Durante quase 6 anos, o Ubuntu utilizou o GNOME como ambiente de trabalho padrão, levando o ambiente a vários milhões de novos usuários. Durante todo esse tempo, o GNOME passou por um processo bastante previsível de evolução, dentro dos limites da série 2.x, mantendo tanto os usuários quanto os desenvolvedores do Ubuntu satisfeitos.
Os problemas começaram com a introdução do GNOME 3, que trouxe várias mudanças de paradigma, a começar pela remoção de muitos dos recursos e opções de configuração que já estavam bem sedimentadas na versão anterior, passando por uma remodelação da interface, que abandonou a tradicional metáfora de desktop (com o menu iniciar, barra de tarefas, etc., como no Windows) para uma metáfora de atividades, que resultou em um ambiente mais limpo e belo graficamente, mas que tornou mais complicada a vida dos power-users, acostumados a trabalhar com muitos aplicativos e janelas simultaneamente. Dos atalhos de teclado ao comportamento das janelas, quase tudo mudou. Você pode baixar um live-CD com uma imagem de testes da versão mais recente do GNOME para vê-lo em ação no http://ftp.gnome.org/pub/GNOME/misc/promo-cd/. Ele oferece uma visão do ambiente como concebido pelos desenvolvedores, sem as camadas de personalizações incluídas pelas distribuições:
A transformação levou a muitas discussões acaloradas, envolvendo até mesmo Linux Torvalds, que anunciou publicamente que estava migrando para o XFCE. Os desenvolvedores do Ubuntu também se posicionaram contra os rumos do projeto, optando por declarar independência, passando a trabalhar em um projeto próprio. Na realidade, o Unity já existia anteriormente, sendo usado no Ubuntu Netbook Remix, uma versão do sistema dedicada a netbooks. A interface surgiu com o objetivo de maximizar o espaço vertical da tela, incorporando a barra de menus dos aplicativos na própria barra superior e movendo os ícones dos aplicativos para a esquerda:
Continuar usando o Gnome 2.x não seria uma opção, já que ambiente logo se tornaria desatualizado. Iniciar o desenvolvimento de outro ambiente a partir do zero levaria muitos anos, por isso os desenvolvedores optaram por concentrar os esforços no Unity, aperfeiçoando o ambiente para que ele pudesse se tornar o ambiente desktop default. O Ubuntu 10.10 acabou sendo a última versão do sistema a trazer o GNOME por padrão, com o Unity assumindo o posto a partir da 11.04.
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