O Clubhouse é a mais nova rede social do momento. Ela já existe há quase um ano, mas teve um boom agora no começo de 2021, quando diversas celebridades do mundo inteiro começaram a usar o serviço. O Clubhouse é uma plataforma de áudio que reúne milhares de pessoas em salas para conversarem sobre assuntos específicos.
Só em janeiro mais de 2 milhões de pessoas já passaram pelas salas do Clubhouse. Mas o que faz essa rede social tão atrativa? Será que é apenas o fator novidade? Descubra tudo sobre o Clubhouse nos próximos parágrafos e entenda como funciona a rede social mais badalada do momento.
O que é o Clubhouse?
O Clubhouse foi criado por Paul Davinson (ex-Pinterest) e Rohan Seth (ex-Google). Eles são amigos desde 2011 e fundaram juntos a Alpha Exploration Co., empresa responsável pelo Clubhouse.
O lançamento da rede social aconteceu em março de 2020, nos Estados Unidos, em pleno pico da pandemia no país do Tio Sam. E o objetivo dos dois amigos era criar uma plataforma onde várias pessoas pudessem conversar sobre temas diversos, tais como artes, cultura, literatura, cinema, comportamento humano, marketing, produtividade, tecnologia, viagens, enfim… basicamente qualquer tema do interesse dos participantes.
Porém, o diferencial é que a comunicação se dá apenas via áudio. Não é possível compartilhar fotos, textos, chamadas de vídeo e nada do tipo. O formato do Clubhouse lembra muito um podcast, mas sem edição e ao vivo. É como uma conversa de bar entre amigos.
O Clubhouse começou a ficar conhecido quando celebridades e grandes personalidades começaram a usar o serviço. Por exemplo, o excêntrico CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk, entrou em uma sala uma vez para falar sobre COVID-19, Marte e vacinas. Essa sala reuniu milhares de pessoas.
Além disso, várias celebridades já estão usando a plataforma de áudio, dentre elas Anitta, Ashton Kutcher, Boninho (diretor do BBB), Drake, Jared Leto, Oprah Winfrey, Terry Crews (pai do Cris) e até o Mark Zuckerberg em pessoa, que já está desenvolvendo um concorrente para o Clubhouse.
Como funciona o Clubhouse?
O Clubhouse funciona por meio de salas de bate papo. E dentro das salas há os speakers, ou seja, os oradores, aqueles que podem falar. E há também os listeners, ou ouvintes. Estes são os participantes que apenas ficam na plateia, ouvindo a conversa.
Quando você entra no aplicativo, ele te mostra uma lista de salas de discussão que estão ativas no momento e também outras que estão agendadas para acontecer em breve. Daí basta escolher em qual sala (ou clube) você quer entrar. Sempre você entrará como ouvinte, mas pode levantar a mão, pedindo permissão para falar. O moderador da sala decide se vai te dar a palavra ou não.
Você também pode criar as suas próprias salas e indicar as pessoas que irão participar da conversa. Outra possibilidade é criar um evento, agendando um dia, horário e criando uma descrição sobre o tema e os objetivos da discussão.
Cada sala possui um limite de participantes, que é de 5 mil pessoas. Além disso, as conversas não ficam gravadas depois do evento. É como uma conversa informal mesmo, entre amigos, você absorve os insights que acha mais interessantes e pronto. Não há como retornar a conversa em outros momentos. Uma vez encerrada a sala, encerra-se também a conversa.
Mas por quê só áudios?
A decisão de permitir apenas mensagens de áudio pode ser intrigante, tendo em vista que outras redes sociais permitem várias outras formas de interação. Mas a justificativa dos fundadores do Clubhouse faz sentido. Veja o que eles disseram:
“Sem uma câmera ligada, você não precisa se preocupar com o contato olho no olho, o que você está vestindo ou onde você está. Você pode conversar no Clubhouse enquanto você dobra roupas, amamenta, viaja, trabalha no seu sofá no porão ou indo para uma corrida. Ao invés de digitar algo e clicar em enviar, você estará engajado com um diálogo de ida e volta com alguém”.
E, de fato, eu acho uma justificativa plausível e interessante. Chamadas de vídeo muitas vezes impedem que você faça outras atividades. E em um mundo cada vez mais cheio de afazeres, isso se torna um problema. Poder trocar ideias enquanto faz outras atividades é sim um trunfo para o Clubhouse.
Exclusividade e convites
Apesar de estar em alta e já ter sido usada por mais de 2 milhões de pessoas, o Clubhouse ainda é uma rede social bem restrita. Para começar, ela só está disponível para iOS, portanto, apenas donos de iPhones e iPads podem acessar o Clubhouse por enquanto.
Mas ainda há outro impeditivo. Por estar em fase beta (fase de testes), o Clubhouse só aceita novos membros via convite. Ou seja, você precisa ser convidado por alguém que já esteja lá. É igual o Orkut, em seus primórdios. Quem lembra? E, em minha opinião, esse foi um dos motivos que aumentou ainda mais o hype em volta dessa nova rede social.
Você até pode criar uma conta sem um convite, mas não vai conseguir acessar as salas. Basta baixar o aplicativo na App Store, informar o seu número de celular e aguardar o código de confirmação via SMS. Depois de inserir o código, escolha o seu nick e corra atrás de um convite. O hype é tão grande que tem gente vendendo convites no Mercado Livre por R$ 100.
Caso você já esteja dentro e queira enviar um convite, é só clicar no botão em forma de carta na parte superior do aplicativo. Daí é só escolher o contato que receberá o convite. Ele receberá um código via SMS para inserir no Clubhouse e finalmente ganhar acesso ao clube.
Vai ter versão para Android?
Sim, terá. Os desenvolvedores já se manifestaram informando que já começaram a trabalhar em uma versão para o robozinho verde. No entanto, ainda não há uma previsão de quando esse aplicativo será lançado.
Na verdade, no momento, eles estão mais preocupados em otimizar os servidores para receber todos os novos usuários que estão chegando todos os dias. E a política de se usar convites também ajuda nisso, pois eles podem controlar o crescimento do serviço, ajustando as necessidades técnicas, ao mesmo tempo em que geram expectativa e curiosidade no público.
Vamos falar sobre privacidade e segurança
O Clubhouse chegou em uma época onde muito se fala a respeito de privacidade e segurança de seus dados na internet. Por isso há também toda uma preocupação com respeito a isso.
Na Política de Privacidade e nos Termos de Serviço o aplicativo explica que tem acesso a alguns dados pessoais, tais como nome, número de telefone, foto e e-mail. Estes dados ficam salvos nos servidores do Clubhouse. Além disso, eles coletam informações referentes a como você usa o serviço, como por exemplo, as mensagens enviadas, quais salas foram abertas por você, quais os temas mais frequentados e assim por diante. Todos esses dados servem para que eles melhorem a experiência de uso e recomendem conteúdos que tenham mais a ver com os seus interesses.
A empresa deixa bem claro que não vende seus dados, mas pode compartilhá-los com terceiros em algumas situações. Veja esse trecho da Política de Privacidade:
“A empresa não vende seus dados pessoais. Em certas circunstâncias, podemos compartilhar as categorias de Dados Pessoais descritas acima sem aviso prévio, a menos que exigido por lei”.
É importante salientar também que o Clubhouse grava temporariamente as conversas das salas. Depois que a sala é encerrada, a gravação também é deletada dos servidores. A menos que um dos membros relate uma violação ou alguma atitude grave. Daí a gravação não é excluída para fins de investigação.
Deixe seu comentário