Usando o ntfs-config

O ntfs-config no Ubuntu

Se você quer dispensar a montagem de partições NTFS via linha de comando, como foi explicado na primeira parte deste guia, o site do ntfs-3g menciona a existência de “a great utility” para automatizar a montagem de partições NTFS, denominado nfts-config, “which is reported to work nicely on at least Ubuntu”.

Você pode obter os pacotes para o Ubuntu diretamente a partir da página do próprio projeto, a saber:

http://flomertens.free.fr/ntfs-config/

Existem dois pacotes, para os releases Feisty e Edgy do Ubuntu, respectivamente:

http://flomertens.free.fr/ntfs-config/download/feisty/ntfs-config_1.0.1-1_all.deb

http://flomertens.free.fr/ntfs-config/download/edgy/ntfs-config_1.0.1-1_all.deb

No caso do Edgy, o site menciona que resulta necessária também a instalação do pacote pmount. Não esclarece, no entanto, se corresponde a uma versão excludente de outras, de alguma maneira “optimizada” para o ntfs-config, mas conjetura-se que este seria o caso, pois caso contrário o pmount poderia ter sido acrescentado às outras
dependências que o ntfs-config tem.

Além de se tratar de uma versão mais antiga que a instalada no Kurumin 7, por exemplo, o link para pmount recomendado no site está errado, sendo o link correto o seguinte:

http://flomertens.free.fr/ntfs-config/download/pmount_0.9.13-1givre4_i386.deb

Para resumir, digamos que a versão para o Feisty do ntfs-config depende do python2.5. Já a versão para o Edgy depende do python2.4. Porém, aquele pmount indicado pelo site depende da libc6 >= 2.4-1. Assim, preferimos adiar a instalação e subsequente teste dessas versões para uma melhor oportunidade.

Compilando o ntfs-config

Dando continuidade a nosso trabalho na primeira parte deste guia, aproveitando que temos os compiladores e (quase) todas as bibliotecas instaladas, vamos dispensar os pacotes para o Ubuntu, e compilar o ntfs-config diretamente dos fontes:

$ wget http://flomertens.free.fr/ntfs-config/download/source/ntfs-config-1.0.1.tar.gz
$ tar -xzvf ntfs-config-1.0.1.tar.gz
$ cd ntfs-config-1.0.1

No arquivo ntfs-config-1.0.1/README, que como seu nome indica, é bom ler de tanto em tanto, podemos conferir que o ntfs-config possui os seguintes requerimentos:

– python (>= 2.4)
– pygtk (>= 2.6)
– udev (>= 60 strongly recommended, but might works with lower udev)
– dmsetup (optional, for crypt, lvm and raid device)
– e2fsprogs for blkid (optional, absolutely needed for old udev (< 60))
– ntfs-3g ( http://www.ntfs-3g.org )

For external device :

– hal with fuse support. This mean hal >= 0.5.9 .
The version from your distribution may already include this support.
If it’s not the case, you can get a patch from there :
http://librarian.launchpad.net/4667871/support-fuse.patch

– gnome-mount or any storage device mounting device that use
hal as backend and can handle ntfs-3g.

Nenhum desses pacotes é muito problemático. Fica uma dúvida com relação ao udev, pois no Debian etch, tal pacote anda pela versão 0.105-4; tal vez o autor quis dizer 0.60 em lugar de 60. Já o hal do etch é o 0.5.8.1-9, anterior à versão mínima recomendada, mas de qualquer maneira decidimos continuar enfrente.

Ao rodar o configure obtem-se a seguinte mensagem:

checking for XML::Parser…
configure: error: XML::Parser perl module is required for intltool

Essa mensagem não tem nada a ver com os requerimentos mínimos acima, mas origina-se no fato que o ntfs-config tem um bom suporte a internacionalização, incluindo o português do Brasil (embora um tanto incompleto neste caso). Você pode conferir isso dando uma olhada no diretório ntfs-config-1.0.1/po. Assim, algumas ferramentas
específicas resultam necessárias para implementar isso na compilação. Felizmente, a mensagem é autoexplicativa e o impasse pode ser superado pelas vias rotinárias:

# apt-get update
# apt-get install libwww-perl libxml-parser-perl intltool

Uma vez adoptadas as devidas providências, com a necessária quota de sorte, os rudes caminhos do configure conduzem ao make:

$ ./configure –exec-prefix=/usr –prefix=/usr –mandir=/usr/share/man –docdir=/usr/share/doc –localedir=/usr/share/locale
$ make

A complição é rápida, aproximadamente 30 segundos. Observe-se que caprichamos um pouco mais nas opções do configure, igual que antes, para obter um pacote que se aproxime do padrão do Debian (FHS).

Finalmente, podemos gerar o pacote binário é instala-lo usando:

# checkinstall -D

Usando o ntfs-config

O ntfs-auto config deve ser rodado com privilégios administrativos. Caso contrario, aparece uma mensagem de erro:

ntfscfg-1
Ao rodar o ntfs-config a partir do terminal usando, por exemplo:

$ sudo ntfs-config

obtem-se a seguinte interface gráfica:

ntfscfg-2
Observe-se que a linguagem mudou para português. Os dois botões não são muito autoexplicativos, mas ao clicar em “Configurações Avanzadas” obtemos alguns dados sobre a partição NTFS, que encontra-se desmontada no momento, por isso o espaço usado está em zero:

ntfscfg-3
Ao fazer um double-click com o mouse na linha (azul) da partição, ela é montada automaticamente:

ntfscfg-4

como pode ser conferido olhando para a saida do comando mount:

$ mount
/dev/hda2 on / type reiserfs (rw,noatime,notail)
usbfs on /proc/bus/usb type usbfs (rw)
/dev/hda4 on /home type reiserfs (rw,notail)
/dev/pts on /dev/pts type devpts (rw,mode=0622)
tmpfs on /dev type tmpfs (rw,size=10M,mode=0755)
/dev/sda1 on /mnt/sda1 type reiserfs (rw)
fusectl on /sys/fs/fuse/connections type fusectl (rw)
/dev/hda1 on /mnt/hda1 type ntfs (rw,nosuid,nodev,nls=utf8,umask=0222)

Observe-se que ela foi montada como um sistema de arquivos ntfs, com algumas opções de montagem adicionais:

rw,nosuid,nodev,nls=utf8,umask=0222

Além disso, a pasta correspondente ao ponto do montagem vai ser aberta automaticamente com o Konqueror.

Mais ainda, a partir dessa simples operação, a partição encontra-se disponível para ser montada e desmontada pelos usuários como qualquer outra, inclusive sem necessidade de privilégios administrativos.

Como nada acontece ao acaso, filtrando a saida do cat através do comando grep, conferimos que a antiga linha correspondente no arquivo /etc/fstab foi trocada para a seguinte nova linha:

$ cat /etc/fstab | grep /dev/hda1

/dev/hda1 /mnt/hda1 ntfs defaults,nls=utf8,umask=0222,noauto,users,exec 0 0

Aliás, é bom saber com antecedencia que, ao trocar a linha da partição NTFS no arquivo /etc/fstab como mostrado acima, o ntfs-config também vai editar o arquivo /etc/fstab inteiro, mudando o espaçamento e a formatação, o que pode conferir a tal aquivo uma apariência de “bagunçado”, mas sem prejuizo da sua funcionalidade (pelo menos até
agora 🙂

Para visualizar corretamente acentos e carateres especiais você deveria trocar o flag nls=utf8 pelo mapa de caracteres correto, que no caso seria: nls=iso8859-1

Observe-se também que tem sido usada a opção de montagem “noauto”, que teria que ser removida para habilitar a montagem automática da partição durante o boot, pois a opção “auto” já é incluida na primeira opção “defaults”. Porém, lembre-se que isso vai funcionar apenas com um kernel >= 2.6.20, como já foi mencionado na primeira parte deste guia.

Download dos pacotes binários

Seguindo o processo acima descrito, foi gerado um pacote binário do Debian, que podem ser usado em carater *experimental* a partir dos seguinte link:

Ntfs-config:
http://www.uspleste.usp.br/auil/kurumix/pool/main/n/ntfs-config/ntfs-config_1.0.1-1kurumix1_i386.deb

O pacote gerado foi formatado de acordo com os requerimentos da Debian Policy para pacotes binários.

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X