Fracasso com Concord foi uma experiência de aprendizado, diz presidente da Sony

O presidente da Sony, Hiroki Totoki, falou abertamente sobre o recente fracasso do jogo Concord, descrevendo a experiência como um importante aprendizado para a empresa.

Em uma sessão de perguntas e respostas após a última reunião de resultados financeiros da Sony, Totoki destacou que o desenvolvimento e o lançamento de novos IPs sempre implicam um risco considerável e que, apesar do encerramento precoce do jogo, os erros cometidos servirão como base para melhorar futuros projetos da PlayStation.

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O que deu errado com Concord?

Concord é um jogo de tiro em primeira pessoa com um foco no modelo de serviço ao vivo. Lançado com grande expectativa, ele prometia um gameplay imersivo e uma experiência cooperativa que parecia destinada a conquistar fãs de jogos como Destiny e The Division. No entanto, apenas 11 dias após seu lançamento, a Sony tomou a decisão de descontinuar o título e fechar o estúdio responsável, Firewalk.

De acordo com Hiroki Totoki, um dos grandes problemas de Concord foi a falta de coordenação entre diferentes departamentos da Sony. O presidente mencionou que a estrutura organizacional da empresa é “compartimentalizada”, o que dificultou a colaboração eficiente entre as equipes de desenvolvimento e vendas.

Ele sugeriu que, se as “portas de validação” — processos de avaliação do jogo, como testes de usuários e revisões internas — tivessem ocorrido em um momento mais cedo, poderiam ter evitado muitos dos problemas enfrentados.

Totoki também mencionou a importância de ajustar o timing de lançamento dos títulos. Segundo ele, o fato de Concord ter sido lançado ao lado de outros grandes títulos, como Helldivers 2, que foi um sucesso estrondoso, dificultou a visibilidade do jogo e gerou uma espécie de canibalização no mercado. “Precisamos encontrar janelas de lançamento mais apropriadas para que os nossos títulos não se anulem mutuamente”, afirmou o presidente.

Lições para o futuro

Apesar do fracasso de Concord, Hiroki Totoki enfatizou que a experiência trouxe lições valiosas para a Sony. Segundo ele, o desenvolvimento de novos títulos, especialmente os que seguem o modelo de serviço ao vivo, precisa de uma abordagem mais integrada e colaborativa. As falhas no planejamento e na execução do projeto servirão como base para aperfeiçoar a estratégia da empresa em futuros lançamentos.

“Aprendemos a importância de ter mais etapas de avaliação, como testes de usuário e validações internas, e fazer isso mais cedo no processo”, explicou Totoki. Ele também afirmou que compartilhar essas lições entre os diversos estúdios da Sony é fundamental para evitar que erros semelhantes se repitam.

A empresa pretende usar a experiência de Concord para fortalecer seu portfólio de jogos, combinando o desenvolvimento de jogos de um jogador, um dos pontos fortes da Sony, com títulos de serviço ao vivo que apresentam maiores riscos, mas também um potencial enorme de retorno.

No futuro, a Sony espera encontrar um equilíbrio entre a produção de títulos single-player, que já provaram ser grandes sucessos, e a aposta em jogos de serviço ao vivo. Totoki destacou que, embora o desenvolvimento de novas propriedades intelectuais seja sempre um risco, ele também é essencial para a inovação e crescimento da empresa. “Cada novo lançamento é uma oportunidade de aprendizado, e é assim que pretendemos tratar o futuro da PlayStation“, concluiu o presidente.

Fonte: Videgames Chronicle