Embora o Wi-Fi e o Bluetooth tenham eliminado boa parte dos cabos para as conexões de rede e com periféricos, ainda temos o problema da transmissão de energia. Seu notebook pode ficar conectado à rede wireless da sua casa continuamente, mas você ainda precisa ligá-lo na tomada a cada duas ou três horas para recarregar as baterias.
Existem tecnologias experimentais para a transmissão de energia sem o uso de fios a curtas distâncias, que podem vir a eliminar essa necessidade nos próximos anos. Uma delas, mais convencional, é baseada no uso de indução para carregar as baterias de dispositivos de baixo consumo, como smartphones. Um módulo receptor é instalado dentro do aparelho, permitindo que ele seja carregado simplesmente por ser deixado sobre uma base:
Essa tecnologia existe desde o início do século 20 e é largamente usada em escovas de dente elétricas e alguns outros dispositivos. O princípio de funcionamento é o mesmo dos transformadores usados em fontes de alimentação, que são também compostos por duas bobinas separadas entre si. Apesar disso, o uso em equipamentos de informática é relativamente recente.
Os primeiros produtos foram apresentados em 2004, pela SplashPower, que tentou sem muito sucesso vender carregadores para celulares. Hoje em dia, ela é oferecida por empresas como a Fulton e a Powermat e (no primeiro exemplo de uso em larga escala) foi adotada no touchstone, o carregador sem fio do Palm Pre.
Apesar do marketing tentar fazer parecer que se trata de alguma tecnologia exótica, internamente ele usa um circuito bastante simples, com um grande imã que segura o aparelho no lugar e uma bobina que cria o campo de indução:
A energia é transferida para o aparelho graças a outra bobina, instalada dentro da tampa inferior do Palm Pre. O sistema funciona bem (com um índice de perda aceitável), mas as duas bobinas precisam ficar diretamente sobrepostas, com apenas alguns milímetros de separação, o que significa que o carregamento ocorre apenas quando o aparelho está diretamente sobre a base (daí o sistema magnético para segurá-lo no lugar):
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