OPINIÃO: Para desespero dos fanboys, Intel confirma parceria com a AMD

OPINIÃO: Para desespero dos fanboys, Intel confirma parceria com a AMD

Uma das guerrinhas mais bobas e toscas encontrada nos comentários da imprensa especializada em tecnologia é o embate AMD x Intel. O embate em si, a discussão sobre os lançamentos que cada empresa investe, é sempre válido, a parte da bobeira e tosquice começa quando entra em cena um grupinho desprezível, que já comentei nesse artigo, os famosos fanboys.

Para desgosto e desespero dessas pessoas que vivem suas vidas em prol de defender empresas como se fosse um familiar ou amigo próximo, haverá um Core-Radeon. Isso mesmo, a união de um processador Intel baseado na família Core, com uma iGPU (chip gráfico embarcado) da família Radeon, que pertence a AMD.

O rumor dessa parceria estava circulando desde o final de 2016, quando Kyle Bennett, editor-chefe do site HardOcp, disse que ambas as companhias já teriam assinado um acordo para que o chip gráfico integrado dos processadores Intel conte com tecnologias Radeon Graphics, da AMD.

Essa aliança vista como desdén por muitos ganhou um dimensão tão grande, que em maio deste ano, após alguns dias do site Fudzilla, que assim como o HardOcp, ter confirmado que o contrato já havia sido firmado, um porta-voz da Intel chegou a desmentir que um contrato de licenciamento com a AMD havia sido firmado.

Muito se cogitou também que o acordo era tratado pela Intel com muito cuidado, que a empresa não queria de forma alguma divulgar aos quatro ventos que seus processadores iriam ter o chip gráfico da AMD. Seria pago apenas o licenciamento, e isso não necessariamente significaria que o logo Radeon teria que ser estampado nas campanhas de marketing da companhia.

Outro rumor que também ganhou força foi que esse processador que une o melhor da Intel e AMD, seria lançado ainda em 2017. Este ponto, realmente está incorreto. Esse chip será lançado apenas no início de 2018. Mas isso é o de menos, o que importa é que esse produto realmente está sendo produzido, e marca uma união de forças dessas empresas gigantes para combater uma outra potência: NVIDIA.

Core + Radeon+ HBM2:

Mesmo com a retomada apoteótica que a AMD conseguiu com a linha Ryzen, nos últimos anos ficou bem clara a seguinte divisão: Intel é melhor nas suas arquiteturas de CPU e AMD se sai muitíssimo bem no desenvolvimento de tecnologias gráficas. E é justamente nesses dois pilares que é baseado essa aliança.

A relevância das GPUs no mercado, assim como os dispositivos móveis, aumentam ano a ano, e para ficar ainda mais forte no segmento de dispositivos móveis que unem um bom processador com chip gráfico mais robusto é que se explica a parceria entre Intel e AMD.

Foi a Intel que convidou a AMD para a concepção desse projeto, que de acordo com a gigante de Santa Clara é uma evolução dos chips da 8º geração Intel Core, que terão como chip gráfico uma GPU Radeon semi-personalizada. 

Esse projeto que conta com a tecnologia intitulada Embedded Multi-die Interconnected Bridge (EMIB), vai muito além de um simples SoC, na verdade ele é tratado como um SiP (System-in-Package), que além da CPU e GPU, ainda combina memórias HMB de segunda geração (HBM2).

Scott Herkelman, vice-presidente e gerente-geral da AMD Radeon Technologies Group, diz em comunicado, que essa união permitirá que os os jogadores e criadores de conteúdo possam desfrutar de games AAA e aplicações voltada para criação de conteúdo. 

A Intel ressalta que esse é o primeiro processador móvel a contar com memória HBM2, que consome bem menos energia e ocupa menos espaço quando comparada com outras tecnologias como a GDDR5. Isso permitirá o desenvolvimento de portáteis ainda mais finos, podendo alcançar uma espessura entre 16mm e 11mm.

Especificações:

Novos rumores apontam que essa solução seria vendida no mercado como “Kaby Lake G”, e seriam dois modelos: Core i7-8705G e Core i7-8809G, ambos com quatro núcleos e oito threads. Clocks que variam entre 3.1 GHz e 4.1 GHz (modo Turbo). Esses novos chips teriam também 4 GB de memória HBM2 com clock entre 700 MHz e 800 MHz.

O chip gráfico Radeon teria 24 CU (Cumpute Units) e 1536 Stream Processors. O clock de operação estaria entre 1000 Mhz e 1190 Mhz, dependendo do modelo. 

Benchmarks vazados no GFXBench apontam que o 694C: C0 (nome interno do Core i7-8809G) tem uma performance de quase 50%, comparado ao 694E: C0 (Core i7-8705G).

Core i7-8705G, no Ashes of The Singularity, em 1080p na predefinição baixa, alcançou 62,9 fps. 

Obviamente uma solução separada entre um chip Intel e uma placa de vídeo NVIDIA, trará melhores resultados, mas é uma grande novidade essa parceria com a AMD, que valoriza a integração em um único chip, oferecendo mais performance gráfica, para um portátil que não necessariamente se encaixa nos modelos de produto “gaming” e que preza o equilíbrio entre performance, peso e espessura, com um preço não tão elevado. A previsão é que esses notebooks custem US$ 1.200 e US$ 1.400.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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