James Cameron, Skynet, destruir a humanidade com deepfakes? Mas o que é isso?
Primeiramente, eu suponho que você deva saber o que são deepfakes, já que esse termo é tema de muitas discussões éticas.
No entanto, caso você não conheça James Cameron, pegue sua carteirinha da associação “sabe de nada, inocente”.
James Cameron é apenas o diretor de dois dos filmes que mais faturaram na história: Avatar, de 2009, rendeu US$ 2,85 bilhões e ocupa o primeiro lugar no ranking. Titanic vem em terceiro, atrás apenas de Vingadores: Ultimato, lucrando US$ 2,19 bilhões de dólares.
No entanto, há outro filme de James Cameron, da década de 1980, que revolucionou a indústria: O Exterminador do Futuro. Em 1991, Cameron dirigiu a sequência do filme, considerada melhor que a obra anterior.
No filme, o protagonista é um cyborg conhecido como exterminador, interpretado por Arnold Schwarzenegger, que viaja no tempo para evitar o surgimento da Skynet, um sistema de inteligência artificial que causa um holocausto nuclear em 2029.
O que é inteligência artificial?
Enfim, agora você já sabe do que o assunto se trata: máquinas destruindo a humana.
No último sábado, James Cameron, em uma entrevista à BBC, afirmou que se algum dia as máquinas consigam derrotar a humanidade, citando a Skynet, seria através do uso de Deepfakes, em vez de armas nucleares. Confira a entrevista completa aqui.
Aliás, ao iniciar a entrevista, Cameron cita o problema de que todas as tecnologias que nós criamos, aparentemente, em algum momento, “dão errado”.
Destacando o avanço dos efeitos visuais em imagens e filmes, o cineasta afirma que, conforme aprimoramos essas ferramentas, “criamos recursos para mídias falsas”.
No entanto, segundo ele com a velocidade de informação de notícias, pode haver um incidente preocupante antes de descobrirmos que a mídia é falsa.
“Já vimos diversas situações — a Primavera Árabe é um clássico exemplo — em que as revoltas foram praticamente instantâneas graças às mídias sociais”.
Segundo James Cameron, com os deepfakes, a Skynet teria menos trabalho em destruir o mundo
De acordo com o cineasta, atualmente, as ferramentas dos aplicativos de deepfakes não são tão avançadas, mas, conforme o passar do tempo, isso pode se tornar um problema.
Ao admitir seu ceticismo em relação à inteligência artificial e o temor pelos deepfakes, James Cameron comenta sobre o fato de que toda tecnologia já criada foi utilizada como armamento.
“Eu digo isso aos cientistas de inteligência artificial o tempo inteiro, mas eles afirmam ter o controle da situação: ‘Só basta a gente garantir que as IAs sirvam para um propósito correto’…”
É a partir desse momento na entrevista que James Cameron menciona a Skynet e sua relação com os deepfakes.
“Se a Skynet quisesse acabar com o mundo e exterminar todos nós, seria algo similar ao que está rolando atualmente. A Skynet não precisaria acabar com toda a biosfera e o meio ambiente com armas nucleares. Aliás, seria bem mais fácil e demandaria menos energia, pois a Skynet iria apenas fazer com que as nossas mentes ficassem umas contra as outras”.
“A Skynet precisaria apenas fazer deepfakes de um monte de pessoas, colocá-las umas contra as outras, colocar fogo no parquinho e, assim, comandar a humanidade através de deepfakes enormes”, afirmou James Cameron.
Portanto, o premiado cineasta afirma que precisamos ter um pensamento crítico maior, ressaltando que temos milhares de ferramentas de pesquisas disponíveis, mas as pessoas não as utilizam para verificar a verdade.
Leia também: Facebook anuncia ferramenta que identifica a origem de deepfake
Ao finalizar a entrevista, James Cameron faz uma brincadeira: “Eu mesmo poderia ser um deepfake neste exato momento”.