As empresas e pesquisadores de cibersegurança investigando o ataque hacker sofrido pela Microsoft na semana passada rastrearam dois dos possíveis agentes, incluindo um adolescente brasileiro.
O ataque à Microsoft, bem como o que Nvidia sofreu, foram feitos pelo grupo hacker Lapsus$.
O grupo Lapsus$ atordoou os experts em cibersegurança ao iniciar uma grande empreitada de ataques hackers a grandes empresas. No entanto, as motivações do grupo por trás do ataque hacker ao Mercado Livre e à Microsoft ainda não foram reveladas.
Leia também: Microsoft revela como grupo hacker Lapsus$ consegue ser tão eficiente
Desse modo, a missão das empresas de cibersegurança é, além de identificar os suspeitos, entender a motivação do grupo. Algumas afirmam o óbvio: dinheiro e notoriedade.
De acordo com um dos investigadores, os analistas de segurança identificaram sete contas únicas com associação ao Lapsus$. Isso indica que, além do adolescente brasileiro, há mais pessoas envolvidas nas operações do grupo hacker.
Sobre o adolescente brasileiro, as firmas de cibersegurança informam que “o jovem é tão habilidoso” em hackear — e também é muito rápido — que os investigadores, inicialmente, presumiram ser uma atividade automatizada.
Outras duas evidências destacam a participação do adolescente brasileiro no ataque hacker à Microsoft: o início das atividades do Lapsus$ e a forma como o grupo se comunica.
No final do ano passado, conforme explica Chris Morgan da firma de cibersegurança Digital Shadows, o Lapsus$ ganhou notoriedade após atacar diversas companhias e instituições, boa parte sendo de Portugal ou do Brasil.
Entre esses alvos estão o Ministério da Saúde do Brasil, que sofreu um ataque hacker no final do ano passado.
Além disso, o outro ponto importante para embasar a atividade de algum brasileiro nas ações do Lapsus$ são as gírias brasileiras presentes nos anúncios de ataques.
Além do brasileiro, “o cabeça” do ataque à Microsoft é um adolescente inglês
Sobre o ataque à Microsoft e à Nvidia, houve a identificação do mandante do ataque.
As empresas de cibersegurança contratadas pelas duas companhias identificaram um adolescente de 16 anos, residente em Oxford, na Inglaterra, como um dos possíveis líderes.
Quatro analistas de cibersegurança, que investigam o grupo hacker, afirmam suspeitar que o adolescente inglês seja a mente por trás do ataque à Microsoft.
Esse adolescente é suspeito de também ser “o cabeça” de grandes ataques feitos pelo Lapsus$, embora os analistas ainda não conseguiram vincular de maneira conclusiva a sua participação em todos os ataques do Lapsus$.
De acordo com o jornal Bloomberg, os pesquisadores utilizaram evidências criminais dos ataques, bem como informações disponíveis publicamente, para vincular o adolescente inglês ao grupo que invadiu os servidores da Microsoft.
As autoridades britânicas não divulgaram — por motivos legais em relação à penalização de menores. Entretanto, o jornal informa que o alter-ego online do hacker é “White” e “breachbease”.
Um grupo hacker rival divulgou informações sobre a alcunha do adolescente britânico, assim como o seu endereço e o nome dos seus pais. Isso culminou, portanto, na prisão de “White”, que havia feito fortuna com criptomoedas.
