NVIDIA perde metade do mercado na China, e CEO aponta culpa para Biden

CEO da Nvidia critica Biden e alerta: restrições dos EUA estão abrindo espaço para a China dominar o mercado de IA.

A NVIDIA pode até estar no topo das empresas mais valiosas do planeta, mas enfrenta uma queda dramática na participação de mercado na China. Segundo dados recentes, a fatia da companhia no setor de inteligência artificial no país despencou para 50%. O motivo? Uma combinação explosiva de restrições impostas pelos Estados Unidos e a ascensão acelerada dos concorrentes locais.

E quem não escondeu a frustração foi o próprio Jensen Huang, CEO da NVIDIA. Durante sua participação na Computex 2025, em Taiwan, Huang foi direto ao responsabilizar as políticas do governo Joe Biden pelo cenário atual. Segundo ele, as regras que limitam a exportação de chips avançados de IA para a China são baseadas em premissas equivocadas. Nas palavras do executivo, essas diretrizes “simplesmente não se sustentam” quando colocadas à prova no mundo real.

Jensen Huang CEO NVIDIA
Jensen Huang, CEO da NVIDIA

As regras que mudaram o jogo

O embate começou quando a Casa Branca decidiu bloquear o envio de chips de alta performance para o mercado chinês, temendo que o avanço da IA no país asiático pudesse representar riscos estratégicos para os Estados Unidos.⁠

Só que a estratégia acabou gerando um efeito colateral nada favorável para as empresas americanas. Ao invés de frear a inovação chinesa, as restrições aceleraram os planos de autossuficiência tecnológica de gigantes como a Huawei.

A fabricante chinesa, que antes dependia parcialmente de fornecedores ocidentais, hoje já conta com processadores próprios como os Ascend 910B e 910C — chips capazes de atender às demandas mais pesadas de inteligência artificial. Empresas como Tencent, Baidu e ByteDance não só adotaram essas soluções, como também ajudaram a consolidar um ecossistema independente.

O plano que falhou

Na tentativa de contornar as sanções, a NVIDIA até lançou o chip H20, uma versão limitada de suas GPUs de IA, projetada exclusivamente para o mercado chinês. A expectativa era alta. Prova disso foram os pedidos que ultrapassaram US$ 12 bilhões logo no início.⁠

Mas o otimismo durou pouco. No começo de 2025, o governo dos EUA apertou ainda mais as restrições, travando os embarques do H20 e deixando a Nvidia no prejuízo com nada menos que US$ 5,5 bilhões em unidades não entregues.

Huawei assume a dianteira

Enquanto isso, a Huawei não perdeu tempo. Além de fortalecer sua linha de processadores, a empresa lançou o CloudMatrix 384, seu primeiro sistema de IA em escala de rack para data centers. O equipamento chega para rivalizar diretamente com o poderoso NVIDIA GB200 NVL72, peça central da arquitetura Blackwell.⁠

O recado é claro: se as portas estão fechadas para a tecnologia ocidental, os chineses vão construir as próprias. E estão fazendo isso rápido.

Risco de perder a liderança global

Jensen Huang não esconde a preocupação. Segundo ele, se a China consolidar um ecossistema robusto e autossuficiente em IA, os Estados Unidos podem perder de forma definitiva a hegemonia tecnológica no setor.⁠

Enquanto isso, outras potências se movimentam. A TSMC, por exemplo, já anunciou investimentos de US$ 100 bilhões para expandir sua produção nos EUA. A Coreia do Sul, por sua vez, corre para proteger seus próprios fabricantes de semicondutores.

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Editor-chefe no Hardware.com.br/GameVicio Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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