Configurando um servidor XDMCP

O XDMCP é um veterano entre as ferramentas de acesso remoto. Ele nada mais é do que o protocolo nativo do X, usado para atualizar as imagens na tela, que pode ser também usado remotamente.

Assim como muitos outros recursos usados em sistemas Unix, o XDMCP tem suas raízes nas redes da década de 70 e 80, baseadas no uso de terminais burros. Na época, os computadores com o poder de processamento necessário para
rodarem aplicativos gráficos elaborados eram muito caros, de forma que fazia sentido diluir o custo entre vários clientes, usando um servidor central, com um grande poder de processamento e vários terminais burros, assim como hoje em dia os serviços de
hospedagem utilizam um único servidor para hospedar vários sites.

Isso, claro, era feito usando alguma das versões do Unix disponíveis então. Por rodar em vários sabores de Unix, não foi difícil portar o X também para o Linux. Com o crescimento do sistema, houve um grande aumento no número
de usuários e desenvolvedores trabalhando no X, fazendo com que o ritmo de desenvolvimento também se acelerasse bastante. Basta comparar o suporte a placas de vídeo do Xfree 3.3.6 e do 4.4 ou X.org, por exemplo.

Com o desenvolvimento da informática, rodar aplicativos gráficos deixou de ser um problema e passamos a esbanjar poder de processamento em efeitos visuais e recursos 3D. Apesar disso, o X não abandonou suas raízes.
Continuamos tendo o mesmo sistema de cliente e servidor usado no início da década de 80. Isso permite que o X ofereça algumas vantagens-chave sobre o Windows e outros sistemas:

1- É possível abrir vários servidores X e rodar não apenas aplicativos, mas também gerenciadores de janelas diferentes em cada um. Sim, você pode rodar o KDE e o Gnome, junto com o XFCE e o Blackbox, todos ao mesmo tempo.
🙂

2- Os servidores X não estão limitados a rodar aplicativos locais, eles podem rodar aplicativos a partir de qualquer micro da rede, ou mesmo de outros hosts da Internet. Este sistema de compartilhamento do X é chamado de
XDMCP.

3- Ao rodar aplicativos remotamente a carga fica toda com o servidor. O cliente utiliza um mínimo de processamento, já que basicamente se limita a enviar os dados recebidos via rede para a tela. Usando um 486 com 8 MB de RAM
já é possível ter um terminal X funcional.

4- Ao contrário do VNC, o X consegue uma velocidade de atualização de tela muito boa, mesmo em uma rede de 10 megabits. A principal diferença é que enquanto o VNC transmite a tela na forma de uma imagem, o X transmite apenas
texto, com as instruções necessárias para o cliente montar as janelas. Apenas figuras e ícones são transmitidos na forma de imagem.

O NX utiliza justamente o sistema do X como base para seu sistema de compressão, adicionando camadas adicionais para reduzir o volume de dados transmitidos através da rede. A desvantagem é que ele utiliza mais processamento,
por isso não é tão interessante ao usar micros antigos como clientes.

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