O vice-presidente de marketing técnico da Intel, Robert Hallock, abordou um assunto que vem tomando cada vez mais espaço no noticiário sobre tecnologia: as comparações entre as arquiteturas x86 e ARM. Algumas companhias, como a Apple, vem dobrando a aposta em torno das soluções alternativas ao x86, fazendo o ARM ser o protagonista não somente em aparelhos como smartphones, mas também em computadores, e alcançando sucesso, vide o caso do procuradíssimo MacBook Air M1.
No entanto, todo esse oba-oba em torno do ARM que acontece, em algumas situações, resultando em um certo detrimento em relação ao x86, segundo Hallock, em declaração ao NotebookCheck, são baseadas em falsas afirmações.
“É a crença da nossa empresa de que as conversas que ocorrem sobre o consumo de energia em ARM vs x86 são baseadas em falsas afirmações, porque não é o conjunto de instruções da arquitetura (ISA) que dita amplamente a energia”.
O executivo da Intel toca num dos pontos que costuma mais ser enaltecido nos materiais de divulgação e análises de produtos que utilizam chips baseados em ARM, a autonomia de bateria. Superando com certa facilidade dispositivos que utilizam chips x86, mercado que ainda é amplamente importante para a Intel.
Hallock diz que as diferenças práticas entre os produtos partem das próprias diferenças em termos de concepção:
O que determina é o projeto do chip
“Nossa visão, na verdade, é física: transistores custam energia. Um design de CPU que adiciona mais núcleos, aumenta o tamanho da NPU, acrescenta gráficos ou tem a adição na complexidade da fabricação não é grátis. Estas decisões aumentam intrinsecamente o consumo de energia do pacote e TDP no geral do que o consumidor historicamente vê dos processadores convencionais de Windows e Linux”.
Hallock enfatiza que não é o x86 ou ARM que determina o consumo. É o design físico do chip, o projeto. “É o processo tecnológico usado, a tecnologia de empacotamento usada. Estamos incansavelmente otimizando cada componente desta plataforma, painéis de um watt, a memória mais eficiente, os SSDs mais eficientes. Isto é o que determina o tempo de uso da bateria. Isto que determina o consumo da CPU”.
Em resumo, uma certa vantagem técnica dos chips x86 em alguns aspectos acabam inviabilizando, em relação ao custo, alcançar uma certa equivalência no consumo. Como acrescentou Hallock, “aprimorar os recursos e desempenho que o mercado espera tem um ‘custo típico’, independentemente se for uma ISA x86 ou ARM. Então, se a complexidade de adicionar custa energia em qualquer ISA, então se torna uma batalha entre qual conjunto de design traz o melhor desempenho/consumo/área (ou Performance, Power, e Area, PPA) para atender as expectativas do consumidor.
Chips Luna Laner prometem surpreender
Na posição de marketing técnico, Hallock também destacou que os próximos processadores Intel para notebooks, Core Ultra 200V, baseados na arquitetura Lunar Lake, e que são x86, deixarão claro que essa tal diferença para o ARM não procede:
“O que você verá da linha Lunar Lake é o x86 empoderado de uma forma como nunca viu antes. Nós incansavelmente testamos cada execução única de motor neste chip para extrair o melhor desempenho por watt que poderíamos. Nós mexemos em tudo. Gráficos, empacotamento, núcleos, fabricação, cada componente recebeu um aprimoramento”, completa.
A expectativa é que os primeiros dispositivos equipados com os chips Lunar Lake cheguem ao mercado em setembro, rivalizando diretamente com os Ryzen AI 300 e o Qualcomm Snapdragon X Elite.