Atualmente a Inteligência Artificial (IA) está presente em muitos tipos de ferramentas online e de computação. Um desses casos é o uso desse tipo de tecnologia para a produção de textos, o que acabou se tornando um assunto bastante polêmico. Porém, pode ser que haja um jeito de identificar esse tipo de trabalho: usando outro tipo de IA.
A ferramenta se chama AI Writing Check e também utiliza inteligência artificial, porém não para produzir textos e sim para identificar se o texto pesquisado foi escrito por uma IA. Para isso, eles utilizam uma espécie de engenharia reversa.
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A nova ferramenta pode ser usada para identificar textos produzidos principalmente por bots de IA, como é o caso do ChatGPT, por exemplo, ou outros parecidos. É um software inserido em uma plataforma de código aberto e que foi desenvolvido a partir da parceria de duas organizações não governamentais, a Quill e a CommonLit.
Ela é uma ferramenta gratuita, podendo ser usada por qualquer pessoa. Um dos seus aspectos mais interessantes é que ela utiliza exatamente de inteligência artificial, tornando-a uma espécie de dedo-duro. Esse uso é explicado já que ela utiliza engenharia reversa para fazer a identificação utilizando a mesma técnica para detectar certos traços.
O AI Writing Check é uma plataforma simples e fácil de usar, e como já dito acima, gratuita. Seu índice de acerto também é bem positivo. De acordo com os próprios criadores esse índice varia entre 80 e 90% de precisão em uma base de dados de 15 mil textos. Esses textos foram todos monitorados enquanto era realizado o teste.
Outra vantagem é que ela é um código aberto, então está sempre disponível para receber melhorias e atualizações, melhorando ainda mais essa detecção.
Uso é interessante, mas ainda um pouco limitado
Essa ferramenta pode ser bastante útil em diversas situações, mas principalmente para professores e orientadores no âmbito científico. Isso porque eles podem checar se textos entregues por alunos e graduandos foram realmente escritos por eles ou se usaram algum tipo de IA para ajudar nessa preparação. Eles inclusive dão um aviso sobre isso:
“Educadores, tomem nota: os alunos podem enganar qualquer sistema de detecção de IA gerando um texto com IA e, em seguida, reescrevendo ou reformulando o texto para que não seja detectado por este sistema. Tenha cuidado ao usar essas informações para identificar casos de desonestidade acadêmica.”
Para fazer a checagem é muito simples, basta ir no site do AI Wiriting Check copiar e colar o texto no prompt de escrita e clicar em “Check Text”. Porém ele ainda tem algumas limitações.
Para começar só é possível fazer uma busca de um texto que tenha no mínimo 100 palavras e no máximo 400 palavras. Ou seja, frases ou textos mais curtos precisam ser combinados com outras para dar o mínimo de palavras, e no caso de textos acadêmicos é preciso chegar por partes de 400 palavras. Isso pode tornar o trabalho mais cansativo, principalmente para textos longos demais.
Outra limitação está no idioma, já que por enquanto ele só funciona em inglês. Embora seja possível fazer uma checagem de um texto em português, ainda não é considerado realmente confiável como na escrita em inglês. Ao se fazer uma pesquisa, eles informam que o nível de acerto é entre 80 e 90%.
“Este sistema tem aproximadamente 80% a 90% de precisão. Isso significa que, para cada dez trechos de escrita gerados pela IA, um ou dois trechos serão sinalizados erroneamente como escritos por um humano.”
Quando ele detecta um texto escrito por robô, dará indícios sobre essa possibilidade.
Mas as limitações são esperadas, principalmente porque ainda é um serviço muito novo. Ele teve início ainda em dezembro, quando começou seu desenvolvimento, e em pouco tempo depois já começou a ser disponibilizado na internet.
Sua busca teve uma alta principalmente por causa da liberação do ChatGPT para o mundo, servindo como um aliado para evitar que textos escritos de forma artificial pudessem ser compartilhados como pertencentes a alguém, ou seja, de autoria de humanos. Isso pode inclusive trazer problemas até jurídicos.
Esses tipos de IAs de escrita já fazem parte de uma polêmica atual, principalmente nos meios acadêmicos, já que estudantes podem usar tecnologias como essa para fazer trabalhos. Enquanto alguns ainda aceitam que textos feitos por robôs podem ser usados com mudanças e colaborações por parte dos alunos, outros ainda acreditam que a melhor alternativa é banir essas ferramentas totalmente.
