O Modo Noturno nas câmeras dos smartphones permite tirar fotos claras e nítidas em locais escuros e funciona com uma junção de configuração de hardware com as lentes e um pós-processamento com o software. Usando inteligência artificial, o aparelho consegue tirar múltiplas fotos de uma cena e uni-las para formar uma imagem de qualidade.
Entenda melhor como esse processo acontece, detalhes de como isso é possível, vantagens e desvantagens do novo recurso que já está presente em diversos aparelhos hoje em dia.
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Melhorando as fotos tiradas no escuro
Um dos componentes que mais evolui nos smartphones atualmente é, sem dúvidas, a câmera. As melhorias chegam de forma rápida, e mesmo que ainda não estejam disponíveis para todos, já aparecem nos aparelhos mais premium e tops de linha.
Uma dessas melhorias que chegou há pouco tempo nos principais smartphones das fabricantes é o Modo Noturno da câmera. Antes dele, para se tirar uma foto decente de um local escuro ou a noite, era preciso usar o flash da câmera.
A solução não era exatamente a ideal, principalmente porque muitas pessoas acabavam saindo com os olhos fechados por causa da luz forte. Outra desvantagem é que para usar uma boa iluminação em fotos, é preciso que essa luz seja cuidadosamente preparada, com um ângulo que favoreça o objeto fotografado, e no caso de smartphone não dá para fazer isso. O flash é fixo e vem apenas de uma direção.
Com a chegada do Modo Noturno, as câmeras passaram a ter a capacidade de tirar fotos de qualidade e com boa iluminação mesmo em locais escuros e sem precisar de nenhuma fonte extra de luz.
Ele também é conhecido como Modo Noite, e é um recurso que traz uma melhoria nas capturas de fotos nesses ambientes com pouca iluminação. Para que isso dê certo, ele utiliza não apenas os ajustes nas próprias lentes da câmera mas também contam com um software capaz de fazer um pós-processamento da imagem e deixa-la com uma maior qualidade.
Esse recurso está presente tanto nos aparelhos iOS quanto no Android. No caso do iOS o Modo Noturno está presente nas câmeras desde o modelo iPhone 11, e ele é ativado de forma automática quando a câmera detecta pouca iluminação na hora de tirar a foto. Já no Android uma das principais fabricantes que já usam o recurso é a Samsung, onde é preciso ativar de forma manual.
Entendendo alguns conceitos para entender o Modo Noturno
Antes de entender exatamente o que acontece com a câmera para que o Modo Noturno seja possível, é preciso antes entender alguns aspectos de fotografia que vão facilitar esse aprendizado. São conceitos sobre ISO, exposição e velocidade do obturador. Eles são conhecidos como “triângulo da exposição” e é o equilíbrio entre eles que faze uma boa imagem.
ISO é um conceito muito utilizando no mundo da fotografia e ele determina qual é a sensibilidade do sensor ou da lente em relação à luz. Quanto maior for o número do ISO, significa que ele tem mais sensibilidade, então mesmo locais com pouca luz disponível já é suficiente para que ele consiga proporcionar uma imagem mais clara e nítida. E é importante lembrar que nesse caso, tamanho importa. Quanto maior o sensor, mais níveis de ISO ele pode suportar e menos ruído é produzido nas imagens.
Porém isso não significa que quanto maior o ISO, melhor. Infelizmente aumentar esse valor vem com um preço. Quanto maior o ISO, mais a imagem fica com ruído. E quando isso é demais a foto fica com uma péssima qualidade. Por isso é preciso saber como balancear esse valor de forma certa. É aí que entram os programas de pós-processamento de imagem, para tentar diminuir esses ruído o máximo possível.
Assim como o ISO, o obturador da câmera também é responsável por controlar a exposição à luz. Ele é aquele dispositivo que abre e fecha dentro da câmera, as vezes de forma visível, as vezes internamente. É essa abertura que vai permitir a entrada de luz e quanto tempo essa luz vai ficar ali alcançando o sensor da câmera.
Quanto maior for o tempo de exposição da luz ali, mais clara ficará a foto, e é esse tempo que controla a velocidade do obturador. Esses detalhes afetam diretamente a iluminação da própria foto, já que se não houver exposição o suficiente ela pode ficar pouco nítida.
Como a câmera se comporta quando o Modo Noturno é ativado?
Como já explicamos, o modo noturno une uma configuração de hardware com as lentes e de software com o pós-processamento. Nos smartphones o que acontece é que quando você ativa o modo Noturno e tira as fotos, ela dispara diversas vezes. Em cada disparo ela configura diferentes níveis de ISO, exposição e velocidade do obturador.
É aí que entra o software do pós-processamento. Ele consegue unir essas imagens em uma só, tirando as partes mais positivas de cada uma. O resultado final é uma foto que apresente a melhor nitidez, iluminação e equilíbrio possível. É como se ele fizesse vários esboços durante a captura e no final unisse todos em um desenho final pegando a melhor parte de cada um.
Exatamente por esse motivo, quando se tira uma foto no escuro com o Modo Noturno, o mais indicado é que se faça com um tripé ou que tente manter as mãos o mais estáveis possível. Como existem diversas capturas diferentes, um movimento pode acabar estragando o processo já que pode acabar com imagens de ângulos diferentes ou até mesmo borradas.
Hoje em dia nos smartphones eles até indicam quantos segundos a captura vai levar, assim quem está tirando a foto saberá que deverá permanecer estável por esse tempo e evita que a pessoa se mova antes de acabar. Ainda assim é algo bem rápido, coisa de segundos mesmo.
É também por esse motivo que não é aconselhável usar o Modo Noturno da câmera do smartphone para tirar fotos de coisas ou pessoas em movimento, já que não vai sair legal pelos motivos já citados acima.
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