Youtuber deixa Switch OLED ligado por mais de um ano para testar os efeitos do burn-in

John Lennon dizia que tudo na vida tem um preço, nada é de graça. Esse preço pode ser entendido como consequências de algo, e no caso de um painel baseado na tecnologia OLED esse preço a se pagar é o risco de burn-in. Esse processo que gera manchas na tela está correlacionado a tecnologia em si, portanto, por mais cuidadoso que você seja, há sempre o risco.

Por outro lado, há uma potencialização em cima do tema. É fácil encontrar comentários pela internet de pessoas desencorajando outras a comprar uma TV OLED pelo risco de burn-in, como se fosse algo que acontecesse com uma frequência preocupante, em um curto período do tempo. Embora não seja possível cravar uma resposta para nenhum dos lados, podemos chegar a um meio-termo, e afirmar que o risco de burn-in, para a absoluta maioria dos aparelhos que recorrem a OLED, é baixo.

O próprio mercado tenta encontrar soluções que tentam amenizar ainda mais os efeitos desse problema sobre os painéis. A Apple, por exemplo, utiliza painel OLED nos iPhones mais recentes, e a companhia explica que utiliza algoritmos especiais que monitoram o uso de cada pixel para produzir dados sobre a calibração da tela. O iPhone usa esses dados para ajustar automaticamente os níveis de brilho de cada pixel, conforme necessário, para reduzir os efeitos visuais de “gravação” na tela e manter uma experiência de visualização consistente. Esses efeitos de gravação seriam as manchas que o painel adquire ao longo do tempo. Lembrando que, além do OLED, até mesmo os painéis LCD podem ficar manchados, neste caso, está mais associado a um problema de retenção de imagem, efeito que é temporário.

Um teste recente mostra quais seriam os efeitos sobre o burn-in sobre um dispositivo que usa uma tela OLED. O Youtuber Bob Wulff fez o seguinte experimento, ele pegou o seu Nintendo Switch OLED e o deixou exposto a uma quantidade significativa de horas ligado de forma ininterrupta. Num primeiro momento, Wulf mostrou os efeitos do burn-in após o dispositivo ficar ligado por 3600 horas, o equivalente a 150 dias. A conclusão foi que a tela já começava a dar sinais de burn-in, mas que ainda era possível seguir utilizando o aparelho, já que não atrapalhava a jogatina.

O teste foi concluído após dispositivo permanecer ligado até totalizar 13 meses ininterruptos de exposição a uma imagem. Impressionantes 10.000 horas. Neste ponto, a tela do console apresentou manchas que tornam a continuidade do uso inviável. O teste foi feito de uma forma que foge completamente a um padrão de uso normal, já que, além de permanecer ligado por uma quantidade de horas atípica, o console ficou exibindo a mesma imagem durante todo o tempo, característica cruel para qualquer painel OLED.

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Certas características e números frios não necessariamente representam um problema realmente significativo para o usuário. Podemos usar aqui o exemplo do SSD. Todos os SSDs contam com um valor médio de TBW, que é a quantidade média, representada em terabytes, que aquela unidade conseguirá lidar com escrita de dados. Testes já mostraram que é perfeitamente possível ir além do que o fabricante estipula como um limiar para gravação de dados, e é bem provável que você já tenha trocado de SSD, ou até mudado de dispositivo, antes que a finitude de gravação, considerando o padrão médio de maioria absoluta dos usuários, realmente seja um problema.

O mesmo vale para o OLED. A tecnologia tem limitações implícitas, mas, num cenário em que o aparelho saiu de fábrica perfeito, os efeitos do burn-in para a maioria dos dispositivos, na maioria das condições de uso, é mínimo. A tecnologia evolui.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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