newton (que foi revolucionário sob diversos pontos de vista, mas não fez sucesso por ser muito caro) e em 2005 a Microsoft e Intel anunciaram o projeto Origami, que consistia em tablets (batizados de UMPCs) com tela sensível ao toque, com processadores Intel e Windows:

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O tablet da segunda foto poderia muito bem se passar por um novo lançamento da Asus/Sony/Toshiba/etc. para “oferecer um novo nível de experiência, elevando a um novo patamar o padrão de acesso à web e consumo de mídia”, mas é apenas um protótipo da plataforma Origami, que foi demonstrado no início de 2006 e não chegou a entrar em produção.

Em princípio a ideia dos UMPCs parecia boa: criar uma plataforma de PCs ultra-compactos, menores, mais leves e com uma maior autonomia que os notebooks, equipados com processadores dual-core, aceleração 3D, wireless e, opcionalmente, também a opção de se conectar à web via EDGE ou 3G. Com um UMPC, você teria um PC que poderia levar com você o tempo todo, carregando seus aplicativos e arquivos, o que permitiria que você se conectasse à web ou assistisse vídeos em qualquer lugar.

Apesar disso, o plano não deu muito certo. Os poucos modelos disponíveis inicialmente eram muito caros e as vendas ínfimas, tornando a plataforma mais um objeto de curiosidade, do que uma alternativa real. Para piorar, tínhamos ainda a questão dos softwares e da ergonomia. Os UMPCs da safra inicial eram baseados no Windows XP ou no Vista e rodavam os mesmos aplicativos que você usaria em uma PC de mesa. O problema é que as pequenas dimensões da tela e ausência de um teclado e mouse de verdade tornavam o conjunto bastante desconfortável de usar. Um bom exemplo é o Asus R2H, que chegou a ser vendido no Brasil por volta de 2007, porém sem muito sucesso:

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A Intel continuou apostando na ideia dos UMPCs, dessa vez rodando o Moblin, uma distribuição Linux otimizada para uso em portáteis que oferece recursos de hardware mais baixos que o Windows, permitindo o desenvolvimento de aparelhos mais compactos. O projeto continua na ativa e de vez em quando aparecem novos produtos baseados na plataforma, mas eu me surpreenderia se algum deles viesse a fazer algum sucesso em um futuro próximo.

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A ideia dos tablets foi revivida com o Amazon Kindle, que inaugurou um novo nicho, oferecendo uma plataforma para leitura de e-books. O Kindle é baseado em uma tela e-paper, que consome pouca energia e oferece uma experiência mais similar à leitura de um livro em papel. A desvantagem óbvia é que ela é monocromática, mas os livros também são.

O Kindle foi lançado em conjunto com uma plataforma de venda de conteúdo da própria Amazon, que já inclui quase 100.000 e-books (com preços em torno de US$ 10 para os mais conhecidos), além de assinaturas de jornais e revistas. Isso fez com que ele fizesse um relativo sucesso nos EUA, apesar do preço de US$ 359 (recentemente reduzido para US$ 259).

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Mais recentemente tivemos o lançamento do Kindle DX (com tela maior) e da versão internacional. Atualmente, o Kindle é tarifado como qualquer aparelho eletrônico, o que faz com que ele custe nada menos que R$ 1000 no Brasil. Entretanto, existe movimentação em torno de enquadrá-lo na categoria de livros e periódicos, o que eliminaria os impostos, reduzindo o preço pela metade.

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