Uma prática comum entre pessoas que possuem filhos pequenos é encher suas redes sociais com fotos e vídeos dos filhotes. Totalmente normal, afinal de contas, todo pai ou mãe ama compartilhar os momentos engraçados dos filhos na internet, sem falar nas fotos fofas que eles protagonizam. No entanto, essa prática comum pode acabar favorecendo gente da pior espécie.
Criminosos operam uma rede clandestina, traficando fotos e vídeos de crianças obtidos de redes sociais para grupos de pedofilia. Uma apuração do Fantástico revelou que esses indivíduos empregam códigos nas plataformas digitais para marcar conteúdos a serem vendidos em domínios privados.
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A exploração sexual infantil se estende a pacotes com imagens e transmissões ao vivo envolvendo abusadores. As transações ocorrem em chats e são finalizadas em aplicativos que garantem o anonimato, como Telegram e Signal.
“Códigos secretos” são usados na comunicação dos pedófilos
Esses criminosos utilizam frases aparentemente inocentes, como “me perdoe, pequena” — uma referência ao Thanos dos Vingadores — para sinalizar interesse nas publicações. Esses termos, embora inofensivos à primeira vista, escondem significados reconhecidos dentro desta rede nefasta. Geralmente, os alvos são perfis de influenciadores que compartilham o cotidiano dos filhos no Instagram e TikTok.
Allan Costa, co-CEO da ISH Tecnologia, destaca que muitas vezes as imagens são capturadas diretamente de perfis públicos onde pais e crianças postam sem conhecer os riscos: “Na ampla maioria das vezes, os criminosos acessam e interceptam as fotos através das próprias redes sociais que possuem perfis abertos, onde as fotos são postadas de forma ‘inocente’ por pais, parentes, e, muitas vezes, pela própria criança, que não possuem consciência a respeito do risco envolvido nesse tipo de escolha“.
Para proteger a privacidade infantil, é essencial questionar os motivos por trás da exposição online. Recomenda-se o uso de contas privadas, limitando o acesso às publicações a um círculo íntimo e confiável. Em perfis abertos, sugere-se ocultar parcialmente o rosto das crianças para dificultar a identificação.
Denúncias de pedofilia e abuso podem ser feitas anonimamente via Hotline da SaferNet, acessível em new.safernet.org.br/denuncie, ou procurando delegacias especializadas em crimes digitais.
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