O Facebook anunciou ontem (18) que está desenvolvendo uma pulseira que poderá controlar os novos óculos de realidade aumentada que empresa espera lançar neste ano.
Em setembro do ano passado, a empresa revelou o Oculus Quest 2, headset de realidade virtual, além de apresentar o desenvolvimento de novos dispositivos que irão definir o futuro das tecnologias de realidade aumentada.
O maior desafio do Laboratório de Realidade do Facebook, em termos de pesquisa, é como encontrar uma forma de interação com a realidade aumentada similar à interação que temos como o PC. Até então, não existe um dispositivo AR equivalente ao mouse e ao teclado.
Desse modo, com o desenvolvimento da pulseira, em vez de tentar criar interações de dispositivos já existentes com a realidade alternativa, o Facebook quer produzir novos tipos de IHC (Interação humano–computador), mas de fácil uso, confiável e que garanta um certo nível de privacidade.
O Facebook já afirmou, anteriormente, que enxerga a inteligência artificial como uma parte primordial da fórmula que irá auxiliar os usuários com as ferramentas, ou comandos, ideais tendo em vista a situação.
Embora a tecnologia da pulseira esteja longe de se tornar realidade, o Facebook já definiu algumas ideias sobre como os dispositivos de realidade virtual baseado em IHC irão funcionar no futuro.
A pulseira irá focar nos gestos e movimentos das mãos
A intenção do Facebook é retirar a dependência dos comandos de voz dos dispositivos de realidade aumentada, considerando a pulseira como uma boa solução, pois oferece um design familiar e confortável e é compatível com vários métodos de entrada através de sua nova tecnologia.
De acordo com o post no blog oficial da empresa de Mark Zuckerberg, a pulseira irá permitir que os usuários interajam com o ambiente virtual através dos movimentos dos seus dedos.
Além disso, a pulseira com suporte à realidade aumentada será capaz de detectar sinais nervosos para interpretar gestos e movimentos complexos das mãos.
Segundo o Facebook, a pulseira irá aproveitar dos sensores de eletromiografia para converter e enviar para as mãos os sinais elétricos enviados pelo cérebro do usuário.
O Facebook afirma que os sensores são sensíveis o suficiente para detectar movimentos de apenas um milímetro. Além disso, a empresa afirma que, futuramente, os dispositivos serão capazes de sentir as intenções do usuário sem que ele faça qualquer movimento físico.
Isso soa bastante estranho, pois, em suma, o Facebook criará dispositivos de realidade aumentada que tentam total controle direto da mente do usuário.
Ademais, com os sensores de eletromiografia precisos, o Facebook poderá ter novos controles via gestos, o que assimilaria com a cadeia de comandos disponíveis nos computadores.
O que a pulseira do Facebook irá representar para a sociedade?
Não é necessário informar aqui o histórico do Facebook no que concerne à privacidade dos usuários, pois, afinal de contas, são inúmeras as polêmicas envolvendo a empresa que tiveram repercussão global.
Quer ler mais sobre os problemas de privacidade do Facebook? Acesse a matéria abaixo:
A pulseira, obviamente, irá obter uma quantidade gigantesca de dados de todas as formas, como comportamento gestual, postura, tensão corporal e biometria.
Contudo, o Facebook afirmou que assegurar a proteção dos dados dos usuários no ambiente de realidade aumentada é de suma importância.
No entanto, o diretor do Laboratório de Realidade do Facebook, Sean Keller, afirmou que “para compreender e resolver todos os problemas éticos, é necessário um engajamento de toda a sociedade.”
Traduzindo: o Facebook precisa de feedbacks sobre como aprimorar a segurança e privacidade na tecnologia de realidade aumentada, além de encorajar os seus pesquisadores a publicarem materiais relevantes em revistas acadêmicas.
Por fim, com a pulseira, o Facebook sai na frente na corrida contra outras gigantes, como a Apple, a Amazon e Google, em uma indústria que intenta substituir a funcionalidade dos smartphones.