Ontem falamos muito aqui no Guia do Hardware sobre o uso da tecnologia para fins mais nobres, ao invés de apenas lucrar em cima da venda de produtos. Por exemplo, a Gigante das Buscas está oferecendo de graça imagens de satélite em alta resolução e atualizadas para qualquer pessoa ou organização (ONG) que queira, de alguma forma, melhorar a vida no planeta. No âmbito nacional, a Google também abrirá um YouTube Space no Brasil, em parceria com o Instituto Criar, afim de ajudar jovens carentes de 17 a 20 anos a terem uma formação na área do audiovisual. Tudo de graça. E, por fim, mostramos como pesquisadores estão usando drones para entender melhor como a malária se espalha no sudeste asiático e assim poder implementar melhores maneiras de combate à essa epidemia. Pois bem, agora vamos falar de mais uma iniciativa da Google que visa melhorar a vida das pessoas, dessa vez no combate contra o câncer.
A empresa tem um laboratório, chamado de Google X, que trabalha em inúmeros projetos ligados à saúde. Por exemplo, de lá foi que saiu umas lentes que medem os níveis de glicose em diabéticos, tornando esse processo ainda mais prático. Agora, desta feita, eles estão engajados em mais uma iniciativa que visa melhorar a saúde do ser humano. Eles querem desenvolver uma tecnologia capaz de ajudar na detecção precoce do câncer e de outras enfermidades complexas. E como, exatamente, eles pretendem fazer isso? Sendo mais específico, os pesquisadores querem criar nanopartículas magnéticas que, uma vez na corrente sanguínea, “varrerão” o corpo em busca de células, proteínas ou outros tipos de moléculas que indiquem a formação de tumores e outras anomalias.
Estas nanopartículas serão realmente minúsculas, e por que não dizer, microscópicas. Elas deverão ter um milésimo da largura de um glóbulo vermelho! As partículas serão construídas à base de óxido de ferro e revestidas com um material que facilite a sua locomoção e ligação às células. Elas entrarão no nosso corpo por meio de pílulas. Parece coisa de ficção científica, não é? Mas, em breve, esperamos que seja pura realidade. Além disso, a Google planeja desenvolver um gadget vestível que permita o rastreamento das nanopartículas e a coleta de dados.
Se você já está preocupado com as questões éticas e de privacidade que envolvem um tratamento desse tipo, a empresa afirmou que não vai guardar os dados colhidos sobre seu corpo em servidor nenhum. Ela pretende, pelo menos a princípio, licenciar a tecnologia para instituições médicas e de pesquisa. Claro, a Google sabe que esta tecnologia é desafiadora e tomará vários anos de trabalho. E a complexidade reside não apenas no contexto tecnológico em si, mas também na própria doença. O câncer já foi muito estudado pela ciência, que já sabe muita coisa sobre ele, mas ainda há muitos mistérios envolvendo suas causas, evolução e possíveis tratamentos. Por isso a Google contratou mais de 100 pesquisadores, que vão de químicos à astrofísicos.
Novamente, a Google mostra que não sabe apenas fazer ótimos aparelhos e sistemas operacionais. Ela pode usar todo o seu dinheiro e influência para impactar positivamente a humanidade. Esperamos sinceramente que esse projeto dê certo e os pesquisadores passem a entender mais sobre o câncer, suas causas e maneiras de detê-lo. O câncer é a segunda doença que mais mata no mundo! A Organização Mundial da Saúde estima que em 2008 quase 8 milhões de pessoas morreram por câncer. 60 órgãos podem desenvolver a doença. Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer. Cada um com a sua gravidade de sofrimento, tanto para o doente quanto para a família. Esperamos que num futuro próximo uma pílula possa erradicar esse mal.