Criador do Linux Mint trabalha em fork do GNOME Shell: vem aí mais um ambiente gráfico

Criador do Linux Mint trabalha em fork do GNOME Shell: vem aí mais um ambiente gráfico

É difícil ficar contente com um negócio que antes simplesmente funcionava, mas que do nada mudou tudo de lugar e ficou confuso, não é? Perda de produtividade, necessidade de estudo e reaprendizado, mudanças de hábitos que eram tidos como “naturais”… Coisas que não agradam muitos e muitos usuários do GNOME.

A Canonical abriu mão do GNOME Shell para criar sua própria interface, o Unity. Mas também é muito diferente de tudo o que se tinha até então. O Mint, distro baseada no Ubuntu, muito popular também, optou por usar extensões do GNOME Shell para criar uma experiência mais tradicional, além de aproveitar como opção o MATE – um fork do GNOME 2.x mantido por outras pessoas. Mas isso tudo ainda é pouco. É necessário algo mais do que o MATE pode oferecer, ao mesmo tempo que não dá para ficar preso nas limitações artificiais do GNOME. E para esse pessoal o KDE parece não existir.

Clement Lefebvre, fundador do Mint, agora trabalha num fork do GNOME Shell. Ee está projetando um ambiente próprio: toda a modernidade das versões atuais do GTK, o poder do GNOME Shell mas com um jeitão mais tradicional. E bastante personalizável, algo que o GNOME acabou falhando.

Cinnamon: fork do GNOME Shell

Nasce aí o Cinnamon. Ainda está dando os primeiros sinais de vida como embrião, mas vindo do cara por trás do Mint, provavelmente dará certo (nem tanto embrião assim, já que o GNOME está razoavelmente completo). Se não fizer sucesso nas outras distros, no mínimo do mínimo poderá ser a interface padrão do Mint.

“O Cinnamon é um desktop Linux que fornece recursos inovadores e avançados com uma experiência de usuário tradicional. O layout do desktop é similar ao do Gnome 2. A tecnologia por trás de tudo é derivada do Gnome Shell.”

Entre os recursos que provavelmente veremos no Cinnamon estão notificações no estilo do GNOME 2.x (e ícones na bandeja do sistema), opção para alterar a posição do painel e outras coisas, como ocultação automática, etc.

Algumas coisas já foram implementadas no MSGE (Mint GNOME Shell Extensions), mas a aplicação prática se mostrou muito limitada. A integração das extensões no GNOME Shell deixa a desejar. Parece que parte dos objetivos dos desenvolvedores do GNOME é ter maior controle sobre o sistema do que os próprios usuários, produzindo algo que não se altera tanto – o que pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista e uso. Mas talvez seja um exagero pensar assim, vai ver é só questão de tempo.

Por enquanto o Cinnamon parece o GNOME Shell com MSGE, com a diferença que as “extensões” são nativas. Nos próximos meses o sistema tende a amadurecer bastante, vale a pena acompanhar.

Se estiver interessado no projeto, acesse: http://cinnamon.linuxmint.com/

E falando nisso, vale ficar de olho também no Razor-Qt, um ambiente novo baseado em Qt, algo raro considerando que tudo em Qt vai pro lado do KDE.

Nessas horas muita gente critica o Linux (sistema final, não só o kernel), fala que o sistema não vai substituir o Windows nunca e bla bla bla. Na verdade, esse nem é o objetivo. Quem cria esses sistemas abertos quase sempre não os faz por dinheiro (diferente do Windows, que é 100% comercial), mas faz para uso próprio e muitas vezes por prazer. É natural que o Linux tenha diversas interfaces gráficas, vários ambientes diferentes… Os maiores e melhores sobrevivem a longo prazo, é só deixar acontecer.

É a liberdade completa de imaginar um ambiente e fazê-lo acontecer sem depender do fabricante do sistema, algo que o sotfware proprietário desconhece (apesar de existirem algumas modificações de terceiros, não há tantos desktops para Windows ou Mac, por exemplo; e se existem, não são famosos).

Se isso prejudica por causa da fragmentação? Pode até prejudicar. Mas prejudica a quem? Tirando algumas exceções, os desenvolvedores não estão interessados em dominar o mundo com seus ambientes gráficos. Usa quem quer. E há modelos para todos os gostos. Se não existir nada como você gostaria, estude e crie 🙂 Ou contente-se com o sistema pronto comprado numa loja ou via download. É uma utopia achar que um sistema livre terá uma administração única e uma interface padrão ditada por um grande grupo de desenvolvedores unidos.

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