Como Funciona o Overclock

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Ao contrário do que costuma se pensar, velocidade de operação dos processadores não é fixa, mas sim determinada pela placa mãe.

Na placa mãe temos um pequeno cristal de Quartzo, chamado gerador de clock, que vibra alguns milhões de vezes por segundo, com uma precisão quase absoluta. As vibrações deste cristal são usadas para sincronizar os ciclos da placa mãe, que sabe que a cada
vibração do cristal, deve gerar um certo número de ciclos.

É mais ou menos como um farol, que abre e fecha algumas vezes por minuto. Quando o farol está fechado, o trânsito fica parado, voltando a fluir quando a farol abre. Um pulso de clock é justamente a abertura do farol, um “já!” que faz todos os periféricos
trabalharem simultaneamente e sincronizadamente. O funcionamento de todos os periféricos, da placa de vídeo ao disco rígido, é coordenado por este relógio.

O processador não possui um gerador de clock, e por isso trabalha usando o sinal recebido da placa mãe. Num Pentium MMX de 200 MHz por exemplo, a placa mãe funciona a 66 MHz, e o multiplicador é 3x, o que significa que para cada ciclo da placa mãe, o
processador gerará 3 ciclos.

Justamente por estar limitada à freqüência indicada pela placa mãe, a freqüência do processador não é fixa; pode ser maior ou menor do que o especificado. Mais ou menos como um motor elétrico, que tem uma rotação ideal, mas pode funcionar mais rápida ou
mais lentamente, de acordo com a regulagem. Ai está o macete. Como as placas mãe atuais, para manter compatibilidade com vários processadores podem operar a várias freqüências diferentes, podemos fazer o processador trabalhar mais rápido simplesmente
configurando a placa mãe para trabalhar a uma freqüência maior. Esta técnica é chamada de “Overclock”, uma gíria que significa “acima do clock” numa tradução livre.

Um Pentium 120 por exemplo, trabalha com a placa mãe funcionando a 60 MHz e usando um multiplicador de 2x. Se configurássemos a placa mãe para trabalhar a 66 MHz, mantendo o multiplicador em 2x, o processador passaria a trabalhar a 133 MHz. Se a
freqüência da placa mãe fosse aumentada para 75 MHz, o processador funcionaria a 150 MHz.

Em muitos casos, o processador também aceita um multiplicador maior. Um AMD K6 de 266 MHz por exemplo, trabalha com a placa mãe funcionando a 66 MHz e usando multiplicador de 4x. Se aumentássemos o multiplicador para 4,5x, mantendo a placa mãe funcionando
a 66 MHz, faríamos o processador funcionar a 300 MHz.

A performance de um processador trabalhando em overclock é idêntica à de um processador “normal” funcionando a essa velocidade. Um Pentium 120 overclocado para 133 MHz por exemplo, apresenta exatamente a mesma performance de um Pentium 133 “de
verdade”.

Quando um fabricante desenvolve um projeto de processador, testa-o a várias freqüências diferentes, a fim de determinar sua freqüência ideal de operação. Geralmente os fabricantes adotam uma certa margem de segurança, vendendo o processador com uma
freqüência ligeiramente inferior à freqüência máxima. É justamente esta margem de segurança que permite o overclock, estaríamos então simplesmente fazendo o processador funcionar na sua velocidade máxima. Esta margem muda de fabricante para fabricante e
de processador para processador. Por isso, alguns processadores aceitam overclocks maiores. Existem casos de processadores que aceitam trabalhar sem problemas a uma freqüência 50% maior que a original, assim como existem casos de processadores que
apresentam instabilidade operando a uma freqüência apenas 10% maior que a original.

Obviamente, o overclock também traz algumas desvantagens. Fazendo o processador trabalhar a uma freqüência maior do que a ideal, podemos ter problemas de travamentos, superaquecimento e mesmo uma diminuição de sua vida útil.

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