Instalando

Em ambos os casos, existem basicamente três formas de instalar o firmware: através da própria interface de administração do roteador, onde você simplesmente grava a imagem do DD-WRT ou OpenWRT, no lugar do firmware do fabricante (em alguns casos a atualização é feita em duas etapas, com uma imagem preparatória sendo gravada primeiro), usando algum utilitário do fabricante para gravar a imagem, ou via TFTP que é o método mais robusto e menos propenso a falhas.

Em ambos os casos, é recomendável fazer a atualização via cabo, com um PC conectado diretamente à porta LAN do roteador usando um cabo cross-over. É fortemente recomendável também que você faça um hard-reset no roteador antes de começar, restaurando as configurações de fábrica.

O DD-WRT é uma boa opção para começar, já que a página inclui um bom localizador de dispositivos suportados, com as instruções para cada um. De uma forma geral, aparelhos baseados em SoCs Broadcom são os melhor suportados, mas o suporte a modelos baseados em SoCs de outros fabricantes vem melhorando a cada nova versão.

Para começar, basta acessar o http://www.dd-wrt.com/site/support/router-database e fazer uma busca pelos primeiros 3 ou 4 caracteres do modelo. Ele retorna a lista com as possibilidades e as instruções de instalação para cada um.

O WG602-v3 por exemplo possui apenas 8 MB de RAM e 2 MB de Flash, o que faz com que ele seja compatível apenas com a versão “micro” do DD-WRT. Apesar do nome, esta é na verdade uma versão bastante completa, carecendo apenas do suporte a VPNs, SSH, Asterisk, gerenciamento de hotspots e algumas poucas outras funções. A versão “Micro_OLSRD” inclui suporte ao OLSR, um protocolo para a criação de redes mesh (similar às usadas com o OLPC), que podem ser uma boa opção para criar redes comunitárias cobrindo grandes espaços. Para alguns modelos é necessário obter uma ativação, que é a parte comercial do projeto. Elas custam US$ 19 para dez usuários, mas é possível obter uma ativação gratuita para uso pessoal.

O processo recomendado de gravação no caso do WG602-v3 é a gravação via TFTP, que é na realidade a mais simples. Comece dando um hard-reset no AP, pressionando o reset por 30 segundos e, sem largá-lo, desconectando o cabo de energia (os mais paranoicos podem repetir isso 3 vezes, o que é chamado de “30/30/30 reset” e garante sem sombra de dúvidas que ele é realizado perfeitamente). Quando ele voltar à vida, verifique se ele voltou mesmo às configurações default (ele usa o IP 196.168.0.227, user “admin” senha “password“) e faça a gravação usando o tftp2.exe disponível no http://dd-wrt.com/wiki/index.php/TFTP_flash.

O TFTP é um protocolo simples de transferência de arquivos que é tipicamente usado em APs e roteadores com pouca memória para permitir o carregamento de arquivos, envio de logs e assim por diante. Antes de ser configurado o AP até mesmo aceita a gravação de firmware através dele, bastando com isso usar um cliente de TFTP em qualquer um dos PCs da rede.

No Windows XP o cliente TFTP vem ativado por default, enquanto no Windows 7 e Vista você precisa ativá-lo no “Painel de controle > Programas e recursos > Recursos do Windows” e marque o “Cliente TFTP”. Feito isso, abra o tftp2.exe, forneça o endereço IP do modem recém resetado (deixe a senha em branco, indique o arquivo do firmware , coloque o número de tentativas em 50 (ou outro valor alto) e clique no “Upgrade”:

No Linux você pode utilizar o comando “tftp“, que é instalado através do pacote de mesmo nome. Para usá-lo, use o comando “tftp endereço_IP” e use os comandos “binary” (transmissão binária), “rexmt 1” (tentar de novo a cada 1 segundo) e timeout 60 (por 60 segundos), seguido do comando “put” e o nome do arquivo a transferir, como em:

$ tftp 192.168.0.227
> binary
> rexmt 1
> timeout 60
> put dd-wrt.v24_micro_generic.bin

Em ambos os casos, o cliente ficará em loop tentado fazer a gravação. Neste momento, reinicie o modem e ao acordar ele pegará uma das tentativas e a gravação começará. Se não der certo pela primeira vez, tente novamente: existe uma “janela” de atualização, que fica ativa apenas por alguns segundos cada vez que o modem é iniciado.

Outra forma de fazer isso é abrir uma janela do terminal e usar o comando “ping -t 192.168.0.227 -t” (ou apenas “ping 192.168.0.227“) no Linux, o que fará com que o ping fique rodando continuamente. Ao reiniciar o AP, ele vai dar um “Destination Host Unreachable” e em seguida voltar a responder. No exato momento em que você volta a receber respostas, clique no “Upgrade” e você pegará a janela de atualização.

A atualização em si é rápida, mas é bom deixar o AP quieto por uns 10 minutos por garantia. Depois de concluída, reinicie o AP novamente e ele ressuscitará com o novo cérebro. O IP default do DD-WRT é 192.168.1.1, user “root, password “admin“. Basca reconfigurar o PC para usar um endereço dentro da mesma faixa e começar a se familiarizar com as opções.

Para outros modems, o processo pode ser um pouco diferente, como no caso do Asus WL500G Premium V2. Ele é um roteador high-end, que possui 32 MB de RAM e 8 MB de Flash, abrindo diversas possibilidades em relação às versões do DD-WRT. Em vez de ficar restrito à versão micro, você pode ir direto para a versão Mega, que inclui todos os recursos suportados, além de, claro poder usar alguma das versões menores caso assim deseje:

O processo de instalação no WL500G é também um pouco diferente. Em vez de gravar diretamente o firmware via TFTP (o que também pode ser feito, mas é mais problemático nesse modelo) o procedimento recomendável é usar uma ferramenta da própria Asus, o “Asus Recovery Tool”, para fazer a gravação, gravando primeiro uma imagem de preparação, a “dd-wrt.v24_mini_asus.trx” e gravar a imagem principal a partir dela.

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