Em busca do Windows perfeito

Em busca do Windows perfeito

Uso Windows há muito tempo, mas sou fã de Linux, OS X, BSD, Haiku, ReactOS e qualquer outro sistema operacional que possa ser instalado localmente num computador, notebook ou tablet. Farei algumas divagações consolidadas sobre recursos que eu gostaria muito de ver no Windows, o sistema mais popular nos desktops pelo mundo. Ele é extremamente popular, mas está longe de ser “perfeito”: faltam muitos recursos que usuários avançados e técnicos gostariam de ver.

Logo antigo do Windows

Logotipo antigo do Windows; confira outros aqui

Este artigo contém altos níveis de opinião e vontades pessoais: não é exatamente um artigo técnico ou prático, já que nada do que proponho aqui é uma realidade nativa do Windows. Trata-se de um exercício da imaginação. Nada que não possa virar realidade um dia, mas há poucas pessoas que podem fazer estes sonhos deixarem o patamar dos sonhos. Essas pessoas estão em cargos seletos na Microsoft.

Basicamente conheci os computadores bem tarde em termos tecnológicos, em 2001, começando com Windows 98. Não sei dizer exatamente, mas contando o tempo total, acho que mais de 70% do meu tempo nos computadores se passou no Windows (várias versões). Sou fã do Windows 2000, para mim a melhor edição que já existiu – considerando sua época, não digo que ele seria ideal para uso hoje em dia, longe disso. Ele até seria se não fosse a falta de suporte por parte dos aplicativos e drivers, mas… Isso seria pauta para uma outra matéria. Desconsiderando questões de segurança e suporte ao hardware atual, até daria para usar tranquilamente o Windows 2000 hoje em dia abrindo mão de alguns programas. Nem tudo está perdido, no entanto, já que o Windows 8 é da mesma família, sendo baseado no 7, que por sua vez foi baseado no Vista, que foi baseado no XP, que foi baseado no 2000, que foi baseado no NT 4…

O Windows evoluiu muito (e regrediu em alguns aspectos também), mas algumas coisas que eu desejo ainda não fazem parte dele…

Com anos de uso, há muita coisa no Windows que eu gostaria de mudar. Não apenas para meu uso, mas de forma geral: eu gostaria de trabalhar na Microsoft, digamos assim, gerenciando ou fazendo parte de equipes de usabilidade. Coloque o recurso tal aqui, aquele outro ali… Etc. Tornaria o sistema ainda mais prático e fácil de usar. Considerando esse cenário hipotético, onde eu teria o poder de ditar recursos do Windows, vamos lá. Algumas ideias são superficiais, mas outras são consolidadas de longa data já. Certamente você não vai curtir todas, mas acredito que concordará comigo em algumas. Ou não.

O Windows dos meus sonhos

Eis as alterações que eu faria caso tivesse poder de decisão nas equipes do Windows. Como não sou ninguém, ficam as sugestões à empresa, quem sabe um dia…

Informações do sistema para leigos facilitariam o suporte

A tela de informações do sistema (botão direito no ícone do computador, propriedades…) exibiria mais alguns detalhes do hardware. Nome do fabricante e modelo da placa mãe e da placa de vídeo, por exemplo. Isso independente de personalizações de OEMs: seria uma verificação do próprio sistema mesmo. Facilitaria imensamente a busca de drivers e outros detalhes técnicos para os usuários, que muitas vezes precisam baixar aplicativos de terceiros só para ver qual é a placa mãe.

Mais detalhes no gerenciador de dispositivos

O gerenciador de dispositivos mostraria claramente o nome do fabricante e o modelo da placa, chipset, peça fundamental de determinado componente. É fácil fazer. Se não souberem, que comprem o Everest ou Aida32/64. Seria muito bom ter esses programas integrados.

Detecção mais rápida e instalação facilitada dos drivers

Pensando bem, seria uma boa o grupo comprar o DriverEasy também e inclui-lo no Windows! O serviço de busca de drivers do Windows Update é vergonhoso, para não soltar uma palavra pior. Quem vive formatando PCs de amigos, familiares ou até mesmo clientes, deve conhecer o DriverEasy. A versão gratuita limita a velocidade de download dos drivers, mas ainda assim o programa é muito bom. Para uma empresa do porte da Microsoft o preço provavelmente não seria proibitivo, e o retorno para os usuários seria extremamente positivo.

Antes que me critiquem: não me refiro às telas do DriverEasy. A interface poderia ser mais próxima dos assistentes do Windows mesmo. O essencial ali é a funcionalidade dele: ele reconhece quase todos os tipos de dispositivos, e permite baixar drivers que realmente funcionam! Tudo bem que muitos não foram testados nem certificados, mas é melhor ter isso do que nada. Buscar drivers para placas antigas é um sufoco. Se já é ruim para quem lida direto com a coisa, para os usuários comuns a situação é ainda mais crítica.

A Microsoft poderia colocar algum aviso extra, indicando que o driver não foi testado e é fornecido apenas por mera conveniência… Deixando isso bem claro acredito que ela não teria problemas com entidades reguladoras, nem seria processada por fornecer algo que não funciona.

Mais ferramentas administrativas para entusiastas e profissionais

Aproveitando, adicione alguns MB com os aplicativos da SysInternals. A Microsoft já comprou a SysInternals, os apps dela seriam uma mão na roda se já viessem no Windows… Seriam bem mais conhecidos, facilitando a vida dos administradores e entusiastas.

Process Monitor

Process Monitor: um programa que dispensa comentários, vale experimentar

Inclusão de todas as bibliotecas do .NET Framework

O Windows viria com todos os .NET frameworks já lançados, sem exigir downloads extras. A princípio eu nem teria lançado essas coisas, se pudesse. Sem as frescuras do .NET poderíamos ter as mesmas exigências de APIs do Windows 2000 nos dias atuais, sem grandes prejuízos, com leves alterações. Remover ou descontinuar o .NET seria uma decisão polêmica, hoje inviável, não dá para voltar atrás tão facilmente. Incluir todas as versões das bibliotecas de runtime do .NET já bastaria. Deixar de desenvolver o ecossistema “.net” daqui para frente poderia ser bom a médio e longo prazo, garantindo maior tempo de suporte aos aplicativos de terceiros com as APIs nativas.

Infelizmente o .NET Framework quebra a compatibilidade com os apps num curto espaço de tempo (tente instalar o Turbo Delphi 2006 no Windows 7 ou 8 por exemplo…).

.NET Framework antigo no Windows 8

Às vezes dá para ignorar e continuar; alguns programas não funcionam

Esse Windows até parece Linux com suas dependências loucas (conheço e uso Linux, e não retiro o que falei: dificilmente um executável com interface gráfica compilado em 2006 roda numa distro atual, em 2012…). No Linux quase tudo é open source, basta portar e recompilar, de forma que a dependência de bibliotecas raramente é um problema.

Mas no Windows é diferente, quase tudo é fechado dos mais variados desenvolvedores, com milhares de aplicativos de terceiros que não funcionam nas novas versões por uma simples bobeirinha artificial… Considerando que o código nativo pode oferecer compatibilidade desde o Windows 95 até o 8, o .NET Framework foi uma das piores invenções de todos os tempos.

Vide a estabilidade e confiabilidade do Inno Setup, há muitas versões dele compiladas com o Delphi 2 que rodam em todas as versões de Windows com suporte a 32-bit. Manter sistema de legado é complicado, eu sei, mas odeio o .NET do ponto de vista de um mero usuário, nada me fará pensar diferente. Como dev já não odeio tanto assim, as coisas ficam melhores… Mas estamos colocando o usuário em primeiro lugar para os objetivos deste artigo de exercício da imaginação. Se a incompatibilidade com versões antigas do .NET não fosse um problema… Ele seria menos pior e eu não o xingaria tanto. Tenho horror do Windows quando tento instalar um programa de alguns anos atrás e pipoca uma tela de incompatibilidade da versão do .NET framework.

Redução no valor da licença para usuários domésticos

Preços mais baratos. Mais barato vende mais, reduz a pirataria… Enfim. A promoção do Windows 8 no lançamento é a prova disso: 4 milhões de upgrades nos primeiros 3 dias e 40 milhões no primeiro mês. Isso exclusivamente via download (não é todo mundo que pode baixar uns 3 GB). Fantástico. Quem dera fosse sempre assim. Boa parte das pessoas não topa pagar R$ 400 pra atualizar o sistema operacional a cada 3 anos.

Que tal uma versão gratuita?

E eu iria até mais além: tendo decisões mais estratégicas, daria para viabilizar uma edição gratuita, mais limitada, porém funcional; e ganhar com venda de apps (caso do Windows 8) ou publicidade. Sempre vai ter quem queira tirar a publicidade ou aplicar hacks, mas ainda assim seria possível fazer algo legal. Uns tiles de publicidade na tela inicial do Metro não matariam ninguém. Aliás, tela “Metro”? Comento logo mais.

Como poderia ser uma versão gratuita do Windows?

As sugestões do Windows gratuito:

  • Publicidade em algum canto da tela, não intrusivo (tela inicial no modo Metro, tela de bloqueio, proteção de tela, como no Kindle…).
  • Alguns limites que incentivassem o upgrade para a versão paga, mas nada tãaao limitador. Poderiam remover algumas opções do painel de controle e recursos avançados, como configuração de redes com IP fixo, por exemplo, BitLocker, configurações avançadas do “Meu computador”…
  • Daria para remover também coisas como suporte a duas ou mais placas de rede, suporte a vários monitores, compartilhamento de arquivos na rede local, etc.
  • A versão Pro não custaria mais do que uns US$20 ou US$ 30. A Microsoft tem 90%+ do mercado de desktops, ela não precisa mais ganhar dinheiro cobrando absurdos pela licença do Windows. Eu preferia ver mais gente com Windows original, pagando com gosto, do que deixar a pirataria rolar solta em boa parte dos lares.

Vide o sucesso da Apple: as atualizações para o OS X são baratas, e quase todo mundo que pode roda a versão final. No caso do Windows, muita gente evita os upgrades, seja por birras ou receios (caso do Vista e Windows 8) ou falta de dinheiro ou necessidade mesmo (caso de empresas com muitas máquinas).

O modo Metro seria opcional durante a transição

Sob meu comando a interface do Windows 8 moderna seria opcional, pelo menos na transição: ela poderia ser desativada pelo painel de controle, e haveria um menu Iniciar clássico no desktop. Inclusive um menu clássico estilo Windows 9x/Me/2000, porque não? Coisa fácil de manter. Muitas pessoas que conheço gostam dele. EU gosto dele. E manter ele não requer nada de especial: o código não precisa ser atualizado, ele só tem uns itens fixos e lê atalhos em algumas pastas para montar as listagens… Moleza. Pensando na personalização, eu manteria. Salve KDE!

Tecnicamente é moleza desativar o ambiente “Metro”, vide o Windows Server 2012!!! De Metro ali praticamente só tem a tela inicial com atalhos para apps dekstop e a barra de charms… Acho que não pegou bem empurrar a tela Metro goela abaixo de todo mundo nos desktops controlados por teclado e mouse. A opção para desligar o computador ficou oculta para os iniciantes na plataforma, até parece o GNOME 3.

O ambiente Metro não é vital no Windows 8, mas forma a principal queixa pública sobre ele. Muito preconceito. Vejo isso pessoalmente com amigos. Mesmo tendo o sistema bem melhor, mais rápido, consumindo menos recursos, com vários aprimoramentos interessantes e etc… Muita gente que eu conheço vai adiar o upgrade só por causa da maldita tela “Metro”.

Nota: eu sei que o ambiente moderno do Windows NT Workstation 6.2 não se chama mais “Metro”, mas o chamarei assim por um bom tempo ainda, certo? Uso o Windows 8 desde o Developer Preview e não vai ser fácil largar esse hábito, eu nem tento largá-lo na verdade, haha.

Desejo atendido: menos edições, mais recursos!

Menos edições, mais recursos para todos. Felizmente fizeram isso com o Windows 8, deixando no varejo só o comum (Home Edition, Core, seja lá como vão chamar depois) e o Pro. Chega daquela parafernalha de versões confusas (para muitos…) que começou no Vista e resistiu até o 7 (Starter, Home Basic, Home Premium, Business/Professional, Ultimate).

A MS poderia continuar cobrando caro pelas versões de servidor, eu não me importaria tanto (sou entusiasta de Windows nos desktops; em servidores a história aqui é outra). Mas reduzir os custos poderia permitir que ela passasse a tomar umas porcentagens do Linux também, poderia ser interessante (empresa = comércio = LUCRO, nada demais em querer atacar a concorrência num mercado de forma limpa, reduzindo o custo da licença em busca de um volume maior de vendas).

Ramdisks nativas, tanto via linha de comando como interface gráfica

Opção nativa de criação de ramdisk!!! Esse é o recurso mais sensacional de todos os tempos para os hardwares modernos, elogio demais porque USO, e não seria complicado implementar. O próprio Windows usa durante a instalação… Não vou entrar no mérito do que é ramdisk aqui porque eu iria aumentar muito o texto, já que só tenho elogios a esse tipo de “disco” e não vejo a hora de ter uma placa com uns 64 ou 128 GB de RAM (tenho uma merreca hoje, só 8 =/ ). Deixei neste parágrafo mesmo dois links que podem esclarecer o que é ramdisk e quais os benefícios em usar uma (ou mais).

Windows To Go para todos e liveCD/DVD/USB

Windows To Go na edição mais básica, ou pelo menos na Pro. É útil pra entusiastas, técnicos, administradores diversos… Não vejo com bons olhos isso apenas na Enterprise. Pô, esse seria um recurso e tanto do Windows!!! Instalar o sistema num pendrive é demais… Nem que fosse necessário logar numa conta online uma vez pelo menos a cada boot pra poder utilizá-lo nesse modo, para validar a licença…

Além de instalar… LiveCD/DVD/USB!!! O DVD de instalação poderia rodar aplicativos, o Explorer, etc… Não seria difícil fazer o Windows rodar como liveCD! Mesmo com limitações no tipo de programa que ele poderia abrir… Se for proteger pra não rodar pirata, novamente: poderia exigir login online (salve Ubisoft…) ou limitar o uso a, digamos, 60 minutos, exigindo reinicialização.

Do ponto de vista da Microsoft isso atacaria o uso do Linux como liveCD, já que com frequencia o Linux é usado para corrigir problemas do Windows.

Parcialmente atendido: localização em todas as edições

Suporte a vários idiomas em todas as edições… Parcialmente feito com o Windows 8. Ainda não vi, mas parece que em alguns mercados o Windows 8 é fornecido sem a possibilidade de trocar o idioma. É um DVD, poxa, daria pra adicionar uns 15 ou mais idiomas de boa (seria útil pro live) no espaço restante. Não tem problema que a imagem fique com quase 4,7 GB.

Se fosse o caso, poderia ser liberado um download de uma edição “core” sem vários componentes, que talvez até mesmo poderia caber num CD de 700 MB (há meios de personalizar o Windows Vista e deixá-lo com 700 MB por exemplo, com componentes removidos!) Muita coisa poderia ser instalada depois, sob demanda, pela internet. Estamos falando de usabilidade, de fornecer o que os usuários querem! Nada demais. Linux já faz isso há muito tempo… A MS poderia melhorar o Windows nesse ponto, agradaria muita gente. Não acho necessário reduzir a 700 MB (apenas comentei), mas incluir os idiomas no DVD não parece tão ruim. Quem baixa 3 GB pode muito bem baixar 4. A leve sugestão de uma edição em CD de 700 MB ajudaria quem quer comprar via download mas tem conexão lenta.

Sandbox para os aplicativos

A Microsoft deveria comprar o Sandboxie. Ele é um programa fantástico que cria “caixas de areia” para rodar os aplicativos, inclusive os instaladores. Dá para ter várias caixas de areia, cada uma podendo rodar diversos aplicativos. Basicamente os apps que rodam numa sandbox não têm acesso de escrita nos arquivos do sistema ou do usuário. Todas as tentativas de ler algum dado são completadas com sucesso a partir dos arquivos reais, caso não existam na caixa de areia. Já as gravações, não: alterações no sistema de arquivos ou registro são redirecionadas para uma sandbox.

O programa pensa que apagou um arquivo, por exemplo, mas na verdade não apagou. Um instalador pensa que criou uma pasta dentro da Arquivos de programas, mas na verdade criou dentro duma sandbox. Um spyware pensa que se configurou para iniciar automaticamente, mas na verdade a configuração que ele alterou jamais será lida quando o Windows for iniciado…

Esse recurso é excepcional, e seria muito interessante vê-lo implementado de forma nativa. É perfeito para testar programas sem receios de alterações graves no sistema operacional ou dados do usuário. Não gostou? Basta apagar a sandbox e começar de novo.

Os dados são persistentes: um programa pode ser instalado numa sandbox e executado inúmeras vezes: tudo o que ele gravou ou configurou fica exatamente como deixado, sem afetar o sistema real. Os programas de fora da sandbox nem ficam sabendo das alterações feitas.

Enquanto isso não existe no Windows de forma nativa, vale baixar o Sandboxie. É um dos melhores softwares para Windows já feitos.

Suporte a sistemas de arquivos da concorrência

Suporte nativo a todos os sistemas de arquivos possíveis e imagináveis com um uso razoável mundo afora. Seriam poucos KB ou MB a mais no sistema, algo insignificante perto do tamanho do Windows, mas que melhoraria radicalmente a experiência de uso para quem depende de vários sistemas.

Ext2, Ext3, Ext4, ReiserFS, HFS+, etc. Os comumente usados pelo Linux dá para implementar por meio de componentes open source sem pagamento de royalties, seria bem fácil. O Windows poderia não ser instalável nestes outros sistemas de arquivos, mas pelo menos ler e gravar dados em partições deles seria algo fácil demais de implementar. Só falta vontade mesmo.

Instalação ainda mais simplificada

Instalação facilitada, especialmente em HDs novos ou confirmando que pode apagar tudo: com menos cliques, com um resumo de todas as informações na mesma tela… Facilitaria imensamente o processo de “formatação”.

O recurso de restauração ao estado original do Windows 8 chega bem perto disso, com a grande vantagem de permitir manter os arquivos do usuário. O problema é que isso não funciona quando a imagem do sistema no HD é danificada (seja por vírus, drivers ou alterações indevidas, em situações onde o Windows não inicia mais…). A instalação do Windows via DVD é muito fácil, é fato, mas ainda assim é confusa para a maioria dos usuários de computadores. Poderia ser mais simples, porque dificultar tanto? Eu pensaria na praticidade. Um clique num botão só e pronto, no máximo pedindo para escolher o HD em caso de vários HDs, com um botão extra para quem quisesse cuidar do particionamento manualmente.

Falando na instalação, uma opção avançada que sinto falta: seria interessante deixar um checkbox para não sobreescrever o MBR do disco no qual o Windows for instalado. Facilitaria muito a vida de quem usa dual boot, sem perder o GRUB (ou outro gerenciador qualquer) a cada instalação do Windows.

A volta do Aero… A única coisa boa do Windows Vista 😛

Ah, a volta do Aero!!! O estilo quadradão com as sombras e transparências ficou muito lindo nas versões de desenvolvimento do Windows 8, não consigo aceitar a remoção do jeitão do Aero na versão final.

Aero nas versões de testes do Windows 8

Acima, bom exemplo da janela com linhas retas e as transparências; tela de uma compilação de desenvolvimento;
Abaixo, tela da versão final do Windows 8 com sua cor lisa.

Janela do Windows 8 final: sem Aero

Para mim a aparência das janelas no Windows 8 Consumer Preview foi a melhor de todos os tempos. Simples, elegante e muito bonita com as transparências suaves.

Falta mais alguma coisa? Deve faltar…

De imediato são estes os pontos que lembrei.

Infelizmente boa parte vai ficar apenas em sonho: eu não trabalho para a Microsoft, não tenho poder de influência nenhuma lá… E o Windows é fechado.

Sonhar não custa: que tal um Windows open source?

Aliás, falando em Windows ser fechado… Se eu estivesse nos altos cargos da MS acredito que acabaria abrindo alguns componentes do sistema. Bugs de longa data seriam corrigidos rapidamente pela comunidade. Algumas coisas seriam desenvolvidas mais rapidamente… Não permitiria o uso do nome em “remixes”, mas… Facilitaria bastante a questão da personalização.

Se não quisessem abrir o Windows em si, poderiam começar abrindo alguns elementos, que poderiam ser atualizados de forma separada: os apps nativos, por exemplo, como o Bloco de notas, Paint, os apps modernos do Windows 8, o firewall…

O Windows é razoavelmente bom, já domina há eras o mercado de desktops, não sente cócegas do OS X nem Linux (não em porcentagem… mas em números absolutos os outros sistemas até que fazem um grande sucesso…).

A Microsoft não precisa mais que ele seja tão fechado como antes. Ninguém vai roubar o projeto de uma hora pra outra e fazer mais sucesso que o original (embora essa possibilidade não poderia ser totalmente descartada). 

Como sou entusiasta de software livre, provavelmente eu partiria pra esse caminho uma hora ou outra. Com a participação de mercado que o Windows tem acho muito difícil existir algum tipo de fragmentação caso o Windows fosse aberto. Poderiam usar uma licença que exigisse que todos os trabalhos derivados fossem compartilhados pela mesma, algo próximo da GPL… Forks seriam inevitáveis, os comerciais poderiam ser proibidos pelo EULA… Mas não acho que seriam tão assustadores. Há ‘n’ versões de distros Linux, mas no fundo o kernel e as ferramentas básicas rodam em todas… Isso poderia ser mantido facilmente no ecossistema Windows.

Bem, claro que a MS não iria querer abrir mão do lucro de uma das suas principais fontes assim, de uma hora pra outra… Mas sei lá, nos próximos anos parece que o Windows perderá um pouco a sua relevância (na verdade os desktops em geral). Ver um Windows open source seria muito louco. Forças aí, ReactOS, quem sabe um dia…

ReactOS

ReactOS: um clone open source do Windows

Essa é uma decisão difícil. Ela poderia ser benéfica em termos de melhorias do software, mas acabaria quase que na hora com os lucros de Windows da Microsoft. Isso provavelmente só seria adotado em último caso (se o Linux chegar a 50% dos desktops algum dia, talvez a MS apele para um novo Windows, diferente de tudo o que conhecemos…).

Considerando a migração dos usuários de internet para tablets, smartphones, TVs… O aumento na quantidade de pessoas que ligam cada vez menos os desktops… É impossível prever um ano em que isso ocorreria, ou mesmo se isso ocorreria, mas enfim: eu gostaria de ver um Windows open source. E a redução no número de usuários poderia motivar essa estratégia, talvez.

Migrar para um esquema de código aberto não seria péssimo, como muitos podem julgar. Quebraria paradigmas, mas não seria completamente ruim. Por exemplo, a Apple usa alguns elementos open source no OS X. O Google tem o Android e Chrome OS como bons exemplos abertos, sem contar o próprio navegador Chrome, tudo mantido com o código amplamente disponível… Nesses casos não há medo de que terceiros “roubem” os projetos originais.

Suposição demais esta parte, né? Eu também duvido e não acredito que isso acontecerá um dia vindo da Microsoft, apenas comentei que seria interessante ver.

Todavia o mundo dá voltas, o impossível de hoje pode não ser impossível amanhã. Se um dia o Windows for vendido para alguma outra empresa (Google?)… Algumas coisas ditas como impossíveis há alguns anos vieram acontecendo, como a popularização dos tablets, a compilação do Windows para ARM, o uso do kernel do Windows NT em smartphones…

Enfim, é isso!

Fico feliz ao ver que várias ideias que eu tinha há tempos foram implementadas no Windows 8, ou nas últimas versões: redimensionamento de partições, montagem de arquivos ISO e VHD, volta a duas edições de varejo em vez de um monte (SKUs), etc.

Ah, nesse texto evitei falar de bugs: procurei focar em novos recursos ou aprimoramento dos atuais. Em termos do que considero bugs, para citar só um, o que mais me irrita é a ordenação de arquivos no Windows Explorer: ela é incrivelmente lenta, em todos os PCs que já experimentei. A ordenação por data (modificação, criação, etc) ou tipo deveria ser imediata, especialmente quando feita nas janelas abrir ou salvar. Em termos de experiência esse bug é crítico, perde feio para o OS X e diversos ambientes desktop no Linux.

Uma vez que a MS se livrou da limitação no tamanho da imagem de CD do XP para o Vista, adicionar mais algumas centenas de MB à imagem de DVD não trará prejuízos consideráveis. A passos lentos o Windows vem incorporando cada vez mais recursos que antes só eram possíveis com aplicativos de terceiros. Por mais que muita gente não goste, ou continue usando as soluções de terceiros, tornar o sistema operacional mais completo não é uma coisa ruim para a maioria dos usuários. Pelo contrário! Tudo ficaria mais prático.

E você, o que acha que falta no Windows? O que poderia mudar? Comente 😉

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