Definição de AT
O PC original, lançado pela IBM em 1980 tinha, em sua versão mais simples, apenas 16 KB de memória RAM, com direito apenas ao gabinete e teclado. A partir daÃ, tudo era opcional, incluindo o monitor (você podia usar uma TV, embora a qualidade da imagem ficasse ruim), os drives de disquete e o HD.
Dois anos depois foi lançado o PC XT, que apesar de continuar usando o 8088 de 4.77 MHz, vinha bem mais incrementado, com 256 KB de RAM, disco rÃgido de 10 MB, monitor CGA e o MS-DOS 2.0.
O XT se tornou um computador bastante popular e chegou a ser fabricado no Brasil, durante a reserva de mercado. Enquanto os americanos já usavam muitos 386, os clones tupiniquins do XT eram a última palavra em tecnologia aqui no Brasil...
Depois do XT, o próximo passo foi o PC AT (lançado em 1984), já baseado no Intel 286. Na verdade, o processador 286 foi lançado em fevereiro de 1982, apenas 6 meses após a IBM ter lançado o seu primeiro PC, porém demorou até que a IBM conseguisse desenvolver um computador baseado nele, pois foi preciso desenvolver toda uma nova arquitetura. Da placa de vÃdeo ao gabinete, praticamente tudo foi mudado, o que somado à burocracia e a longos perÃodos de testes antes do lançamento, levou mais de 2 anos.
Atualmente, o perÃodo de desenvolvimentos dos periféricos é muito mais curto. Quase sempre quando um novo processador é lançado, já temos placas-mãe para ele disponÃveis quase imediatamente, pois o desenvolvimento é feito de forma simultânea.
O PC AT vinha com um processador 286 de 6 MHz (depois surgiram versões mais rápidas, de 8, 12 e até 16 MHz), HD de 10 MB, monitor EGA (640x350, com 64 cores) e já usava disquetes de 5¼ de 1.2 MB. Como a memória RAM ainda era um item muito caro, existiam versões com de 256 a 2 MB de RAM. Embora fosse extremamente raro usar mais de 2 MB, existia a possibilidade de instalar até 16 MB.
O processador 286 trouxe vários avanços sobre o 8088. Ele utilizava palavras binárias de 16 bits, tanto interna quanto externamente, o que permitia o uso de periféricos de 16 bits, muito mais avançados do que os usados no PC original e no XT. O custo dos periféricos desta vez não chegou a ser um grande obstáculo, pois enquanto o PC AT estava sendo desenvolvido, eles já podiam ser encontrados com preços mais acessÃveis.
Para manter compatibilidade com os periféricos de 8 bits usados no PC original e no XT, a IBM desenvolveu os slots ISA de 16 bits, que permitem usar tanto placas de 8 bits, quanto de 16 bits. As placas de 8 bits são menores e usam apenas a primeira série de pinos do slot, enquanto as placas de 16 bits usam o slot completo. Devido à sua popularidade, o barramento ISA continuou sendo usado por muito tempo. Em 2004 (10 anos depois do lançamento do PC AT) ainda era possÃvel encontrar placas-mãe novas com slots ISA, embora atualmente eles estejam extintos.
Além de fazer referência ao "PC AT" lançado pela IBM, o termo "AT" é usado em relação a diversas tecnologias e padrões introduzidos por ele, com destaque para o formato "AT" para placas-mãe, onde a placa media nada menos que 36 x 32 cm. Placas tão grandes acabam sendo caras de se produzir, de forma que pouco depois, em 1986, foi introduzido o formato Baby-AT, em que a placa mede apenas 24 x 33 cm.
O termo "AT" é usado também em relação a placas de 386 e 486 que possuem apenas slots ISA e também a gabinetes antigos (usados em micros 486, Pentium, MMX e em muitos micros K6-2), anteriores ao padrão ATX.