Oppo irá fabricar chips de 3 nm para seus smartphones

Por: Pablo Nogueira

A Oppo, principal fabricante de smartphones da China, irá fabricar chips com o avançado processo de fabricação de 3 nm.

Segundo o jornal asiático Nikkei, a gigante chinesa está desenvolvendo esses chips para os seus celulares high-end, obtendo o controle sobre componentes essenciais. Isso reduziria, portanto, a dependência da Oppo de fornecedores estrangeiros, como a Qualcomm e a MediaTek.

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O ato de desenvolver seu próprio processador, por parte da Oppo, pode, também, aumentar o controle sobre a cadeia de produção. Ademais, isso pode, possivelmente, aliviar a enorme crise de semicondutores.

O Find X2 Pro, smartphone topo de linha da Oppo. Créditos: Oppo

A Oppo — a quarta maior fabricante de smartphones em termos de remessas de produtos —, planeja inserir processadores fabricados pela própria companhia nos seus smartphones em 2023 ou 2024.

Tal data depende do andamento do processo de desenvolvimento, segundo fontes do Nikkei Asia.

Com isso, a Oppo será mais uma empresa do ramo de smartphones que fabricará seus próprios processadores. A empresa segue o mesmo rumo da Apple, Samsung e Xiaomi.

Além disso, nos últimos dias, o Google revelou o smartphone Pixel 6, o primeiro a usar o processador Tenor, fabricado pela própria gigante companhia americana.

Chips da Oppo serão de 3 nm

Segundo as fontes do Nikkei Asia, a Oppo pretende usar a tecnologia de produção de chips de 3 nm da TSMC.

Com isso, a maior fabricante de semicondutores ganha mais um cliente de peso. A Apple e a Intel já utilizam a tecnologia da empresa taiwanesa para os seus chips.

O chip A12, lançado em 2018 para o iPhone X. Créditos: Apple

A produção de chips de 3 nm indica que a Oppo está focando em desenvolver processadores de smartphones capazes de competir com os principais nomes do mercado atual.

Para executar essa empreitada, a empresa chinesa investe vigorosamente na divisão de pesquisa e desenvolvimento de chips. A Oppo enxergou o declínio da sua principal rival na China, a Huawei — devido às sanções impostas pelo governo dos EUA —, como uma grande oportunidade de assumir o domínio do mercado.

Desde 2020, a empresa passou a contratar engenheiros oriundos de empresas como a MediaTek, a Qualcomm, e a própria Huawei, especializados no desenvolvimento de chips e em inteligência artificial.

Além disso, a Oppo busca talentos nas maiores potências da indústria de chips, ou seja, EUA, Taiwan e Japão.

Processadores exclusivos são a nova estratégia das grandes empresas

Nos últimos anos, as grandes empresas de smartphones apostam na fabricação de processadores exclusivos para os seus produtos. A Apple iniciou essa tendência desde o primeiro iPhone. Em seguida, veio a Huawei, que lançou o processador Kirin antes de ser o principal alvo do governo americano.

Em setembro de 2020, a Huawei anunciou o fim da produção dos chips Kirin. Créditos: HiSilicon

Em 2014, a Xiaomi forma uma equipe para desenvolver semicondutores, embora ainda não tenha lançado nenhum smartphone com processadores próprios, utilizando, em vez disso, os processadores da Qualcomm.

Segundo Eric Tseng, da Isaiah Research, as principais empresas de smartphones podem enfrentar alguns riscos nessa corrida para lançar seus próprios processadores, pois é possível que tais chips não alcancem o mesmo nível de qualidade em relação aos processadores fabricados por empresas já consolidadas no ramo.

Por outro lado, com chips próprios, as empresas podem obter um maior controle sobre a cadeia de abastecimento, além da diferenciação do seu produto.

Brady Wang, analista da Counterpoint, comenta que seria muito difícil existir um celular com um desempenho exclusivo se todas as empresas, afinal, utilizassem processadores da Qualcomm.

Todavia, Wang ressalta que, em tempos de crise de semicondutores, as empresas teriam que competir pelos recursos fundamentais para a fabricação de chips.

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