2015 ficou marcado como o ano da maior queda na história do mercado de PCs

2015 ficou marcado como o ano da maior queda na história do mercado de PCs

O panorama atual do mercado de PCs pode ser facilmente associado a um paciente que está respirando por aparelhos, com alguns familiares e amigos mais próximos orando e torcendo por uma recuperação no mínimo milagrosa. Essa situação nada animadora é causada por uma infinidade de fatores, passando pela crise que assola boa parte dos países e até uma mudança na forma como os usuários interagem e lidam com a tecnologia, citar esses motivos pode ser muito clichê, mas também é um fato.

No ano passado então as coisas degringolaram de forma absurda, ao longo de 2015 publicamos diversas matérias sobre a queda nas vendas de PCs, tanto a nível de Brasil, que apresentou a maior queda em 10 anos quanto também à nível internacional.

E claro que quando falamos que as vendas caem de forma expressiva, diversos comerciantes são obrigados a fechar as portas, como também noticiamos no ano passado, com o relato da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que disse que 18.400 mil lojas foram fechadas em um ano.

Marcos Massala, um dos lojistas que  foram afetados pela crise ( faturamento de 2015 30% menor em relação a 2014), responsável pela Compolass,  disse que as pessoas estão comprando menos, dando preferência pelo reparo ao invés da aquisição de um novo computador. Um dos efeitos da crise, e até porque muitas pessoas já desconsideraram totalmente a necessidade de trocar completamente o computador, já que muitas tarefas hoje em dia acabam sendo realizadas por dispositivos móveis.

As novas informações sobre esse mercado são ainda menos animadoras, na terça-feira (12) a IDC, revelou que o ano de 2015 conseguiu ser inferior a 2013 (sempre lembrado como catástrofico para os computadores) no que tange a vendas de PCs. Pra você ter uma ideia no quatro trimestre do ano passado foram entregues somente 71,9 milhões de computadores em todo o mundo, uma queda de 10,6% em relação ao mesmo período de 2014.

Em 2014 o total de unidades vendidas foi de 308,3 milhões, já em 2015 esse número decaiu para 276,2 milhões de unidades, uma queda de cerca de 10,4%. E para completar o show de horrores, 2015 ficou marcado como o ano que a venda de PCs em sua totalidade conseguiu ficar abaixo dos 300 milhões de unidades, o que não acontecia desde 2008.

Dentre as empresas que mais venderam computadores no ano passado, aparece a chinesa Lenovo em primeiro lugar com 57,1 milhões de unidades, seguido pela HP com 53,5 milhões, Dell com 39 milhões, Apple com 20,8 milhões, e Acer com 19, 6 milhões.

Parte desse problema está ligado também as “próprias maravilhas do mundo moderno”, como por exemplo a permanência dos mesmos requisitos quando nos referimos a sistemas operacionais, querendo ou não a cada novo lançamento do Windows há um hype enorme no mercado, fazendo com que muitas pessoas queiram utilizar o novo lançamento, e como nos últimos tempos a base para rodar o sistema é praticamente a mesma não há mais aquela necessidade de ter que realizar uma série de upgrades, como aconteceu lá com o lançamento do Windows Vista por exemplo.

Tantos os analistas da IDC quanto os do Gartner apontam que 2016 pode ser um ano um pouco mais otimista para o mercado de PCs já que com o fim do processo de atualização gratuita para o Windows 10 muitas pessoas vão começar a considerar a aquisição de um novo computador que traga o sistema pré-instalado. E ainda há também o setor corporatitovo que a partir deste ano poderá começar a migrar para o Windows 10, um estudo da Forrester Research aponta que 49% das empresas envolvidas na pesquisa desejam atualizar para o novo sistema, o que poderá impactar as vendas de PCs

Se trouxermos a situação para o Brasil, que é o que nos interessa mais, as coisas são ainda um pouco mais desanimadoras, no ínicio de 2016 publicamos que foi sancionado o aumento de impostos sobre os produtos eletrônicos, uma aliquota de 11,75% relacionada ao PIS/COFINS, e que impactará ainda mais a decisão dos usuários em adquirir um novo produto eletrônico, seja ele computador, tablet ou até um novo smartphone, já que esses dispositivos ficarão ainda mais caros.

Nos anos 80, que foi a década em que os computadores começaram a estar disponíveis para usuário doméstico, esse mercado era algo totalmente de nicho, devido a alguns fatores como o preço por exemplo. Atualmente o preço não é mais o x da questão, e sim uma espécie de rota alternativa em que os usuários estão seguindo, mas se olharmos por uma visão panorâmica, os desktops podem novamente (talvez já até sejam) se tornar um nicho, esse nicho seria o dos gamers e entusiastas onde uma certa parcela mais direcionada investe uma boa grana em configurações de ponta para suprir a demanda de certas tarefas, e novas tendências como a Realidade Virtual e o 4K ,que até agora não emplacou, possa aumentar ainda mais a vontade de alguns usuários para esse segmento. A Intel por exemplo aponta que as vendas de PCs destinados a gamers estão aumentando cerca de 26% ao ano, mas ao mesmo tempo a companhia vê que alguns upgrades estão mudando de figura como por exemplo no que se refere a placas de vídeo, já que os chips integrados como o Iris ou Iris Pro estão conseguindo ser superior a cerca de 80% das placas de vídeo de entrada.

Porém, nicho como você bem sabe é algo altamente restrito e que foge do grande público, assim como o mercado de PCs está fugindo do pensamento de boa parte das pessoas.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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