Confesso a você caro leitor que sou um grande fã de tecnologias relacionadas a display, acho simplesmente fantástico a história da evolução dos painéis e as demais features que os cercam. Atualmente nesse segmento o HDR e o Quantum Dot se destacam. Vamos a uma explicação rápida em relação aos dois:
HDR:
O High Dynamic Range (grande alcance dinâmico), popular HDR, é uma tecnologia importada do ramo da fotografia. Graças a essa tecnologia é possível ir além do que o equipamento oferece, já que graças a uma união de no mínimo três fotos com exposições diferentes garantem um resultado muito mais detalhado do que se fosse registrado em um único disparo.
No caso das TVs, o HDR tem como principal objetivo aproximar o usuário da captação original daquela reprodução, valorizando as cores, brilho e contraste. Indo para os extremos, o HDR oferece a possibilidade de o branco ser ainda mais brilhante e original, e o preto mais escuro e profundo.
Na imagem abaixo a LG faz uma relação entre o que há estamos habituados, o SDR com o HDR, exemplificando as diferenças práticas entre como o conteúdo é produzido e como que ele realmente é entregue para o consumidor final. Em TVS HDR a fidelidade sem sombra de dúvidas é muito superior.
Além das TVs compatíveis coma tecnologia, o selo UHD Premium determina os modelos compatíveis, também é necessário que o conteúdo esteja adaptado. A Netflix por exemplo já oferece alguns dos títulos de seu catálogo em HDR, como por exemplo a série Marco Polo. Em relação a conexão a Netflix ressalta que para desfrutar de conteúdos na resolução Ultra HD 4K e HDR é preciso no mínimo 25 MB.
Outra possibilidade que começa a ganhar forma é através do Ultra HD Blu-Ray, que é a evolução do Blu-Ray convencional, enquanto com Blu-Ray os títulos estavam na resolução de 1920×1080 o Ultra HD Blu-Ray eleva para 3840×2160, o popular 4K, além de contar com suporte a tecnologias como o HDR. Para desfrutar do Ultra HD Blu-Ray você também irá precisar de um novo player, capaz de reproduzir os novos discos.
Capa da versão Ultra HD Blu-Ray de Batman x Superman.
Quantum Dot:
Quantum Dot, ou ponto quântico é uma tecnologia baseada em nanocristais que está relacionada ao HDR. Já que para uma TV ser certificada para a reprodução de conteúdo em High Dynamic Range precisam emitir um brilho mínimo de 1.000 nits, o que é um valor bem alto, considerando que as TVs convencionais de hoje em dia emitem entre 300 e 500 nits, fica claro que TVs voltada para HDR precisam de grosso calibre.
As TVs de ponto quântico cumprem essa tarefa, proporcionadas cores sempre vivas, muito mais nitidez e ainda é bem mais econômica em relação aos LCD, já que assim como o OLED cada pixel só é iluminado quando necessário. Isso sem contar que não há uma espécie de vida útil estabelecida em relação a qualidade, problema que ocorre com o OLED por exemplo.
Embora não seja uma tecnologia estreante em TVs, o grande investimento por parte dos fabricantes está aparecendo agora. Atualmente a empresa que está mais investindo nessa tecnologia é a Samsung, durante a CES 2016 por exemplo companhia revelou a KS9500, que faz parte da classe SUHD, que é como a companhia sul-coreana se refere aos modelos 4K que contam com a tecnologia dos nanocristais, o Quantum Dot.
Além dessas duas tecnologias, outro atributo importantíssimo que apareceu nos últimos anos, e que infelizmente ainda está distante de muitos usuários, é a sincronia adaptativa. Descrevendo assim talvez você não ligue os pontos, mas e se eu mencionar as seguintes palavras: G-Sync e FreeSync. Ficou mais claro agora?
Essas duas tecnologias carregam fundamentos parecidos, porém aplicações um pouco diferenciadas. A grosso modo, graças a essas tecnologias é possível desfrutar dos games de uma forma muito mais fluida e natural, já que coloca a taxa de atualização do monitor em conjunto com o que está sendo produzido pela placa de vídeo, eliminando certos engasgos e problemas como o “rasgo na tela”, o famoso e odioso screen tearing.
O G-Sync pertence a NVIDIA, enquanto o FreeSync, é faz parte do hall de tecnologias da AMD. Porém, numa avaliação mais ampla o FreeSync pode ser considerado uma tecnologia de todos, já que como é baseada em padrões abertos a implementação torna-se mais fácil (entenda como mais barata) para os fabricantes, e logicamente para o consumidor final.
Já o G-Sync da NVIDIA, é baseado em padrões proprietários, e a implementação depende de um módulo que é adicionado ao monitor, o que acaba encarecendo o preço final da tela com essa tecnologia. Ambas funcionam muito bem com o hardware de ambas as companhias, o G-Sync casando com as placas de vídeo da NVIDIA, e o FreeSync em sintonia com as placas de vídeo da AMD.
A eliminação dos custos extras com o FreeSync está ligada ao padrão de conexão escolhido para que a tecnologia funcione, o DisplayPort, que também é padrão aberto, e a partir da versão 1.2a a sincronia adaptativa foi incluída.
Até pouco tempo atrás ninguém jamais imaginaria que tal tecnologia pudesse sair dos monitores e ser transportado para as TVs, porém no final do ano passado a AMD disse que a tecnologia também seria suportada no HDMI. Essa confirmação meio que criou uma esperança para que o FreeSync pudesse chegar oficialmente aos televisores.
Contudo vale lembrar que oficialmente o HDMI não oferece a tecnologia de sincronia adptativa, o que ocorre na verdade é que a AMD em parceria com Acer, LG, Samsung, entre outros fabricantes, desenvolveram uma extensão para que o HDMI seja compatível com o FreeSync, já que as especificações do HDMI permitem que sejam adicionadas features que expandam as capacidades da interface
Os primeiros monitores equipado com FreeSync via HDMI, foram anunciados pela Samsung em março de 2016. Entre os dois (CF591 e CF390), o destaque fica por conta do CF591 que traz um painel VA curvo de 27 polegadas, resolução Full HD, taxa de constraste 3000:1, 4ms de tempo de resposta e alto-falantes embutido.
O padrão mais recente do HDMI, é o 2.0a, lançada no ano passado, e que dentre suas principais novidades está o suporte ao HDR, porém novamente a sincronia adaptativa continuou de fora. A inclusão oficial desse recurso permitirá que as TVs recebessem de forma mais rápida tecnologias como o FreeSync. Antes que você pense que estou querendo puxar sardinha para o lado da AMD, é bom deixar claro que o FreeSync atualmente é o melhor cenário para essa adoção pelo simples motivo de ser um padrão aberto, o que elimina custos extras.
Quem também acredita que a sincronia adaptativa e o FreeSync chegarão às TVs é Richard Huddy, cientista chefe de jogos da AMD. Huddy acredita que ainda este ano serão anunciadas TVs com esses recursos, provavelmente entre esses parceiros da AMD que já apoiam a companhia com esse feature extra que leva a tecnologia ao HDMI. Isso abre precedente para que por exemplo novos consoles como o Project Scorpio, o próximo Xbox que promete games em 4K, e o PS4 Neo, versão repaginada do PS4, que irão aparecer no mercado em 2017 possam desfrutar dessa tecnologia que melhora e muito a experiência in game.
Além das badaladas TVs Ultra HD, Huddy também acredita que a tecnologia também chegue em HDTVs, o que seria muito bom, já que o número de opções seria bem maior, indo além das TV 4K, que convenhamos ainda estão caríssimas, ainda mais as que conta com HDR.
Embora a declaração de Huddy seja bastante otimista, não por acreditar na chegada do FreeSync as TVs, mas sim por apontar que os primeiros modelos sejam anunciados ainda em 2016, mas você sabe como é, a qualquer momento surgem novidades no mercado, e em relação as TVs e display é uma verdadeira bola de neve onde aperfeiçoamentos e recursos são adicionados bem rápido.
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