Em uma clara resposta ao avanço tecnológico chinês, congressistas norte-americanos apresentaram nesta quarta-feira (25) um projeto de lei bipartidário para proibir o uso de tecnologias de inteligência artificial (IA) provenientes da China e outros países considerados adversários nas agências federais dos EUA, informa a Reuters.
Nomeado “No Adversarial AI Act” (Lei Sem IA Adversária), o projeto é liderado pelos deputados John Moolenaar (Republicano-Michigan) e Raja Krishnamoorthi (Democrata-Illinois). Além da China, a medida também engloba tecnologias da Rússia, Irã e Coreia do Norte, todos classificados como ameaças diretas à segurança nacional norte-americana.
Por que a DeepSeek acendeu o alerta em Washington
O alvo principal da medida é a empresa chinesa DeepSeek, que chamou atenção global ao anunciar um modelo de IA similar ao ChatGPT, porém com custos operacionais drasticamente reduzidos. Investigações recentes apontam que a DeepSeek estaria colaborando diretamente com setores militares e de inteligência da China e teria obtido acesso privilegiado a grandes lotes de processadores Nvidia, fundamentais para treinar sistemas avançados de IA.
A preocupação norte-americana é que tecnologias mais acessíveis e eficazes possam ser empregadas em espionagem ou ataques cibernéticos contra infraestruturas críticas do país, intensificando tensões já crescentes com Pequim.
Como funcionará o bloqueio às tecnologias adversárias
Se aprovada, a nova lei determina que o Conselho Federal de Segurança de Aquisições dos EUA ficará encarregado de manter uma lista constantemente atualizada com as tecnologias de IA proibidas. Contudo, o projeto prevê exceções pontuais, permitidas apenas mediante autorização expressa do Congresso ou do Escritório de Administração e Orçamento, especialmente voltadas para pesquisas científicas controladas.
“Sistemas de IA hostis não têm o direito de operar dentro do nosso governo”, enfatizou Moolenaar. “O risco é alto demais para permitirmos essas tecnologias em nossa infraestrutura crítica.”
Bipartidarismo fortalecido pela segurança nacional
O projeto conta com forte apoio bipartidário, incluindo nomes como Ritchie Torres (Democrata-Nova York) e Darin LaHood (Republicano-Illinois). No Senado, os esforços para aprovação estão sendo liderados por Rick Scott (Republicano-Flórida) e Gary Peters (Democrata-Michigan), indicando um consenso político incomum em tempos polarizados.
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