Google e Apple têm “visão quebrada do mundo”, afirma CEO da Epic Games

Nos últimos anos, a Epic Games vem sendo figura central nas discussões sobre monopólios digitais e práticas anticompetitivas por grandes empresas, principalmente na figura do seu CEO, Tim Sweeney.

Atualmente a empresa está envolvida em algumas batalhas judiciais contra essas empresas, principalmente a Apple e o Google, e ao que tudo indica ele não pretende dar o braço a torcer e nem recuar tão cedo.

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Histórico de batalhas legais nos últimos anos

Epic Games

No início dessa semana, reportamos que a Epic Games abriu um novo processo contra o Google e também contra a Samsung, seguindo a mesma linha de pensamento e de batalha que vem sendo travada há alguns anos.

Tudo começou no ano 2000, quando a Epic Games acusou a Apple de adotar “práticas monopolistas e restrições anticompetitivas”. Logo em seguida, essa acusação também chegou no Google e assim se iniciou a saga.

Durante esse tempo a Epic Games teve algumas vitórias, como no final do ano passado, 2023, quando um júri concluiu que o Google realmente estava adquirindo ou mantendo poder de monopólio de forma deliberada através de práticas anticompetitivas.

Além disso, a batalha também fez com que a União Europeia aceitasse novas regulamentações que forçaram a Apple a permitir lojas de terceiros em seus dispositivos com iOS, inclusive o novo aplicativo da própria Epic Games, o que acabou sendo uma vitória e tanto para na região.

Epic Games store

Mas ainda não é suficiente. Tim Sweeney parece estar disposto a tornar esse mercado ainda mais “livre”. O CEO da Epic criticou a Apple por sua “compliance maliciosa” com a Lei de Mercados Digitais da EU. Segundo ele, mesmo sendo forçada a aceitar aplicativos de terceiros no iOS, a Apple tornou o processo de instalação desses aplicativos desnecessariamente complicado.

Inclusive, esse também foi o motivo do novo processo contra o Google e a Samsung do começo da semana, já que a Epic Games alegou que as empresas tornaram o processo de instalação da Epic Games Store muito complicado nos novos aparelhos da Samsung, o que estava levando os usuários a desistirem ou não conseguirem seguir com o processo.

Tim Sweeney prevê um futuro com plataformas mais abertas e colaborativas

Epic Games

Durante o Unreal Fest, que aconteceu em Seattle essa semana, Tim Sweeney falou um pouco sobre essa questão das disputas e sua visão para o futuro. De acordo com ele, o ideal é que o desenvolvimento de jogos online seja uma colaboração aberta, onde “todas as empresas e criadores possam participar juntos como iguais”.

Ou seja, as plataformas digitais seriam livres de qualquer tipo de monopólio ou de práticas abusivas que acabam limitando a inovação e o crescimento. E, de acordo com ele, atualmente as duas grandes barreiras para que isso aconteçam são justamente a Apple e o Google.

Sweeney acusa as empresas de terem um controle sufocante sobre o mercado digital, o que acaba impedindo o desenvolvimento de novas ideias, como por exemplo o metaverso. E quando aceitam, elas ainda taxam essas inovações e acabam tirando grande parte dos lucros sem que tenham contribuído com a criação delas.

“Estamos em um ponto em que o desenvolvimento de jogos é caro, as margens de lucro são baixas e as empresas de jogos estão sofrendo”, disse Sweeney. “A Apple e o Google ganham muito mais dinheiro com a maioria dos jogos do que os próprios desenvolvedores, sem contribuir nada de volta. E isso precisa mudar.”

A mensagem de Sweeney é clara: para que o ecossistema digital seja verdadeiramente vibrante, a concorrência precisa ser justa. Ele defende o fim dos “cobradores de aluguel monopolistas” e uma reformulação das regras que permitam uma competição equitativa entre desenvolvedores, marketplaces e plataformas. Isso, para Sweeney, é essencial para garantir que a criatividade e a inovação possam florescer no mundo digital.

CEO da Epic Games relembra começo da Apple

Durante o seu discurso, Tim Sweeney também relembrou e comparou a Apple de agora com o que a empresa era no passado. De acordo com ele, quando era jovem, lembra que a Apple era uma plataforma aberta, e qualquer pessoa podia criar e compartilhar sem precisar de permissão ou pagar grandes taxas a grandes corporações.

Segundo ele, esse era o “ideal de Steve Wozniak”, em contraste com o que ele chamou de “visão moderna e sombria” da Apple.

Sweeney não sugeriu que gostaria de voltar aos tempos em que o uso de computadores exigia conhecimento de linguagens como BASIC, mas afirmou que plataformas abertas são “mais divertidas” e promovem mais inovação e entusiasmo tanto entre usuários quanto entre desenvolvedores.

Fonte: pcgamer

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