Entenda como funciona a Netflix, principal plataforma de streaming do mercado

Entenda como funciona a Netflix, principal plataforma de streaming do mercado

Embora não seja o primeiro serviço de vídeo sob demanda (VOD), a plataforma da norte-americana Netflix, sem dúvida, é a mais famosa no segmento. A trajetória da companhia de Reed Hastings começou como uma locadora online de DVDs. O funcionamento do serviço era simples: o usuário pagava uma assinatura e recebia em casa DVDs que havia adicionado previamente numa lista. Era possível receber ao mesmo tempo três ou oito mídias. Após assistir os filmes era necessário devolve-los pelo Correio. Não havia limite de filmes por mês, nem prazo de entrega e o preço era fixo.

Contudo, foi necessário dar um novo passo, tornar ainda mais cômodo para o usuário desfrutar de um catálogo de filmes cada vez mais recheado, e esse passo veio através do quarto serviço de vídeo eletrônico, o streaming. Uma alternativa ao cabo, TV por satélite e TV aberta.

A Netflix, que já ostentava um catálogo com mais de 50 mil títulos em seu modelo de aluguel de DVDs, começou a operar também por streaming a partir de 2008. Nesse mesmo ano foi anunciada a primeira SmartTV (Pavv Bordeaux TV 750 da Samsung). No entanto, a fase inicial da Netflix no streaming, como o mercado de TVs conectadas ainda engatinhava, dependeu diretamente de um set-top-box produzido por sua parceria LG. Com esse acessório, além dos computadores, o assinante poderia acessar o catálogo de filmes e demais conteúdos pela televisão.

Em 2011, com a expansão do serviço para a América Latina, a Netflix desembarcou no Brasil. Naquela época uma empresa tinha um modelo de operação bem parecido, a Netmoveis. Neste mesmo ano o Brasil começou a receber os primeiros modelos de SmarTV. Diferentemente da Netmovies, que tinha o aluguel de DVDs operando no país, a Netflix desembarcou em terras tupiniquins apenas com sua plataforma de streaming.

Netflix

Atualmente, a Netflix é referência no mercado de streaming, inclusive, seu faturamento e número de assinantes já é superior ao de emissoras e empresas de TV por assinatura no Brasil. Além do nosso país, a Netflix opera em mais de 190 países. Sua base é superior a 140 milhões de assinantes ao redor do mundo, e o Brasil  já está entre os três principais mercados da plataforma.

Para manter em dia suas maratonas de séries e filmes, e consumir os demais conteúdos oferecidos pela Netflix, como os shows de Stand-Up, é preciso pagar uma assinatura mensal, sendo que o primeiro mês é grátis.

O valor da assinatura varia de acordo com o plano escolhido, que apresenta variações na forma de reprodução. Os valores atualmente são os são os seguintes:

  • Plano básico: R$ 19,90 – uma tela – qualidade de reprodução SD
  • Plano padrão: R$ 27,90 – reprodução em duas telas de forma simultânea – reprodução em HD
  • Plano Premium: R$ 37,90 – reprodução em quatro telas de forma simultânea – qualidade Ultra HD (4K). Também está disponível reprodução de conteúdo com Dolby Atmos e Dolby Vision e HDR10.

Em relação aos dispositivos que podem ser utilizados para a reprodução do conteúdo da Netflix estão SmartTVs, set-to-boxes, tablets,smartphones e computadores. Pelo app da Netflix voltado para dispositivos móveis você tem uma experiência de uso ampliada, já que desde 2016, oferece o modo offline. Com esse modo você pode baixar filmes e episódios de sua série para assistir em momentos sem uma conexão estável ou para economizar o pacote de dados da rede móvel.

O catálogo da Netflix é dividido entre produções licenciadas via contrato, produzidas por outros estúdios, e produções originais. Essas produções originais são o grande diferencial entre as plataformas de streaming, pode ser fator determinante para o usuário manter a assinatura em um ou outro serviço. As produções mais famosas da Netflix são: House of Cards, Orange is The New Black, Stranger Things, Narcos, Demolidor e The Crown.

Com a concorrência cada vez mais acirrada, tendo que rivalizar com outras gigantes como Amazon e HBO, a Netflix está sempre aumentando o investimento nessa categoria de produto. Para este ano estão sendo alocados US$ 15 bilhões em produções originais, e em 2020 a previsão é que este valor chegue a US$ 17,8 bilhões.

Qualidade da reprodução

Os puristas de plantão sempre irão defender que a melhor experiência para curtir uma produção cinematográfica é através da mídia física, num player específico para tal finalidade. Com o streaming está sendo possível oferecer a uma gama muito maior de pessoas conteúdo com uma excelente qualidade e resolução, como o 4K da Netflix. Mas, a qualidade de reprodução depende de muitas variáveis, da conexão, ao número de dispositivos conectados no momento, passando por qual é seu provedor de acesso, entre outros fatores.

A Netflix, assim como outras plataformas, trabalham arduamente para implementar soluções em que o “peso” para a reprodução seja menor, com o mínimo de impacto na qualidade final, tanto de imagem quanto de som. No entanto, mesmo com esses avanços, a sua qualidade da conexão é determinante. Já que a Netflix trabalha com ajustes baseados no estado da rede. Inclusive a própria Netflix alega que num cenário ideal de conexão é praticamente impossível perceber a diferença do som entregue por um Blu-Ray compatível com Dolby Atmos, e o Dolby Atmos do streaming de sua plataforma, com um bitrate de 768kbps.

A Netflix cita em seu site alguns parâmetros de conexão que devem ser atendidos para manter a melhor fidelidade de reprodução. Os valores são os seguintes:

  • 0,5 megabits por segundo – Velocidade de conexão de banda larga necessária
  • 1,5 megabits por segundo – Velocidade de conexão de banda larga recomendada
  • 3,0 megabits por segundo – Recomendada para qualidade SD
  • 5,0 megabits por segundo – Recomendada para qualidade HD
  • 25 Megabits por segundo – Recomendada para qualidade Ultra HD

Também é possível gerenciar o uso de dados. Ajuste realizado através do seguinte caminho: página inicial da Netflix > conta > configurações de reprodução Serão exibidos 4 opções. O consumo de banda varia de acordo com a opção escolhida.

  • Automático
  • Baixo – consumo de até 0,3 GB por hora
  • Médio – consumo de até 0,7 GB por hora
  • Alto – consumo de até 3 GB por hora em reprodução HD e 7 GB para Ultra HD (4K).

A Netflix tem uma lista de vídeos que podem ser usados para teste de conexão e outros parâmetros. Clique aqui para acessar.

Além da conexão e a “mágica” dos Codecs, para que você tenha uma qualidade satisfatória com com essas plataformas de streaming ainda há muitos elementos, de infraestrutura de nuvem a CDNs.

Falando especificamente da Netflix, além do uso da infraestrutura de nuvem da Amazon, o AWS (Amazon Web Services (AWS), a companhia aposta em uma própria solução de CDNs, intitulada Netflix Open Connect. Esse hardware é fundamental para que a Netflix não “derrube” a internet. Para você ter uma ideia do impacto da Netflix na conexão global, segundo estudo da Statista, a plataforma foi responsável por 15% do tráfego global da web em 2018.

Netflix Open Connect
Netflix Open Connect

A aplicação do Netflix Open Connect depende diretamente de parcerias com os provedores de Internet. Este tal de Open Connect é um dispositivo com 100 TB de armazenamento, instalado diretamente nos servidores do provedor de internet. Esse dispositivo mantém localmente os conteúdos mais acessados, com base em dados geográficos. Essa solução reduz a dependência com provedores intermediários, e, consequentemente, a latência, entregando uma experiência de streaming mais consistente.

Para o usuário final, nos dias de hoje, a reprodução em SD e HD acontece de forma bem simplificada, agora quando o assunto é o 4K, você precisa muito mais do que apenas assinar o plano premium. Há uma série de imposições técnicas, tanto de hardware quanto de software, principalmente se você pensa em utilizar o serviço no PC.

O modo mais simplificado de utilizar Netflix em 4K é pela TV, é preciso um modelo comptível com essa resolução e compatível com HDCP 2.2. No caso do PC a lista de requisitos é bem mais onerosa. Apenas por imposições contestáveis de DRM, você precisa de um computador com um monitor também compatível com HDCP 2.2 e HDMI 2.0, processador Intel de 7ª geração (Kaby Lake) ou mais recente, placa de vídeo NVIDIA GTX10 ou mais recente, Windows 10 e o navegador Microsoft Edge.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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