Neste domingo (16), o grupo hacker responsável pelo ataque à emissora Record, ocorrido no dia 08 de outubro, vazou documentos sigilosos da empresa. Os hackers conseguiram “sequestrar” diversos arquivos. E como a emissora não pagou o valor pedido para o “resgate”, o grupo começou a disponibilizar alguns deles na internet.
De acordo com informações divulgadas pelo site Livecoins, o grupo hacker BlackCat/Alphv, que reivindicou a autoria do ataque, publicou oito arquivos confidenciais da Rede Record.
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Até um passaporte foi vazado
Dentre os arquivos vazados estão o passaporte da Ana Hickmann, apresentadora da emissora, uma sentença da Justiça do Trabalho, planilhas de pagamentos feitas por anunciantes e pelo Governo Federal, bem como outros documentos sigilosos e importantes, como um extrato da bolsa de valores de São Paulo.
Isso revela que o ataque hacker à Rede Record foi mais sério do que se imaginava. Inicialmente pensava-se que o grupo hacker conseguiu acesso apenas a vídeos de reportagens e programas de estúdio. Mas o vazamento do último domingo (16) prova que não.
No entanto, ainda não sabemos qual a gravidade do ataque. Por exemplo, é possível que o grupo de cibercriminosos tenha tido acesso a e-mails trocados pelos funcionários da empresa. Incluído aí os executivos de alto escalão da emissora.
Vazamento de arquivos é punição por não pagamento do resgate
O ataque hacker à Rede Record envolveu um tipo de vírus que chamamos de ransomware. Esse malware “sequestra” o sistema da vítima, criptografando os arquivos e impedindo que seus donos tenham acesso a eles.
Para recuperar o acesso aos arquivos, é necessário pagar um resgate aos hackers. No caso da Record, o valor do resgate é de US$ 5 milhões em bitcoins. Isso equivale a mais de R$ 26 milhões! O valor deveria ser depositado até às 13h50 do último sábado (15). Como não houve acordo, o grupo BlackCat/Alphv, resolveu vazar alguns arquivos importantes da empresa.
No site de vazamento do grupo hacker, eles afirmam o seguinte:
“As empresas representadas aqui não cooperaram conosco e tentaram esconder nosso ataque bem-sucedido aos seus recursos. Espere por seus bancos de dados e documentos confidenciais aqui.”
O site lista mais de 50 empresas que foram vítimas do grupo. O site em questão está no ar desde dezembro de 2021. Estima-se que mais de 20 empresas já pagaram pelos resgates de seus arquivos e sistemas. Os valores cobrados pelo grupo hacker variam entre R$ 2 milhões e R$ 30 milhões.
Os hackers também disseram que estão tentando vender os dados roubados da Record na darknet. Inclusive, temos um artigo bem interessante explicando o que são essas “redes alternativas”, como a darknet:
A Record ainda não se pronunciou sobre o caso até a finalização desta matéria.