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Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Bolsonaro, afirmou na última sexta-feira (11) que no Brasil “Há mais iPhones” do que número de habitantes. A afirmação de Guedes ocorreu durante o discurso de lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes, antecipado devido à crise surgida em decorrência do conflito entre a Rússia e Ucrânia.
Além disso, de acordo com Paulo Guedes, a pandemia foi um dos motivos cruciais para acelerar o avanço rumo a um futuro tecnológico no nosso país.
“A pandemia nos jogou aceleradamente para um futuro que nós já estávamos vivendo. Nosso presidente já era digital e somos o quarto maior mercado digital do mundo. Tem mais iPhones no Brasil do que população. Os brasileiros têm um, dois iPhones, às vezes”, afirmou Paulo Guedes.
No entanto, a afirmação do Ministro da Economia não se embasa em dados, pois o número de aparelhos da Apple correspondem por 9,36% do mercado brasileiro.
Uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) sobre o uso de tecnologias da informação em 2021 atesta que há 242 smartphones no Brasil, ou seja, 30 milhões a mais que a população do país.
“São 242 milhões de celulares inteligentes (smartphones) em uso no Brasil em junho de 2021. Adicionando os notebooks e os tablets, são 346 milhões de dispositivos portáteis, ou seja, 1,6 DISPOSITIVO PORTÁTIL POR HABITANTE”, informa a pesquisa da FGV.
No nosso país, as marcas de celulares mais usadas são Samsung (40,54%), Motorola (26,87%), Xiaomi (11,45%) e LG (9,48%).
Isso é um reflexo do Brasil ser o país onde os iPhones são os mais caros do mundo, pois a LG já abandonou o mercado de smartphones, mas continua na frente da Apple. O modelo mais barato dentre os aparelhos novos é o recém-lançado iPhone SE, que custa a partir de R$ 4.199.
Analistas políticos afirmam que o ministro não conhece a realidade brasileira por fazer inúmeras declarações que não se baseiam em dados e não condizem com a verdade.
Além disso, o consumidor brasileiro prefere adquirir iPhones usados. Isso porque os modelos mais novos são os mais caros do mundo tendo devido à quantidade de impostos no produto.