Tudo sobre a memória RAM, parte 2

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Seguindo a tendência inaugurada pelas memórias DDR, as DDR2 novamente duplicaram a taxa de transferência, realizando agora 4 transferências por ciclo. Novamente, as células de memória continuam trabalhando na mesma frequência anterior e o acesso inicial continua demorando aproximadamente o mesmo tempo. Entretanto, as demais operações dentro do burst passaram a ser realizadas em apenas um quarto de ciclo de clock. Usando memórias DDR2, um burst de 8 leituras demoraria apenas 6.75 ciclos de clock (5-¼-¼-¼-¼-¼-¼-¼), contra 8.5 ciclos nas DDR e 12 nas SDR.

Como você pode imaginar, a diferença é maior em aplicativos que precisam manipular grandes blocos de dados e menor em aplicativos que leem pequenos blocos de dados espalhados. Em nenhuma situação prática a transferência chega realmente a dobrar; dizer que as “DDR2 são duas vezes mais rápidas” é apenas uma figura de linguagem.

Em 2005, quando os primeiros módulos DDR2-533 chegaram ao mercado, eles rapidamente ganharam a fama de “lentos”, pois eram comparados a módulos DDR-400 ou DDR-466, que já estavam entrincheirados.

Embora um módulo DDR2 ganhe de um DDR da mesma frequência em todos os quesitos (um DDR2-800 contra um DDR-400, por exemplo), o mesmo não acontece se comparamos módulos de frequências diferentes. Um módulo DDR2-533 opera a apenas 133 MHz, por isso acaba realmente perdendo para um DDR-400 (200 MHz) em muitas aplicações, já que o ganho ao realizar 4 operações por ciclo acaba não sendo suficiente para compensar a diferença na frequência de operação das células de memória. Vale lembrar que um módulo DDR2-533 trabalha com tempos de latência similares a um módulo DDR-266.

Realizar bursts de leituras rápidas pode não ser a forma mais perfeita de criar memórias mais rápidas (devido ao lento ciclo inicial), mas é sem dúvida a mais simples e barata. A frequência de operação das memórias aumenta de forma gradual, conforme são melhoradas as técnicas de produção. Realizar mais leituras por ciclo de clock é a única forma simples de melhorar exponencialmente a taxa de transferência dos módulos.

A dificuldade em criar chips de memória capazes de operar a frequências (reais) mais altas é similar à que temos no caso dos processadores. Não é possível criar um processador capaz de operar ao dobro do clock de uma hora para a outra, mas é possível criar um processador dual-core ou quad-core, por exemplo. No caso das memórias é mais simples, pois você pode ler vários endereços simultaneamente (ou quase), fazendo apenas mudanças nos circuitos

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