A Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, anunciou nesta terça-feira (26) o lançamento de um novo estudo para testar sua tecnologia em uma nova aplicação: permitir que uma pessoa controle um braço robótico apenas com os pensamentos.
“Estamos empolgados em anunciar a aprovação e o início de um novo estudo de viabilidade para expandir o controle da interface cérebro-computador (BCI) usando o implante N1 em um braço robótico assistivo experimental”, afirmou a Neuralink em publicação na sua conta oficial no X.
Como funciona a interface cérebro-computador (BCI)
As interfaces cérebro-computador, ou BCIs, permitem que uma pessoa controle dispositivos externos diretamente com sinais do cérebro. A tecnologia funciona ao interpretar e decodificar os sinais de movimento gerados pelos neurônios. O dispositivo BCI da Neuralink, chamado N1, é do tamanho de uma moeda e é implantado no cérebro por um robô especializado. A empresa atualmente avalia a segurança do dispositivo e sua eficácia para controlar computadores em pessoas com paralisia.
Elon Musk já declarou que no futuro os pacientes que utilizam o chip Neuralink conseguirão vencer pro players. A Neuralink também já mostrou vídeos do segundo paciente da Neuralink jogando Counter-Strike 2 em seu notebook usando somente a mente.
Histórico de avanços no controle de próteses robóticas
O uso de BCIs para controlar dispositivos externos não é novidade. Em 2008, pesquisadores da Universidade de Pittsburgh mostraram que macacos podiam usar sinais cerebrais para controlar braços robóticos e realizar tarefas simples. Anos depois, em 2012, um estudo publicado na revista Nature relatou que dois pacientes paralisados conseguiram guiar braços robóticos para alcançar objetos, incluindo servir-se de café pela primeira vez em 14 anos.
Apesar do progresso, os sistemas utilizados nesses estudos ainda apresentavam limitações, como a necessidade de cabos para decodificar os sinais neurais. A Neuralink busca superar essas barreiras com sua solução sem fio, prometendo maior praticidade e eficiência para os usuários.
Nova fase: controle de braço robótico
O próximo passo da Neuralink é testar o controle de braços robóticos por meio de sua tecnologia. De acordo com a empresa, o novo estudo permitirá a participação de indivíduos que já fazem parte do PRIME Study, outro projeto em andamento. No entanto, mais detalhes sobre o novo experimento ainda não foram divulgados no site da Neuralink ou no repositório oficial de estudos clínicos (clinicaltrials.gov).
Além de atender pessoas com problemas motores, a Neuralink já projeta um futuro em que até mesmo pessoas saudáveis poderão utilizar esses chips para alcançar habilidades específicas, como melhorar suas habilidades em jogos.
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