Ontem noticiamos o grande turbilhão que está sendo gerado entre a Apple e o FBI devido a uma ordem judicial estabelecida pela juíza Sheri Pym, que ordenava que a gigante de Cupertino desbloqueie o iPhone 5c de um terrorista envolvido em um tiroteio ocorrido em dezembro de 2015 em San Bernadino na Califórnia. Porém o grande entrave está justamente na forma como o FBI quer que isso seja realizado, já que a partir do iOS8 a Apple passou a incluir um nível de segurança muito mais pesado em seu dispositivo impossibilitando que as informações sejam acessadas sem a senha do aparelho, devido a criptografia e o “suicídio dos dados”
Basicamente o FBI requisitou um hack, uma versão alternativa ao iOS, que simplesmente anule alguns aspectos como por exemplo o recurso que apaga todos os dados do usuário caso a senha incorreta seja digitada muitas vezes.
Tim Cook, CEO da Apple através de uma carta aberta manifestou-se contrário ao pedido, dizendo que o FBI quer na verdade, é uma nova versão do sistema que burle vários recursos de segurança, e ainda afirma que isso poderia desencadear em uma nova onda de problemas ligados a privacidade, já que esta técnica poderia ser utilizada muitas outras vezes em um grande número de dispositivos. Cook comparou o pedido com uma espécie de chave mestra, capaz de abrir milhões fechaduras dos mais variados locais.
Além de Cook, diversas outras personalidades apoiaram a decisão da Apple. Nomes como Sundair Pichai, CEO do Google, Jan Koum, cofundador do WhatsApp e até o polêmico John McAfee, fundador do antivírus McAfee estão favoráveis a decisão da Apple, já que o que está sendo pedido é um próprio revés nos avanços conquistados em relação a segurança dos dispositivos.
O caso continua ganhando uma repercussão gigantesca e mais nomes de peso resolveram se manifestar. O Facebook através de uma declaração ao USA Today deixou bem claro que discorda do pedido do FBI , além de enaltecer a postura adotada pela Apple e seu CEO.
Outra grande empresa que se manifestou em relação a situação foi a Microsoft, que inclusive é fundadora do grupo RGS (Reform Government Surveillance) que foi criado para clamar por mudanças na forma como o governo americano monitora os seus cidadãos e estrangeiros por meio da tecnologia:
O empresário Mark Cuban, dono da equipe de basquete Dallas Maverick, também defenda a Apple, porém frisa que deveria haver uma lei que eliminasse toda essa confusão em um próximo episódio, deixando bem claro quando que o governo poderia solicitar um hack. Cuban disse ao TechChrunch que é a favor de uma lei muito específica sobre quando um fornecedor deveria ser obrigado a conceder o tipo de informação que a “gigante da maça” está sendo requisitada.
Mark Cuban
A princípio o prazo para a Apple fornecer a assistência necessária ao FBI em relação ao caso era de cinco dias, porém a de acordo com a Bloomberg a companhia conseguiu prorrogar o prazo até o dia 26 de fevereiro.
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A Apple está numa verdadeira “sinuca de bico” já que a dimensão do caso está em proporções colossais e caso a companhia aceite contribuir da forma que está sendo requisitada colocará por terra todos os esforços em imprimir em seus clientes que a segurança estava sendo levada muito mais a sério depois da enxurrada de revelações de Edward Snowden em relação as contribuições de grande parte das empresas de tecnologia com agências como a NSA.
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