A Universidade de São Paulo será a casa de um ambicioso centro de pesquisa dedicado a tecnologias emergentes, com foco especial em 5G e Inteligência Artificial Generativa. O projeto nasce de uma colaboração estratégica entre Claro, Fapesp e a própria USP, com um investimento superior a R$ 40 milhões distribuídos pelos próximos cinco anos . O anúncio foi feito durante o Web Summit Rio, realizado nesta quarta-feira (30), selando uma parceria que pretende acelerar a inovação tecnológica no país.
USP lidera projeto escolhido por edital
A iniciativa é fruto de um edital lançado em agosto do ano passado, que selecionou a USP para liderar o centro a partir de um consórcio de pesquisadores já vinculados à instituição. Localizado na Cidade Universitária, em São Paulo, o novo espaço funcionará como um polo de testes, desenvolvimento e validação de soluções voltadas a três grandes áreas: cidades inteligentes, Indústria 4.0 e Agrotech. A proposta é unir capacidade técnica, infraestrutura robusta e integração com o setor produtivo
Ecossistema de inovação com colaboração entre setores
Além da USP, o projeto reúne pesquisadores de outras nove instituições parceiras, incluindo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o SENAI-SP. O objetivo é construir pontes reais entre o universo acadêmico e as necessidades do mercado e da sociedade. A expectativa é envolver mais de 100 pesquisadores em cerca de 40 projetos distintos, cada um com foco na aplicação prática do 5G e da IA generativa em contextos variados.
Segundo Rodrigo Assad, professor universitário e vice-diretor do novo centro, a união da Claro com a Fapesp e a USP é resultado de anos de aproximação entre os diversos agentes do ecossistema de inovação. “A operadora tem acesso a tecnologias com um potencial enorme, ainda inexplorado. Conectar isso ao conhecimento científico é essencial para revelar todo o impacto possível dessas inovações na vida das pessoas e nos negócios”, destaca Assad, que também atua como diretor do beOn Claro.
Pesquisas com potencial de impacto global
A proposta vai muito além da pesquisa teórica. Os idealizadores do centro enxergam uma oportunidade concreta de transformar conhecimento em produtos e serviços com aplicação imediata no mercado. As soluções que surgirem dos laboratórios da USP poderão ser escaladas em todo o território nacional, com potencial para competir em escala global.
Para o professor Eduardo Zancul, da Escola Politécnica da USP e diretor do centro, o projeto estabelece uma nova referência na integração entre universidade e setor privado. “Trata-se de uma plataforma real para desenvolvimento de aplicações inovadoras em redes inteligentes e sistemas baseados em IA generativa. Isso posiciona o Brasil em um novo patamar de protagonismo em pesquisa aplicada”, afirma.
Fapesp aposta na formação de talentos e na inovação aberta
Do ponto de vista institucional, a Fapesp vê na iniciativa uma alavanca estratégica para formação de talentos e consolidação de um modelo de inovação sustentável. “Ao apoiar centros de pesquisa aplicada em áreas-chave como redes, cidades inteligentes e Agrotech, fortalecemos a formação de profissionais qualificados e promovemos a transferência de conhecimento para a sociedade e o setor produtivo”, pontua Marcio de Castro, diretor científico da fundação.
Rodrigo Duclos, diretor de Inovação e Digital da Claro, completa a visão com uma perspectiva empresarial: “Queremos transformar essa colaboração em soluções concretas, que atendam não só empresas e governos, mas também o cidadão comum. O impacto precisa ser real, direto e duradouro na economia brasileira”, diz.