A corrida tecnológica entre China e Taiwan na indústria de semicondutores parece estar cada vez mais delineada, com a China ficando cada vez para trás. De acordo com Gerald Yin Zhiyao, presidente e diretor-geral da AMEC (Advanced Micro-Fabrication Equipment China), os equipamentos chineses de fabricação de chips estão entre 5 e 10 anos atrás de seus principais concorrentes em termos de qualidade e confiabilidade.
Essa é uma afirmação importante e significativa, visto que Gerald Yin Zhiyao é um dos maiores especialistas chineses no campo de equipamentos para produção de semicondutores. Porém, o presidente da AMEC também deixou claro o esforço notável que as empresas chinesas têm feito nos últimos anos para superar essa defasagem.
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Durante uma mesa redonda que aconteceu no final de julho passado, Gerald Yin Zhiyao falou um pouco sobre essa situação, mas ele pareceu otimista com os esforços da China até o momento. Ele revelou ainda que acreditava que seriam necessários dez anos para que a China encontrasse uma solução viável para alcançar a autossuficiência na fabricação de semicondutores.
Porém, graças ao esforço conjunto de centenas de empresas chinesas, ele prevê que a China conseguirá atingir uma autossuficiência básica ainda este ano. E esse progresso é muito importante para a China, já que o país está procurando reduzir sua dependência de tecnologias estrangeiras, principalmente nesse setor tão estratégico que é o de semicondutores.
Taiwan segue à frente na competição tecnológica
Apesar do esforço chinês, especialistas afirmam que a China ainda está distante das capacidades tecnológicas de Taiwan, especialmente da TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), que atualmente é líder mundial no mercado de chips e conta com aproximadamente 60% da participação de mercado na fabricação de semicondutores e avança rapidamente em direção à produção de chips com tecnologia de 2 nanômetros.
Empresas chinesas como a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation) e a Hua Hong Semiconductor estão pelo menos cinco anos atrás das líderes globais em termos de inovação tecnológica.
Wu Cheng-wen, chefe do Conselho Nacional de Ciência de Taiwan, reforça que a indústria chinesa de semicondutores está mais de dez anos atrás da de Taiwan. Ele destaca que, enquanto a TSMC se prepara para fabricar chips em nós de 2 nm, a SMIC ainda luta para produzir circuitos integrados de 7 nm, utilizando técnicas menos avançadas, como o “multiple patterning”.
Embora a SMIC possa estar tentando alcançar a produção de chips de 5 nm, os resultados ainda são questionáveis.
A importância dos equipamentos de litografia avançada
Vale ressaltar que a China conta ainda com barreiras que ajudam a manter essa distância ainda mais acentuada. Uma delas é o acesso limitado a equipamentos de litografia ultravioleta extrema (UVE), que são essenciais para a fabricação de chips de última geração.
Empresas como a TSMC, que têm acesso a essas máquinas da ASML, uma empresa holandesa, estão na vanguarda da tecnologia de semicondutores. Sem esses equipamentos, a SMIC corre o risco de ficar estagnada nos 3 nm, a menos que a China desenvolva sua própria tecnologia de litografia UVE.
Fonte: xataka
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