O Linux como um todo nunca teve uma relação muito amigável com jogos. Falta de compatibilidade com drivers de placas de vídeo e uma relação distante com as produtoras de jogos sempre foram comuns no universo Linux. Mas isso está perto de mudar. Pelo menos é o que a Canonical, desenvolvedora do Ubuntu, deseja fazer no curto prazo.
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No site da empresa há uma vaga de emprego para um gerente de produto de games para desktop Linux. Dentre as atribuições descritas no site estão:
- Trabalhar com a equipe de engenharia de desktop para garantir uma ótima integração entre todo o portfólio de produtos da Canonical;
- Analisar tendências de mercado, definir objetivos, temas e recursos do produto;
- Criar conteúdos de marketing eficazes para atrair e envolver a audiência;
- Ser responsável pelo roadmap do produto, entrada no mercado, estudos de casos, treinamento, postagens de blog e divulgação na comunidade.
Bastante coisa, não? O candidato à vaga deverá ter um entendimento profundo de gráficos e jogos no Linux, bem como de tecnologias e comunidades de desktop. Na descrição do cargo nós ainda lemos:
“Nós trabalhamos com parceiros do ramo dos chips para garantir que os drivers e ajustes gráficos mais recentes estejam embutidos para obter latência e taxas de quadros ótimas. Também trabalhamos com parceiros da indústria de games para garantir que mecanismos antitrapaça estejam disponíveis para garantir a oferta de produtos e condições leais de disputa”.
Canonical e sua relação complicada com os jogos
Em um passado não tão distante, o Ubuntu, distribuição Linux desenvolvida pela Canonical, era tida como a melhor para jogos. Isso foi em 2012. Na época até a Valve, dona da Steam, indicava a distribuição para os usuários Linux. Mas, aos poucos, essa relação amigável com os jogos foi morrendo.
Tanto é que em 2019 a Canonical quase removeu o suporte à Steam do Ubuntu. Ela só não fez isso por que a comunidade reagiu forte e com severas críticas. Se não fosse isso, o Ubuntu hoje não seria compatível nem mesmo com a Steam, a principal plataforma de games PC da atualidade.
Devido a isso a distribuição acabou perdendo espaço neste segmento. Hoje, um usuário Linux que quer jogar no PC prefere recorrer a distribuições com atualizações mais frequentes de Kernel. Sem falar nos drivers para GPUs, que também são importantes.
Neste sentido, as melhores distribuições são o Arch Linux e o Pop_OS!. No entanto, pesa contra o fato dessas distros não serem tão amigáveis para o usuário iniciante quanto o Ubuntu é.
Steam Deck roda em Linux
O Steam Deck, console portátil da Valve, terá um sistema operacional próprio. Trata-se do SteamOS. E esse sistema é baseado justamente no Arch Linux, que permite uma enorme personalização por parte do usuário.
As primeiras unidades do Steam Deck começarão a ser entregues aos compradores já no próximo mês. Talvez por isso a Canonical esteja querendo reaproximar o Ubuntu do universo dos jogos. Caso o Steam Deck seja um sucesso, não seria surpresa nenhuma se outras empresas despertarem o interesse para desenvolver jogos para Linux. Neste caso, se o Ubuntu estiver bem posicionado no mercado, ele pode ser uma opção bem viável.