Entendendo o Android, parte 1

Entendendo o Android, parte 1

Apesar do início tímido, o Android logo começou a crescer rapidamente, saindo da situação incipiente que ocupava em 2008 para o posto de um dos sistemas dominantes nos smartphones high-end e tablets. Com exceção da Apple, da Nokia e da Microsoft (que por motivos óbvios têm preferido alavancar seus próprios sistemas), praticamente todos os outros grandes fabricantes possuem projetos relacionados ao Android, que vão de tablets, smartphones e smartbooks a robôs de limpeza. Com tantos projetos em curso, é de se esperar que o Android continue se popularizando nos próximos anos, com uma grande chance de se tornar a plataforma dominante para dispositivos móveis.

Ao falar no Android é impossível deixar de relacionar o sistema ao Google, que apesar de ser mais conhecido por causa do mecanismo de buscas, do Gmail e do AdSense, investe nas mais diversas áreas, de painéis solares a novos algoritmos de inteligência artificial. Em 2005 decidiram entrar também no ramo dos smartphones, adquirindo a Android Inc., uma pequena empresa de desenvolvimento de sistemas embarcados, dando origem aos boatos de que o Google estaria trabalhando no “Google Phone”.

Quando foi finalmente divulgado, em 2007, o projeto acabou se revelando bem mais ambicioso que o originalmente previsto. Ao invés de estarem simplesmente trabalhando em um modelo específico de smartphone, anunciaram um sistema operacional open-source (http://code.google.com/android/), baseado em Linux, que pode ser usado também em outros dispositivos.

Apesar de ter começado como um projeto particular, a partir de novembro de 2007 o desenvolvimento dos componentes open-source foi transferido para a Open Handset Alliance, uma fundação sem fins lucrativos, que, além do Google, inclui algumas dezenas de fabricantes de aparelhos, empresas de telefonia e desenvolvimento de softwares.

O Android é, sob diversos ângulos, uma antítese do iPhone. Enquanto a Apple optou por manter um controle estrito sob sua plataforma, controlando tanto o hardware quanto o software, impondo restrições aos desenvolvedores e controlando a distribuição dos aplicativos, o Google optou por seguir o caminho oposto, criando um sistema aberto e incentivando a criação de aplicativos para a plataforma, inclusive com prêmios em dinheiro.

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Grande parte da estratégia em torno do Android é centrada no desenvolvimento de aplicativos por parte de outras empresas e programadores independentes. O Google entendeu que, assim como nos desktops, as plataformas de smartphones estão se consolidando e o mais importante passou a ser os aplicativos e não apenas o hardware ou as funções básicas do sistema. Tendo isso em mente, faz sentido que, sendo o último a entrar no mercado, o Google tenha investido pesado, montando uma grande equipe de desenvolvimento, investindo em contatos com fabricantes e na divulgação do sistema e incentivando a participação externa.

Enquanto a Apple tenta restringir os desenvolvedores, com medo de que aplicativos ruins possam prejudicar a imagem da plataforma, o Google adotou uma atitude liberal, disponibilizando as ferramentas e deixando que a coisa flua naturalmente. Você mesmo pode baixar o SDK no http://developer.android.com e começar a estudar o sistema usando seu próprio PC, sem nem mesmo precisar de um smartphone baseado na plataforma.

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Entra em cena, então, o Android Market, que faz o papel de canal de distribuição, assumindo a função que no mundo Apple pertence à AppStore. Ele serve como um repositório central de softwares para a plataforma, permitindo que eles sejam instalados rapidamente. Em julho de 2010 o Android Market já atingiu a marca de 100.000 aplicativos, um número que deve continuar crescendo rapidamente.

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