Ontem (24), um grupo de hackers da Bielorrússia (ou Belarus) confirmaram a responsabilidade pela invasão da rede do sistema ferroviário do país para evitar que tropas do exército russo entrem no país.
O grupo é o Cyber Partisans (Ciber Guerrilheiros, em tradução livre), uma rede hackers ativistas que pretendem derrubar o presidente Alexander Lukashenko do cargo. O grupo foi criado em 2020, após as eleições presidenciais da Bielorrússia, fraudada por Lukashenko, que ocupa o cargo desde 1994.
Portanto, o grupo confirmou ser o responsável pelo ataque e criptografou a maioria dos servidores, banco de dados e workstations do sistema ferroviário do país. Aliás, um porta-voz do grupo afirmou que eles estão no processo de destruir uma grande quantidade de dados de um servidor de backup.
Além disso, os hackers afirmaram que só irão fornecer a chave para descriptografar os dados caso o presidente da Bielorrússia parasse de oferecer auxílio às tropas da Rússia durante a possível invasão da Ucrânia e libertasse 50 presos políticos no país.
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Hackers da Bielorrússia querem proteger a população e evitar a presença do exército russo
Na semana passada, a Rússia começou a enviar tropas para a Bielorrússia com o fim de iniciar exercícios militares conjuntos, em meio ao temor da população do país em relação à possível invasão russa à Ucrânia. O temor é por a Ucrânia ser um dos países fronteiriços da Bielorrússia.
Trens foram vistos transportando lança-foguetes russos e outros equipamentos nas cidades da Bielorrússia, incluindo Minsk, a capital do país.
Desse modo, o grupo hacker emitiu um comunicado explicando os motivos da invasão do sistema ferroviário.
“O governo continua a reprimir o livre arbítrio dos bielorrussos, prendendo pessoas inocentes e milhares de prisioneiros políticos. Portanto, a meta principal do ataque é derrubar o regime do presidente Alexander Lukashenko, manter a soberania do país e criar um estado democrático de direito, com instituições independentes e garantia de proteção aos direitos humanos”.
Fonte: Reuters