O Google proibiu o desenvolvimento de projetos de deepfake realizados no serviço Colab (Colaboratory), encerrando, assim, o uso dos recursos da plataforma para essa finalidade.
Colab é um recurso computacional online que permite que pesquisadores façam programação via Python através do navegador enquanto utilizam recursos computacionais de maneira gratuita, como GPUs.
Devido à natureza multi-core das GPUs, o Colab é o serviço do Google ideal para o treinamento de projetos de machine learning, como deepfake, ou para executar análises de dados.
De acordo com o site Bleeping Computer, o Google encerrou os projetos de deepfake que utilizam o Colab no início deste mês. Um desenvolvedor que utiliza a alcunha de “chervonij” foi um dos primeiros a notar a mudança ao tentar treinar modelos deepfake na pltaforma Colab.
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Agora, ao tentar usar a plataforma do Google para criar deepfakes, aparece uma mensagem que informa que o código de programação usado é proibido pela Colad.
Além disso, a plataforma alerta que se a tentativa persistir, o usuário pode ter restrições no uso do Colab.
Desse modo, o impacto da nova restrição do Google pode atingir de maneira gigantesca quem deseja criar algum deepfake, pois muitos usuários utilizam modelos pré-treinados com o Colab para adiantar o processo de desenvolvimento.
Por falar nesse processo, o Colab estava facilitando a criação de deepfakes até mesmo para quem não possui conhecimento em programação.
Modelos de deepfakes podem ser treinados para alterar rostos em arquivos de vídeo, adicionando expressões faciais realistas, tornando o resultado aparentemente genuíno, embora seja falso.
Devido a essa característica, os deepfakes são geralmente usados para espalhar informações falsas, criar vídeos confusos, por diversão ou por propósitos políticos.
No entanto, pela falta de limitação ética no uso de deepfakes, a tecnologia se tornou alvo de polêmicas e preocupação por parte as agências reguladoras.
No entanto, o Google não revelou se encerrou os projetos de deepfake em sua plataforma devido às preocupações éticas, ou pelo abuso generalizado dos recursos computacionais usados nesses projetos.
A intenção do Colab é que seu uso seja feito por pesquisadores que precisam atingir performances de máquinas que custariam milhares de dólares para realizar estudos científicos.
No entanto, a plataforma do Google serviu para a criação massiva de projetos de deepfake, que consumiam uma quantidade significativa dos recursos disponíveis do Colab.
Além de proibir a criação de projetos de deepfake em sua plataforma, o Google não permite que o Colab seja usado para mineração de criptomoedas e outras práticas indevidas.