A guerra cibernética causa apreensão a praticamente todos os líderes de estado e medidas estão sempre sendo aplicadas e repensadas para aumentar a segurança num caso extremo. Até o momento a medida mais ousada vem do controverso governo russo, que pretende se isolar da internet global em um teste que tem relação com um projeto de lei ( Programa Nacional da Economia Digital, ) introduzida pelo Parlamento russo em dezembro do ano passado. O teste será realizado até o 1º dia de abril, quando termina o prazo estabelecido para a introdução de alterações na lei.
O projeto do Parlamento determina que os provedores possam preparar uma forma de continuar operando independente de potências rivais tomarem medidas para desconectar o país da rede global. Entre as medidas da lei está estipulado que os provedores arrumem meios técnicos necessários para que todo o tráfego seja redirecionado para pontos aprovados ou administrados pelo Roskomanadzor, o Serviço Federal de Supervisão das Telecomunicações.
Evidente que para cumprir tal objetivo a Rússia também terá sua própria versão do sistema de nomes de domínio, o DNS, que está sendo esquematizado desde 2014. Em 2017 as autoridades russas já falavam sobre o tema, dizendo que planejavam encaminhar 95% localmente de todo o tráfego da internet.
A agência RBK informou que todos os provedores de Internet concordaram com os objetivos da lei, mas não concordaram com sua implementação técnica, porque acreditam que isso causará grandes interrupções no tráfego de Internet russo.
Embora seja transvestido como um combate a guerra cibernética, assunto que desde 2010 com o malware Stuxnet, ganha cada vez mais relevância, a medida também é vista como censura, uma forma de isolamento em massa, já que o governo russo quer que todo o tráfego doméstico passe por pontos de roteamento, que filtrarão o tráfego. Segundo fontes próximas ao governo o presidente russo, Vladimir Putin, quer criar uma versão russa do modelo implantado na China, em que o controle de tráfego é uma realidade.
Frequentemente a Russia é acusada pela OTAN e Estados Unidos de estar por trás dos grandes ataques cibernéticos, principalmente quando o alvo é sua arquirival, a Ucrânia, que já passou até por apagões elétricos causados por ataques. No ano passado os EUA e o Reino Unido culparam a Rússia pelo famoso ransomware Notpetya disseminado em 2017, uma versão “anabolizada” do Petya, que apareceu em 2016.