Kaspersky Lab: ataques por ransomware na América Latina tiveram um aumento anual de 30% entre 2016 e 2017

Kaspersky Lab: ataques por ransomware na América Latina tiveram um aumento anual de 30% entre 2016 e 2017

De acordo com a empresa de segurança russa Kaspersky Lab, os ataques por ransomware na América Latina tiveram um aumento anual de 30% entre 2016 e 2017, com 57.512 detecções em 2016 e 24.110 até o momento em 2017. O Brasil lidera a lista de países com maior número de sequestro de dados, com 55% dos ataques relatados, seguido do México com 23,40% e da Colômbia com 5%. Globalmente, os países mais afetados são Turquia com 7,93%, Vietnã, 7,52% e Índia, 7,06%.

“De 2016 até agora, metade do malware detectado na América Latina pertence à categoria de Trojans, com o Trojan-Ransom tendo o crescimento mais rápido”, diz Santiago Pontiroli, analista de segurança da Kaspersky Lab, América Latina.

Os ataques de ransomware são direcionados principalmente ao setor de saúde, além de pequenas e médias empresas. A maioria desses ataques é por acesso remoto, aproveitando senhas fracas ou serviços incorretamente configurados.

“A ameaça com maior impacto na América Latina entre 2016 e 2017, sem dúvida, foi o sequestro de dados. O aumento do número de ataques direcionados foi notável não só na região, mas também no resto do mundo. Este tipo de golpe tornou-se uma epidemia global que causou milhões de perdas e danos irreparáveis em diferentes indústrias e que, por enquanto, não parece parar”, diz o especialista.

Alguns exemplos emblemáticos desses ataques são Petya ou PetrWrap, HDD Cryptor e o já famoso WannaCry, que infectou mais de 200 mil computadores em todo o mundo, dos quais 98% usavam Windows 7. Na América Latina, a maior propagação de WannaCry foi no México e no Brasil, seguido de Chile, Equador e Colômbia.

“O uso de exploits como EternalBlue e backdoors como o DoublePulsar ajudou o WannaCry a propagar-se automaticamente em redes internas, permitindo que cibercriminosos arrecadarem cerca de US$ 100.000, mas cujos danos superaram esse valor dentro das empresas afetadas” , explica Pontiroli.

Algo parecido aconteceu com o NotPetya um ransomware para fins de sabotagem que afetou principalmente Ucrânia, Rússia e outros países da Europa Oriental, e que foi distribuído por meio de um software legítimo comprometido, bem como sites de notícias ucranianos. Este malware destruiu arquivos sem possibilidade de recuperação e foi propagado dentro de redes internas através de exploits como EternalBlue e EternalRomance.

“No More Ransom”

A Kaspersky Lab em parceria com a Intel SecurityPolícia Nacional da Holanda e Europol, anunciou em julho o o site nomoreransom.com que fornece aos usuários informações sobre o que é o ransomware, como funciona e, mais importante, como se proteger.

“Hoje, o “No More Ransom” reúne mais de 100 parceiros de órgãos da lei, setor público e privado. Atualmente está disponível em 14 idiomas e em breve em 12 mais, e evitou perdas por US$ 8,5 milhões.
“Graças a esta iniciativa sem fins lucrativos, mais de 30.000 usuários em todo o mundo decifraram seus dispositivos e conseguiram diminuir, de certa forma, essa ameaça global. Completamos nosso primeiro ano e continuamos a incorporar parceiros em vários países”
, disse Pontiroli.

A empresa russa oferece também o Kaspersky Anti-Ransomware Tool for Business, uma ferramenta gratuita que oferece segurança complementar para proteger usuários corporativos contra o Ransomware. A ferramenta inclui o componente System Watcher, que detecta atividades suspeitas de ransomware, cria um backup temporário dos arquivos atacados e anula as alterações maliciosas, sem afetar o sistema.

Pontiroli adverte que a ameaça do ransomware continuará a aumentar se as medidas de prevenção apropriadas não forem tomadas. A respeito disso, ele enfatizou a necessidade de sempre fazer backup de arquivos, manter o sistema operacional e uma solução anti-malware atualizada; bem como a filtragem de e-mails suspeitos e, além disso, se eles contiverem anexos.

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