Como resultado do Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário de Brasília (CEUB), o estudante Davi Mogrovejo desenvolveu um talher que busca contribuir com a mobilidade de pessoas acometidas com a Doença de Parkinson. O aparelho de baixo custo impede que o alimento caia durante o tremor nas mãos do paciente, permitindo que a comida se mantenha no talher mesmo no evento de inclinação. O talher autorregulador foi confeccionado com servomotores, microcontroladores e peças fabricadas utilizando impressão 3D.
De acordo com o estudante, o intuito do projeto é sanar uma parcela das dificuldades que as pessoas com a Doença de Parkinson enfrentam e proporcionar uma melhor qualidade de vida e independência. “A partir da necessidade de tornar a vida dessas pessoas mais confortável e independente, conseguimos que pacientes com tremores moderados e leves conseguissem manusear o talher e fazer as refeições com qualidade”, explica.
Com o objetivo de desenvolver um aparelho de baixo custo e de fácil reprodução, o estudante desenvolveu o talher com o auxílio de um circuito com um sensor de angulação para análise e estudo dos tremores dos pacientes. Por meio do sensor, é possível gerar um gráfico do tremor, considerando os três eixos de rotação do movimento. O protótipo foi testado em alguns pacientes com condições de tremores em estágio inicial. Talheres com tal função são vendidos no valor de R$3.000, já o protótipo teve custo do material, sendo possível a fabricação caseira, sem a necessidade de equipamentos industriais.
À frente da orientação da pesquisa, o professor de Engenharia do CEUB Francisco Javier explica que a partir das simulações feitas utilizando o protótipo, o talher é estabilizado ao haver tremor. “A funcionalidade do talher foi comprovada durante uma simulação que observou o processo de transporte do prato à boca. O talher manteve-se paralelo ao chão, reposicionando-se ao sofrer inclinação proveniente do tremor da mão do paciente”, completa.
Na prática, o talher permitiu que pacientes com estágios iniciais e intermediários de Parkinson pudessem se alimentar de forma independente, mesmo com tremor nas mãos. Davi afirma que o protótipo segue em aprimoramento, para ser usado um microcontrolador com maior velocidade de processamento de dados. “Nossa meta é suprir a necessidade de pacientes com tremores acentuados e produzir o talher com um custo bem mais acessível do que os modelos que estão atualmente no mercado”, considera.