Analista americano conseguiu deixar a rivalidade PC x Console ainda mais banal e agressiva

Muito se comenta por aí que as redes sociais são como conversas de bar ou uma verdadeira “terra de ninguém”, onde as discussões em sua maioria caminham para respostas sem nenhuma base e para meios apelativos. Se você comenta algo sobre o PlayStation ou AMD por exemplo, pode ter certeza que em algum momento irá aparecer algum individuo defendendo o Xbox ou a Intel com uma meia dúzia de chingamentos, argumentando que você é um idiota (estou pegando leve) e que não sabe o que está falando, e que tal marca ou produto (que ele defende) é que está certa.

Se isso já é frustrante quando vemos consumidores defendendo pontos de vista dessa forma, agora imagine se uma postura raivosa como essa fosse adotada por um analista de mercado que muitos consideram como verdadeiros gurus, entidades máximas de um assunto e incontestáveis. Infelizmente essa postura foi adotada por um deles!

Em entrevista ao Daily Star, Michael Patcher, analista da Wedbush Security, que é bastante criticado por alguns de seus pontos de vista conseguiu descer ainda mais o nível. Na visão de Patcher os gamers de PC são como racistas e arrogantes que se relacionam somente com o seu grupo. Essa declaração foi dada mediante a um questionamento se Patcher achava que os jogadores de PC iriam se interessar pelo PS4 Pro, nova versão do PlayStation 4 que conta com hardware melhorado em relação ao PS4 convencional e é capaz de roda games em 4K via upscaling.

Michael Patcher

A entrevista foi liberada no dia 21 de setembro, e claro que não demorou muito para que uma avalanche de críticas fosse desferida contra o analista, em grande parte no mesmo nível descartável em que ele se posicionou. Tentando rebater as críticas, Patcher foi até o fórum NeoGaf para se justificar, dizendo que tudo isso foi resultado de um trabalho irresponsável por parte do Daily Star.

Porém Patcher admitiu que utilizou o termo racista depois uma insistência do repórter em relação ao assunto, o engraçado é que nos últimos 15 anos com 6000 entrevistas na conta, utilizar o termo racista para fazer uma análise dessa é de um amadorismo gigantesco.

A banalização da discussão começa exatamente no ponto que levamos a conversa para o extremismo, justificar que uma comunidade inteira não irá adquirir um produto por serem racistas em relação a uma outra comunidade é algo até complicado de comentar, embora eu acredite que realmente há muitos (muito mesmo) usuários que são de uma plataforma e que simplesmente sentem ódio em relação a outra, como acontece por exemplo em embates Windows x Linux. 

O escritor e colunista da Veja, Leandro Narloch, diz que o ser humano trata sua convicção política como “ursinhos de pelúcia”, que basicamente gira em torno de cuidar, defender e se ofender quando a desmerecerem. Esse ponto de vista pode ser ampliado a uma série de outras discussões, como o embate entre PC x Console. Se posicionar como um tolo que não é capaz de enxergar o progresso de ambos os lados chega a ser hilário.

Infelizmente declarações como a de Patcher apenas fomentam o ódio, e dão ainda mais força para que o padrão Hater de discussão ganhe ainda mais força, é uma pena!