Um pouco sobre redes

Montar uma rede já foi complicado e caro. Hoje em dia, as redes são algo onipresente, uma forma barata de trocar arquivos, compartilhar a conexão com a internet, compartilhar impressoras, CD-ROM e outros periféricos e assim por diante.

O uso mais corriqueiro é compartilhar a conexão com a internet. Você tem apenas uma linha ADSL ou apenas uma assinatura do serviço de acesso via cabo e pode acessar, ao mesmo tempo, a partir de todos os micros que tiver em sua casa ou empresa. Neste caso um dos micros atua como um ponto de encontro, enviando os pedidos de todos para a internet e devolvendo as respostas. Além de compartilhar a conexão, este servidor pode compartilhar arquivos, servir como firewall (protegendo a rede de acessos externos), rodar um proxy (que permite criar um cache de arquivos e páginas acessados, melhorando a velocidade da conexão), além de outros serviços.

Outra necessidade comum é compartilhar arquivos. Antigamente (naquela época em que os micros tinham 512 KB de memória e os homens eram homens e escreviam seus próprios sistemas operacionais) era usado o protocolo DPL/DPC (disquete pra lá, disquete pra cá), mas ele não era muito eficiente, principalmente quando o amigo que estava esperando os arquivos estava em outra cidade…

Os componentes básicos da rede são uma placa de rede para cada micro, os cabos e o hub ou switch que serve como um ponto de encontro, permitindo que todos os micros se enxerguem e conversem entre si.

As placas de rede já foram componentes caros, mas como elas são dispositivos relativamente simples e o funcionamento é baseado em padrões abertos, qualquer um pode abrir uma fábrica de placas de rede, o que faz com que exista uma concorrência acirrada que obriga os fabricantes a produzirem placas cada vez mais baratas e trabalhem com margens de lucro cada vez mais estreitas. As placas de rede mais baratas chegam a ser vendidas no atacado por menos de três dólares. O preço final é um pouco mais alto naturalmente, mas não é difícil achar placas por 20 reais ou até menos.

Temos três padrões de redes Ethernet: de 10 megabits, 100 megabits e 1 gigabit. As placas são intercompatíveis, mas, ao usar placas de velocidades diferentes, as duas vão conversar na velocidade da placa mais lenta.

As redes 10 megabits já são obsoletas, mas ainda é possível encontrar muitas instalações antigas por aí. Caso a rede já use cabos de categoria 5 (o número vem decalcado no cabo), é possível fazer um upgrade direto para 100 megabits, trocando apenas o hub e placas.

Lembre-se de que a velocidade das placas é calculada em bits e não em bytes. Uma rede de 100 megabits permite uma taxa de transmissão (teórica) de 12.5 MB/s. Como além dos dados são transmitidas outras informações (a estrutura dos pacotes, retransmissões, códigos de correção de erros, etc.), a velocidade na prática fica sempre um pouco abaixo disso. Normalmente é possível transferir arquivos a no máximo 10.5 MB/s, com a taxa máxima variando sutilmente de acordo com a placa e o sistema operacional usado.

A opção para quem precisa de mais velocidade são as redes Gigabit Ethernet, que transmitem a até 1000 megabits (125 megabytes) por segundo. As placas Gigabit atuais são compatíveis com os mesmos cabos de par trançado categoria 5, usados pelas placas de 100 megabits, por isso a diferença de custo fica por conta apenas das placas e do switch. Elas ainda são muito mais caras, mas pouco a pouco o preço vai caindo.

Os cabos de rede também são um artigo relativamente barato. Os cabos de categoria 5 que usamos em redes de 100 ou 1000 megabits geralmente custam em torno de 80 centavos o metro, com mais alguns centavos por conector.

Você pode comprar quantos metros de cabo quiser, junto com os conectores e fazer crimpar os cabos você mesmo, ou pode comprá-los já prontos. É no caso dos cabos já crimpados que o preço começa a variar. Algumas lojas chegam a crimpar os cabos na hora cobrando apenas o valor do material, enquanto outras vendem os cabos por preços exorbitantes.

Os cabos devem ter um mínimo de 30 centímetros e um máximo de 100 metros, a distância máxima que o sinal elétrico percorre antes que comece a haver uma degradação que comprometa a comunicação. Na verdade, estes valores não são exatos, principalmente com relação ao comprimento máximo do cabo.

Não é incomum ver gente usando cabos fora do padrão, com 120, 150 ou, em alguns casos até 200 metros. Dependendo da qualidade das placas de redes, cabos, conectores, crimpagem e do nível de interferências do ambiente, o sinal pode se propagar por distâncias bem acima dos 100 metros, mas neste caos sem garantia nenhuma de estabilidade. Até 100 metros você pode ter certeza de que a rede funcionará, acima disso começa a depender da sorte.

Existem dois tipos de cabos de rede: os cabos retos (straight), que são os cabos “normais”, usados para ligar os vários micros ao hub ou switch, e os cabos cross-over, que utilizam um padrão diferente, que permite ligar diretamente dois micros, sem precisar de um hub.

Todas as placas são ligadas ao hub ou switch, que serve como uma central, de onde os sinais de um micro são retransmitidos para os demais. Todas as placas de rede são ligadas ao hub ou switch e é possível ligar vários hubs ou switchs entre si (até um máximo de 7) caso necessário, formando redes maiores.

A diferença entre um hub é um switch é que o hub apenas retransmite tudo o que recebe para todos os micros conectados a ele, é um tagarela. Isso faz com que apenas um micro consiga transmitir dados de cada vez e que todas as placas precisem operar na mesma velocidade (sempre nivelada por baixo, caso você coloque um micro com uma placa de 10 megabits na rede, a rede toda passará a trabalhar a 10 megabits).

Os switchs, por sua vez, são aparelhos mais inteligentes. Eles fecham canais exclusivos de comunicação entre o micro que está enviando dados e o que está recebendo, permitindo que vários pares de micros troquem dados entre si ao mesmo tempo. Isso melhora bastante a velocidade em redes congestionadas, com muitos micros.

Antigamente, existia uma grande diferença de preço entre os hubs burros e os switchs, mas os componentes caíram tanto de preço que a partir de um certo ponto a diferença se tornou insignificante e os fabricantes passaram a fabricar apenas switchs, que por sua vez dividem-se em duas categorias: os switchs “de verdade”, aparelhos caros, capazes de gerenciar o tráfego de uma quantidade maior de micros e que possuem várias ferramentas de gerenciamento e os “hub-switchs”, os modelos mais simples e baratos, que usamos no dia-a-dia.

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