Conheça o editor de vídeos PiTiVi 0.13.4

Conheça o editor de vídeos PiTiVi 0.13.4
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Introducing PiTiVi (version 0.13.4)

Autor original: Jesse Smith

Publicado originalmente no: distrowatch.com

Tradução: Roberto Bechtlufft

Não, PiTiVi não é uma palavra formada aleatoriamente pelas letrinhas da sopa que eu tomei no fim de semana, mas sim o nome de um editor de vídeo para o Linux. A primeira vez em que topei com ele foi outro dia, enquanto experimentava o Trisquel Linux. O programa, que vem pré-instalado na distro, tem um layout simples para um editor de vídeo, e é bem fácil aprender a mexer nele. Em pouco tempo eu já estava me divertindo criando segmentos de vídeo e colocando-os em ordem na sala de edição virtual.

O projeto PiTiVi, fruto do trabalho de Edward Hervey, Alessandro Decina, Brandon Lewis e outros voluntários, é software livre lançado sob a licença LGPL. De acordo com o site do projeto, o trabalho é rápido e constante. O aplicativo é escrito em Python, e usa o GStreamer para importar e processar arquivos multimídia.

O PiTiVi está disponível nos repositórios da família Debian de distribuições, do Fedora, do Gentoo e do FreeBSD. Para quem usa outras distros, há pacotes de código fonte disponíveis no site do projeto. Aqui no Mint eu fiz a instalação via Synaptic, e tive um problema com dependências ao tentar abrir o programa. O PiTiVi precisa do plugin ALSA ou OSS do GStreamer, e nenhum dos dois foi incluído automaticamente no meu sistema durante a instalação. O programa até abria, mas mostrava um erro relacionado aos plugins e fechava. Foi só instalar manualmente o plugin ALSA do GStreamer que tudo foi resolvido. Quando tentei instalar o PiTiVi no PC-BSD por meio dos Ports do FreeBSD tive o mesmíssimo problema.

Começando um projeto no PiTiVi

A janela do PiTiVi tem quatro seções distintas. Como de costume, as barras de menu e ferramentas estão no topo. Na grande área vazia no centro, o usuário é convidado a arrastar arquivos de mídia e adicioná-los à biblioteca do programa. À direita há um pequeno media player, e na parte de baixo uma linha do tempo. A maioria dos controles fica desativada até que adicionemos mídia, e o botão que cumpre essa função fica destacado na barra de menu. Clique nele para adicionar arquivos de vídeo e áudio à biblioteca do PiTiVi.

Os vídeos aparecem com uma pequena prévia de seu conteúdo. O GStreamer faz o trabalho pesado de lidar com os arquivos de mídia em segundo plano, e a biblioteca aceitou quase todos os arquivos de mídia que eu tentei usar. Se você tiver o azar de ter que lidar com arquivos WMV, vai ver que o PiTiVi tem problemas para importá-los. Trata-se de um problema conhecido nas versões recentes do pacote “Ugly” do GStreamer, corrigido recentemente pelos desenvolvedores originais. Instalei a correção para o WMV via PPA do Ubuntu, e o problema foi resolvido.

Depois que os clipes são trazidos para a biblioteca, podemos arrastá-los para a área da linha do tempo na parte inferior da janela. Quando posto na linha do tempo, o clipe é exibido como uma série de fotos (no caso do vídeo) e ondas sonoras (no caso do áudio). Há um pequeno grupo de botões na parte inferior da janela para “cortar” os clipes em duas partes menores, remover clipes e separar o áudio do vídeo (ou uni-los). Os botões podem parecer meio abstratos, mas a interface da linha de tempo é intuitiva.

Para organizar os clipes, basta clicar e arrastar o vídeo para o local desejado. Clique no botão de corte para separar parte de um clipe e mover essa parte de forma independente do resto. Quando um clipe é arrastado para o lado do outro, os dois são unidos. Selecione um clipe e clique no botão Excluir para tirar o clipe da linha do tempo. No lado esquerdo da linha do tempo há uma pequena barra deslizante. Mova essa barra para que o PiTiVi aproxime ou afaste o zoom da linha do tempo, o que permite ser mais preciso ou ter uma visão mais abrangente.

No topo da linha, uma barra mostra a posição atual (tempo) do clipe. Clicando na barra, o usuário anda para frente ou para trás entre os clipes disponíveis, e uma foto do ponto atual é exibida na janela de visualização. Essa janela também reproduz os vídeos da linha do tempo.

Mixagem de som e vídeo no PiTiVi

Um recurso muito divertido é o de remover/anexar som ao vídeo. Geralmente quando movemos um clipe de vídeo no PiTiVi, a faixa de áudio correspondente se move junto. Logo, se temos um segmento com Julie Andrews cantando “The hills are alive…” e cortamos essa parte do resto do filme, o áudio vai junto com os quadros de imagem. Porém, com o clique de um botão, podemos separar o áudio do vídeo, o que nos permite combinar vários trechos de áudio e vídeo. Isso é ótimo para quem quer criar um vídeo musical, adicionar comentários ou fazer paródias.

Quando tudo estiver em seu devido lugar, temos que salvar nossa nova criação. O botão Renderizar na barra de tarefas do PiTiVi abre uma caixa de diálogo com duas opções. A primeira é o nome que vamos dar à nossa criação. A outra é o formato do arquivo de saída, onde temos uma vasta gama de opções. Dá para escolher a resolução e a taxa de quadros usando codificações predefinidas para DVD PAL ou NTSC, com definição de 720 ou 1080, VGA ou SVGA. Se nenhuma dessas opções agradarem, é só digitar sua própria resolução de vídeo e sua taxa de quadros favorita.

Também há níveis diferentes de qualidade de saída do som, e uma enorme variedade de contêineres e codecs disponíveis. Renderizei quatro projetos de tamanhos variados para testar o PiTiVi, usando formatos de entrada e saída diferentes. Na maioria das vezes, o resultado final foi o que eu esperava, se levarmos em conta minhas habilidades extremamente amadoras com edição de vídeo. A exceção à regra foi, mais uma vez, quando tentei usar arquivos WMV. A saída desse projeto teve problemas com a duração dos clipes, que às vezes ficavam mais longos do que o esperado.

Também tive problemas com os formatos de saída. Vídeos renderizados com todas as configurações padrão alternavam entre exibição em cores (que era o que eu queria) e em preto e branco, ou em um marrom meio desbotado, como aquele de fotos antigas. Mexendo nas configurações do programa para usar contêineres e codecs diferentes, consegui vídeos com qualidade mais alta. O tempo de renderização de cada vídeo varia um pouco, mas de modo geral o processo leva de uma a quatro vezes o tempo necessário para reproduzir o vídeo normalmente. Ou seja, um vídeo de cinco minutos em baixa resolução levou cinco minutos para ser renderizado, enquanto um vídeo de dez minutos com qualidade de DVD levou pouco menos de quarenta minutos por aqui.

Renderização de vídeo no PiTiVi

Nos meus testes, o programa teve alguns problemas de estabilidade, travando por várias vezes: duas ao copiar um clipe da biblioteca para a linha do tempo, algumas durante a renderização e uma ao remover um clipe da biblioteca. Espero que esses bugs sejam resolvidos, ou que uma função de gravação/recuperação automática seja implementada. Tirando esses problemas, o aplicativo funcionou bem, praticamente sem lags.

O que me impressiona no PiTiVi não é o fato dele ser um editor multimídia flexível; nós já temos alguns programas desse tipo na comunidade Linux. O que faz o PiTiVi se destacar é que ele torna a edição de vídeos uma tarefa intuitiva. Eu não costumo criar ou editar arquivos de vídeo, mas consegui trabalhar assim que abri o programa. Não precisei abrir nenhum manual ou tutorial, embora haja um breve tutorial no site do projeto. A interface do PiTiVi permite ao usuário aprender sem jargão e sem um monte de opções assustadoras. Quase tudo é feito com um simples arrastar e soltar, o que facilita as coisas para os interessados em criar seus próprios vídeos.

Créditos a Jesse Smithdistrowatch.com

Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br

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